A pandemia e o desejo de mudar de carreira

Planejamento de Carreira

A experiência que vivemos durante a pandemia nos trouxe à tona um novo jeito de experimentar o trabalho, e junto com ele as reflexões sobre qualidade de vida e Propósito. Com isso, os profissionais passaram a valorizar mais o tempo, a saúde e o bem-estar.

Reflexo da pandemia em nossas vidas

Em uma pesquisa realizada pela consultoria RH EDC Group, 91% dos respondentes apontaram que durante a pandemia mudaram o Propósito de vida ou que perderam o interesse pela sua área de atuação atual (53%).

Na mesma pesquisa, notamos que o cenário da pandemia pôs em evidência o tema “equilíbrio entre vida pessoal e profissional”. São 62,3% de profissionais que apontam estar valorizando mais as oportunidades de trabalho que proporcionem esse equilíbrio.

Esse contexto de questionamentos traz a atenção dos profissionais quanto a insatisfação e infelicidade, principalmente no ambiente corporativo, em que 36,7% das pessoas relatam estarem infelizes no trabalho ou que gostariam de fazer algo diferente do que fazem hoje (64,2%), conforme pesquisa realizada pelo aplicativo Survey Monkey.

A insatisfação e infelicidade no trabalho é o que desperta no profissional a necessidade interna para uma mudança de carreira. E em você, a pandemia despertou um desejo de mudar de carreira?

Um estudo realizado pela Microsoft apontou que 41% dos profissionais consideram deixar o trabalho atual ainda este ano. E 46% deles planejam uma mudança maior ou uma transição de carreira.

Microsoft pesquisa
Microsoft pesquisa -Trabalho híbrido (2021)

Esse está sendo um processo muito comum no mundo “pós-pandemia”. Fomos cutucados por algo que nos forçou a olhar para dentro, a refletir sobre o que estamos fazendo da nossa vida, a questionar nossas escolhas até aqui e colocar em xeque os passos a partir de agora.

Minha própria experiência com a pandemia

Eu mesma passei por esse processo durante o auge da pandemia que vivemos. Comecei a questionar porque estávamos vivendo isso tudo. Busquei algumas respostas alternativas que pudessem explicar o que essa situação estava querendo ensinar para a humanidade, ensinar para mim.

Nessa busca por respostas fui desenvolvendo mais autoconhecimento, e foi inevitável o momento em que percebi que o que eu estava fazendo até então não era o que eu queria continuar a fazer no longo prazo.

Nesse olhar para dentro, vemos coisas que não gostamos ou não sabemos lidar, como a necessidade de fazer mudanças se quisermos ter uma vida de realização e felicidade. Na minha experiência, essa descoberta do que eu não queria mais foi um incômodo desesperador, pois eu enxergava que o que eu não queria, mas ainda não via o que e como poderia ser. Então eu vivi com esse desespero por algum tempo até perceber e aceitar que precisava de ajuda para dar os próximos passos para mudar.

E mudar pressupõe fazer escolhas, agir numa direção nova, na direção de algo desconhecido. E é aqui que muita gente fica sem ação, porque sente medo.

Sempre vai dar medo!

  • Medo porque não sabe o que fazer com essa descoberta
  • de não saber escolher e não tomar a decisão certa
  • de mudar e dar errado
  • de se arrepender
  • Medo de abrir mão do confortável, seguro e já conhecido
  • de não ter apoio das pessoas próximas
  • do que as pessoas vão pensar
  • de começar do zero
  • de perder tudo o que construiu até ali, como experiências, conhecimento etc.

Aliás, quando falamos do medo de perder tudo o que foi construído, podemos trazer aqui o sentimento de culpa que acompanha as pessoas que percebem que é hora de mudar.

Desejo de mudar x Sentimento de culpa

A culpa vem da crença de achar que não se tem o direito de se sentir infeliz: “tem tanta gente sem emprego e eu aqui reclamando”, é assumir a culpa de uma situação externa e sobre a qual não temos controle. Ou culpa por pensar em deixar um trabalho que alguém nos ajudou a conquistar: “Estou aqui graças ao Fulano, sair agora seria muita ingratidão” ou “fiz faculdade com muito custo e ajuda de Fulano, não posso jogar meu diploma no lixo”, etc.

A sensação de estar abandonando tudo o que conquistamos no passado, o apego a um trabalho que foi bom e fez sentido até certo ponto, mas agora não faz mais: uma gratidão que aprisiona.

É a ideia de começar do zero que desespera, o que não é verdade, pois de onde estamos podemos dar um passo para trás, mas jamais começar do zero. É o desespero que nos cega em relação a isso.

O medo acontece porque não sabemos o que nos espera do outro lado. É puramente um mecanismo de defesa do nosso cérebro para evitar que nos coloquemos em situações de risco.

Mas o cérebro não sabe diferenciar situações reais de risco de vida e situações das quais não vamos morrer de fato, e que podemos gerenciar e mitigar riscos. Se há dúvida, ele nos manda esse sinal, o medo, que nos paralisa e, como consequência, nos impede de ter as experiências necessárias para o nosso crescimento e nossa evolução.

O primeiro passo rumo ao seu Propósito

Existe uma forma de atenuar todo tipo de medo, diminuir seu volume e aumentar a força da coragem, essa forma é o Planejamento de Carreira!

Antes de chegar nessa etapa é necessário voltar lá no processo de olhar para dentro, o autoconhecimento. É ele que vai ser base para todo o processo decisório e trazer a segurança que seu plano precisa, logo, deixar o seu cérebro mais tranquilo para dar os primeiros passos.

O autoconhecimento para carreira permite que identifiquemos nossas insatisfações, o que está nos deixando infelizes e o porquê. Essa é a primeira investigação que precisa ser feita, e, a partir dela, começar a construir o que se deseja.

Com a investigação da insatisfação, tomamos consciência do que não queremos mais. E o próximo passo é aprender de nós mesmos(as) o que de fato queremos. Lembra que eu comentei que não saber o que se quer, quais caminhos a seguir, pode ser desesperador? Nessa etapa do autoconhecimento, começamos a dissipar o desespero e dar luz a novas possibilidades.

Aqui é necessário ir a fundo para sabermos quem somos: o que gostamos, nossos interesses, quais são nossas habilidades, nossos pontos fortes. Entender o que queremos, quais são os Valores que não abrimos mão, o estilo de vida que queremos a partir do trabalho que temos.

Nossos interesses, o que gostamos e nossas habilidades estão muito ligados ao senso de Propósito, nossa contribuição, é a forma como oferecemos o nosso melhor para o mundo. E nossos Valores e como queremos viver, são o equilíbrio que buscamos entre as necessidades de cada aspecto da nossa vida: família, relacionamentos, saúde, lazer e diversão; o que chamamos de estilo de vida. E foram nesses pilares que a pandemia nos provocou, são nesses pontos que deixamos de prestar atenção quando desviamos o nosso olhar de nós mesmos(as) e vivemos a vida no piloto automático. Por isso é tão importante começar por aqui.

A liberdade de ser reflexo de suas escolhas

Depois de passar por todo esse processo que compartilho aqui, pude fazer novas escolhas e tomar minhas decisões de carreira de forma mais consciente e segura. Hoje eu estou nesse lugar de proporcionar às pessoas acesso a esse autoconhecimento que leva à realização e felicidade no trabalho.

Com base nessa experiência, não apenas na vivência mas no processo em si, e aliado ao que eu estudei tecnicamente, desenvolvi esse método: As três bases de autoconhecimento profissional: Interesses, Habilidades e Valores. Trata-se de uma reflexão em que passamos a nos conhecer melhor, entender como agimos, porque determinadas atividades ou contextos nos deixam irritados(as), ou esgotam tanto nossas energias, enquanto outras atividades, por mais que passemos horas dedicadas a elas, nos fazem sentir bem, satisfeitos(as) e produzindo com qualidade.

Essa consciência de nós mesmos(as) traz compreensão à nossa insatisfação, e paramos de nos culpar por nos sentirmos dessa forma.

Agora sim, entendendo e compreendendo nossa essência, podemos pensar em construir um novo caminho que faça sentido e esteja alinhado com quem somos.

A pandemia e o desejo de mudar de carreira?

O sentimento e a experiência de viver a insatisfação profissional, por qualquer que seja a razão, pode parecer uma situação insolúvel, um beco sem saída. Isso acontece porque, enquanto estamos inseridos(as) no contexto, sem referências de outras formas de viver o trabalho, sem espaço para compartilhar o que sentimos, sem tempo para refletir e cuidar de nós mesmos(as), o caminho que estamos parece ser a única opção.

Por isso, se você está vivendo esse cenário, considere parar e olhar por outros ângulos, conheça pessoas fora do seu ambiente diário, fale de outros assuntos do seu interesse, busque apoio mesmo que ele não venha das pessoas mais óbvias e, principalmente, considere buscar ajuda profissional por meio de psicoterapia, mentores na sua área e coaching de carreira.

Eu tenho a crença de que o trabalho pode ser leve e alinhado ao que te faz feliz. Gostaria que você também considerasse olhar para o trabalho dessa forma.

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Valéria é Coach e Mentora de Carreira, com foco no processo de escolha, tomada de decisão e planejamento de carreira. Certificada pela Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC). É formada em Psicologia com MBA em Liderança e Gestão de Pessoas.

outras fontes: https://forbes.com.br/carreira/2022/05/pos-pandemia-pesquisa-mostra-que-metade-dos-profissionais-quer-mudar-de-area/

Gosta dos temas Propósito e Autoconhecimento? Leia estes artigos:

>> Propósito de Vida, o amor como condutor de @nelio-bilate

>> Por que nos esquecemos que somos gente? de @andrea-regina

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Crenças Limitantes – a vida dirigida pelo inconsciente

Seu inconsciente pode ser o seu sabotador

Alice era uma profissional extremamente capacitada. Desde que se formou na faculdade nunca parou de estudar e sempre buscava o aprimoramento constante. Apesar do seu esforço e dedicação, os resultados profissionais e o reconhecimento que ela tanto ansiava não chegavam. Além disso, percebia que o retorno financeiro sobre o investimento em cursos era muito inferior ao que ela imaginava. E lá ia Alice fazer outro curso, afinal, os que ela já tinha feito ainda não eram suficientes para obter a tão sonhada realização profissional.

Afinal, o que são crenças?

Crença é toda programação mental, aprendida na infância do zero aos 12 anos, por repetição – várias vezes ou sob forte impacto emocional, uma única vez com uma carga emocional muito grande, que molda todos os resultados da vida de uma pessoa, em todas as fases de desenvolvimento dela e em todos os pilares. É como um drive que é instalado no seu cérebro desde que você estava na barriga da sua mãe.

Crenças, em outras palavras, são as verdades que você não contesta, simplesmente acredita. Exemplo de crenças universais debilitantes: “Não sou bom o bastante”, “Não sou capaz de fazer isso”, “Não mereço tudo isso”.

A sua vida é dirigida pelo seu inconsciente!

Quando somos crianças e estamos em processo de desenvolvimento do hemisfério esquerdo do cérebro, aquele responsável pelo pensamento crítico, raciocínio e lógica, nós simplesmente recebemos as informações/programações de nossos pais (principalmente), irmãos, avós, babás, tios e primos e as absorvemos sem questionar.

Crianças são totalmente emocionais, o que as comanda é o hemisfério direito do cérebro, responsável pelos sentimentos. Então, se essa criança foi elogiada e validada pelos pais e/ou responsáveis, muito provavelmente ela cresceu com autoestima, se sentindo capaz e merecedora de muitas coisas boas.

Por outro lado, se cresceu ouvindo muitas críticas, ataques à sua identidade e punição, certamente é uma criança que tem sérios problemas de autoestima, por não ver valor nela mesma, nem acreditar que é capaz e merecedora de ter coisas boas, e vai levar isso para a vida adulta.

Crenças fortalecedoras x Crenças limitantes

É muito simples diferenciar uma crença limitante de uma crença fortalecedora.

As crenças fortalecedoras são positivas e nos fazem bem, nos fazem sentir confiantes em nós mesmos e em nosso potencial.

Por outro lado, crenças limitantes são negativas e nos fazem mal, nos fazem sentir impotentes e incapazes de realizar nosso potencial. Infelizmente é o que ocorre com a maioria das pessoas. As crenças limitantes de fato limitam as pessoas em algum aspecto da vida, e as impedem de ser, fazer e ter tudo aquilo que elas merecem.

As três Crenças primais do indivíduo
  1. Identidade (quem você é ou quem você vem sendo): A identidade é a base de todo ser humano, é como você se vê. Quem é você? Ou quem você acredita ser? E ainda, quem você vem sendo nas mais diversas áreas da sua vida? Você acredita que é forte, determinado, feliz? Ou que é triste, fraco e inconstante?
  2. Capacidade (do que você é capaz): É sobre o que você acredita ser capaz de realizar. Está ligado ao fazer. Você… é realizador ou sonhador? Tira os projetos do papel ou engaveta? Faz o que precisa ser feito ou procrastina? Ou nem mesmo tenta por medo de não conseguir?
  3. Merecimento (o que você merece ter): É sobre o que você acredita que pode e merece ter. Quem não se sente merecedor sempre dará um jeito de se autossabotar ou de ter algum tipo de prejuízo. Se ganhar um pouco a mais de dinheiro, dará um jeito de se livrar dele rapidamente.

Se a sua crença de identidade é positiva, você se valorizará, se perdoará por suas falhas e vai buscar sempre evoluir como pessoa, não se permitirá viver na procrastinação e nem ficará paralisado pelo medo de agir.

Se a sua crença de capacidade é forte e você acredita que consegue realizar determinada coisa, assim será. E, por fim, se a sua crença de merecimento é positiva, você conseguirá desfrutar do seu esforço sem peso na consciência, por se sentir merecedor de tudo de bom que a vida puder te dar.

Como identificar quais são as minhas crenças limitantes?

Muito simples. Basta ver qual ou quais são as piores áreas da sua vida. Nas áreas que você tem um resultado bom pressupõe-se que suas crenças são fortalecedoras. E nas que o seu resultado é ruim, muito provavelmente é onde estão as crenças limitantes. Exemplo. Se você vive endividado ou se gasta tudo o que ganha, pode ter certeza de que possui muitas crenças limitantes sobre dinheiro. Se está solteiro(a) há mais de 4 anos, pode ter certeza de que possui crenças terríveis sobre relacionamento, namoro e casamento.

Normalmente as crenças que você tem serão determinantes para você vivenciar as situações que as reforçam. Ou seja, a sua vida, em todas as áreas, é um reflexo daquilo que você acredita. Se você acredita que precisa trabalhar muito para ganhar dinheiro, pode apostar que o dinheiro não virá com facilidade. E se vier, você não se sentirá merecedor dele e dará um jeito de se livrar dele. Vai atrair pessoas e situações que farão você gastar esse dinheiro ou ter algum tipo de prejuízo nesse quesito.

Características das crenças

São autorrealizáveis, ou seja, querendo ou não querendo (de forma inconsciente) você atrairá para a sua vida a realidade que acredita, tudo para reforçar as suas crenças.

São cíclicas, elas se manifestarão através do que você mais comunicar, verbal e não verbalmente, pelos pensamentos que você pensar com maior frequência e pelos sentimentos que surgirão desses pensamentos.

A boa notícia é que são reprogramáveis, ou seja, podem ser substituídas por outras se assim a pessoa desejar, mediante repetição ou forte impacto emocional.

E como eu reprogramo as minhas crenças limitantes?

Mais uma vez, a resposta é simples, não fácil. Ela se dá instalando um novo drive no seu sistema. Hoje você é um adulto, e está em suas mãos o poder de renunciar às crenças que te impedem de ir além, que não te ajudam a extrair o seu melhor e não te fazem ser a potência que você já nasceu sendo.

O primeiro passo é a tomada de consciência. Só podemos mudar aquilo que temos consciência.

O segundo passo é moer o orgulho e olhar para os resultados ruins da sua vida com coragem, verdade e humildade. Reconhecer que o que você sabe te trouxe até aqui. Mas é justamente o que você ainda não sabe que irá te fazer romper com essas crenças limitantes.

O terceiro passo é tomar a decisão firme de reprogramar as suas crenças e reconhecer que nem sempre conseguirá fazer isso sozinho e, assim, poderá procurar a ajuda de um profissional formado em Coaching Integral Sistêmico.

Este profissional é especialista em reprogramação de crenças. É treinado para identificar as crenças limitantes e ajudar o Coachee a fazer a trilha neural correta para reprogramá-las, identificando o seu estado atual, o estado desejado, traçando um plano de ação, eliminando todos os impedimentos e bloqueios.

Assim, com a aplicação de metodologia própria, captará as suas emoções de forma profunda ao mesmo tempo que potencializará os seus recursos internos. Ou seja, o que tem de melhor. E desta forma, alinhando a razão com a emoção e expandindo isso para todas as áreas da sua vida.

E quais eram as crenças limitantes de Alice?

Alice foi programada na infância a não se sentir boa o suficiente, então cresceu com o vício emocional da não suficiência. Logo, não importava quantos cursos ela fizesse, nunca se sentia pronta e boa o bastante. Provavelmente foi muito criticada quando pequena ou não foi ensinada a valorizar as pequenas conquistas. Além disso, tinha a crença de que era preciso trabalhar muito para ganhar dinheiro, por isso tanto esforço, tanto trabalho e pouco ou nada de resultados e reconhecimento.

Alice precisará resgatar a sua real identidade e se fortalecer emocionalmente. Deverá aprender a se aplaudir e a comemorar cada pequena vitória. E, também, irá aprender que o valor dela não está no que ela faz e sim em quem ela é.

A Alice sou eu. 🧡

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Aline Paixão é Advogada, Analista de Perfil Comportamental e Coach Integral Sistêmico formada pela Febracis. Atua também como Palestrante e Treinadora.

para falar com a Aline: [email protected]

🎁Presente especial: faça o teste “Minha Propensão à Felicidade” no app friendsBee e descubra suas potenciais crenças limitantes.

* Gostou do artigo e tem vontade de conhecer mais? Recomendamos os artigos: O papel do coaching no desenvolvimento emocional e Uma travessia pelo desenvolvimento emocional

* Agradecimento pela imagem: Run 4 FFWPU ✨

O papel do coaching no equilíbrio mental

O papel do coaching no equilíbrio mental

A pandemia entrou na casa das pessoas, no trabalho, na escola, na comunidade, e invadiu literalmente espaços menos conhecidos. De repente as pessoas tiveram contato com a família dos colegas, do líder, a rotina de cada um e aos poucos as pessoas foram se conhecendo mais, até porque a rotina da casa se misturou com a rotina do trabalho. Como se as gavetas do trabalho e da vida fossem todas reorganizadas. Impossível não perceber as diferenças sociais, econômicas, padrões de conduta e formas de organizar a vida.

Parece que a pandemia veio esclarecer algo óbvio: não somos só profissionais, somos seres humanos interconectados uns com os outros, com papéis e responsabilidades em várias áreas de vida.

Acho que este é um bom começo!

Coaching, transcendendo o trabalho

Como Coach Executiva há mais de 10 anos, percebo o movimento das pessoas em focar o seu desenvolvimento nos aspectos profissionais, como uma forma de aumentar o seu impacto e produtividade. Passadas algumas sessões, percebem a experiência de coaching de forma mais ampla e profunda, como um convite para a reflexão que transcende o trabalho, um processo que visa maximizar o potencial pessoal e profissional do ser humano.

O pano de fundo do processo de coaching passa pela visão de mundo do(a) coachee. Quais áreas da vida que ele(a) prioriza? Que papéis ele(a) assume com mais propriedade? Quais valores ele(a) cultiva? A saúde mental e o bem-estar estão intrinsicamente relacionados a todos estes fatores.

Como somos seres humanos em construção, a nossa consciência com relação aos diferentes aspectos da vida muda com o passar dos anos.

Coaching e autoconhecimento

Anos atrás eu conduzi um processo de coaching de uma alta executiva de uma grande organização, e com o passar das sessões ela aprendeu que necessitava trabalhar por uma causa social, ter filhos e uma qualidade de vida que pudesse concretizar tudo aquilo. Anos depois, ela me contou que tinha saído da organização onde estava, tinha dado à luz à um casal de gêmeos e abriu um empreendimento próprio na área de nutrição e, com um sorriso agradecido, me disse: “o processo de coaching foi um divisor de águas em minha vida.

Parece ser claro que não se pode ter saúde mental e bem-estar fazendo aquilo que não gosta e que não tem conexão com o seu Propósito, mas esta clareza precisa nascer do(a) coachee, no momento dele(a). Somos o que estamos dispostos a aprender!

O processo de coaching, trabalhado de forma profunda, coloca um holofote nos Valores, crenças, identidade e Propósito, gerando uma ampliação de consciência daquilo que realmente vale a pena e gera saúde mental e bem-estar.

O protagonismo nasce da consciência da integralidade dos papéis e da consciência do Propósito. Para mim bem-estar é isto! O quanto que estou conectada comigo mesma, com as minhas crenças e escolhas.

Dicas para o autodesenvolvimento

Parece ser desafiador, em um ano de pandemia, pensar em ter equilíbrio. Assim, quero registrar aqui o meu agradecimento à friendsBee e aproveito para deixar algumas dicas muito simples de saúde e bem-estar:

  1. Desenvolva o autoconhecimento, procurando ampliar a sua autopercepção sobre seus próprios limites e sobre os fatores que geram saúde e bem-estar.
  2.  Equilibrar vários pratos ao mesmo tempo pode ser interessante se você criar uma rotina organizada, compartilhando as responsabilidades, e criando pausas para refeições, exercícios físicos e relaxamento.
  3. Cultive as relações profissionais, familiares e pessoais mesmo à distância. Muitas fontes de desequilíbrios nascem da solidão.
  4. E, por fim, conecte-se à pensamentos positivos.

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Silvana Mello é psicóloga, mestre em Administração de Empresas, Executive Coach pela Universidade de Columbia em NY – USA. Inner Game – The School of Coaching – Califórnia – USA e Neurocoach pelo Neuroleadership Institute – USA.

Fundadora e sócia da TCS – Talent Creative Solutions, lidera projetos de Transformação Organizacional. É autora do livro: Mulher empoderamento e Legado, e ainda coautora do livro: “Gestão de RH por Competências e a Empregabilidade”.

> Gostou do tema? Recomendamos o artigo complementar: O papel do coaching no desenvolvimento emocional

>> Imagem Nicole Wilcox  ✨

O papel do Coaching no desenvolvimento emocional

O papel do Coaching no desenvolvimento emocional

Como seres humanos que somos, as emoções fazem parte do nosso dia a dia porque elas são respostas biológicas que acontecem em nosso corpo e depois vão para o cérebro, onde pensamentos, sentimentos e comportamentos frente a diferentes situações são criados.

Ter consciência do que acontece dentro de nós faz parte do nosso processo de autoconhecimento e isso nos dá a oportunidade de entender e de encontrar estratégias que sejam efetivas para lidarmos com tudo isso.

Alimentos para uma vida harmoniosa

Eu acredito que, além de estarmos atentos às emoções, precisamos cuidar e colocar a nossa “engrenagem da vida” em movimento, ou seja, se todos os dias a gente puder alimentar a nossa mente, o nosso emocional, o nosso físico e o nosso espiritual, certamente colheremos uma ótima sensação de prazer e de bem-estar, porque quando tivermos o domínio dessas quatro áreas, elas trabalharão juntas para nos ajudar a administrar e viver a vida de uma maneira mais harmoniosa e equilibrada.

Talvez você se pergunte: como alimentar cada uma dessas áreas. E a resposta é bem simples.

Para a mente, procure todos os dias aprender algo novo, leia, estude, tenha pensamentos positivos.

para o emocional, faça atividades que te deem prazer, esteja com familiares e amigos, ouça música, cozinhe algo que goste, pinte, dance.

Para o físico, cuide das suas horas de sono, faça atividade física, alimente-se de maneira saudável.

Por fim, para o espiritual, pratique yoga, medite, faça suas orações, contemple a natureza, porque certamente você colherá uma ótima sensação de equilíbrio que te manterá produtivo e saudável para enfrentar os desafios e usufruir das boas coisas da vida.

Coaching no desenvolvimento emocional

Porém, é fato que às vezes, mesmo fazendo tudo isso, a gente percebe que tem uma meta a ser conquistada e que sozinhos talvez demoremos muito tempo para chegar aonde queremos, ou talvez não consigamos evoluir e avançar como pretendíamos. Como resultado, percebemos que precisamos do suporte de um profissional experiente para nos apoiar e nos guiar em um processo de descobertas e de realização.

O Coaching é uma das metodologias que pode apoiar você a sair do “Ponto A” e chegar no “Ponto B”, porque ele é um processo estruturado, com ferramentas cientificamente validadas que ajudam as pessoas em seus processos de descobertas dos seus potenciais, das suas habilidades e das suas atitudes que precisam ser lapidadas ou adquiridas, ampliando a autoconsciência, a reflexão nos seus pontos fortes, e ajuda a desenvolver seus comportamentos, potencialidades, possibilidades e recursos necessários para se construir o futuro que se deseja.

Em um processo como esse, a pessoa passa a ter clareza de como percorrer essa jornada e, com isso, passa a adquirir força e coragem para enfrentar e superar os desafios internos que muitas vezes a impede de seguir em frente.

O Coach

É importante saber que o processo de Coaching deve ser conduzido por um profissional especializado, com formação e certificação específica. Ele deve ser uma pessoa comprometida com o seu desenvolvimento pessoal e profissional e por isso dever estar sempre estudando e se atualizando para oferecer o melhor suporte para o seu cliente. Esse profissional é chamado de Coach.

Existem outros tipos de processos que contribuem com o autoconhecimento e desenvolvimento humano, como a Terapia, a Mentoria e o Treinamento, porém, cada um tem uma metodologia própria que também exige um grau de conhecimento e especialização diferenciado.

Vamos entender as diferenças:

No processo de Coaching utilizamos perguntas e diferentes técnicas para ajudar a provocar reflexões no cliente com base em seus conhecimentos e suas experiências, sempre com foco no futuro desejado. A relação entre o profissional e o cliente é de parceria, na qual o cliente é especialista na sua vida e o Coach é especialista na metodologia/processo.

Na Mentoria, apesar de também possuir foco no futuro desejado, ela tem por princípio ajudar o cliente a solucionar um problema, um tema ou uma questão com base no conhecimento e experiência do Mentor, e a relação é de ascendência, já que o Mentor é o especialista naquela situação, tema ou problema trazido pelo cliente.

Já a Terapia tem o objetivo de descobrir as causas de problemas, que frequentemente estão relacionados ao passado e que estão impedindo o cliente de seguir adiante. Normalmente o terapeuta é procurado quando o cliente está em uma fase em que precisa resolver uma dor ou uma perda.

E o Treinamento tem o objetivo de ensinar algo, logo os temas são pré-estabelecidos e há uma agenda própria com foco no conteúdo a ser transmitido, diferente de um processo de Coaching, no qual o foco está na pessoa do cliente e os temas são flexíveis e tem o objetivo de atingir a meta desejada.

Será que Coaching é pra você?

Sendo assim, se você tem uma meta a ser alcançada, como por exemplo, ter uma comunicação mais clara e assertiva em um prazo determinado e está disposto a assumir o controle dessa mudança, estando aberto a abrir mão dos comportamentos que te impedem ou limitam o seu sucesso em atingir esse objetivo, e ainda, se você está pronto para testar novos conceitos e viver novas experiências, você sim, está pronto para iniciar uma jornada de Coaching.

Por fim, tenha sempre claro para você que, quando cuidamos do nosso autoconhecimento, das nossas emoções, colocamos a nossa engrenagem da vida em movimento e contamos com o apoio de pessoas e profissionais especializados, percebemos que somos um ser único e completo e que todas as áreas da nossa vida estão interligadas e são muito importantes.

Assim, também podemos perceber que somos seres sociais, que não fazemos nada sozinhos, e que o apoio, bem como o suporte de outras pessoas em nossa vida, faz com que ela ganhe um significado maior e um sentido muito especial.

Pense nisso!

Desejo um grande sucesso na sua jornada da vida!

Grande abraço, Marcia Sales Longaretti

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Marcia é profissional de desenvolvimento humano com mais de 28 anos de experiência, tendo atuado nos mercados farmacêutico, de tecnologia da informação, metalúrgico e consultoria. Atuou como executiva de RH, Vendas e Marketing, e nos últimos 8 anos vem desenvolvendo projetos nas áreas de Coaching, Assessment, Mentoria e Desenvolvimento de liderança. É psicóloga de formação, com MBA em Administração Estratégica pela FIA/USP, com curso em liderança com foco em Inteligência Emocional pela Case Western Reserve, pós-graduanda em Liderança e Gestão Estratégica de Pessoas pela FIA/USP, com cursos e especialização em processos de Coaching pela Erickson Coaching International (Vancouver/Canadá) e NLI – Neuroleadership Institute Brasil.

Fale com a Marcia: (11) 98088-0008 | Conheça a Wisdomway: www.wisdomway.com.br

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Imagem de Gordon Johnson ✨