A pandemia e o desejo de mudar de carreira

Planejamento de Carreira

A experiência que vivemos durante a pandemia nos trouxe à tona um novo jeito de experimentar o trabalho, e junto com ele as reflexões sobre qualidade de vida e Propósito. Com isso, os profissionais passaram a valorizar mais o tempo, a saúde e o bem-estar.

Reflexo da pandemia em nossas vidas

Em uma pesquisa realizada pela consultoria RH EDC Group, 91% dos respondentes apontaram que durante a pandemia mudaram o Propósito de vida ou que perderam o interesse pela sua área de atuação atual (53%).

Na mesma pesquisa, notamos que o cenário da pandemia pôs em evidência o tema “equilíbrio entre vida pessoal e profissional”. São 62,3% de profissionais que apontam estar valorizando mais as oportunidades de trabalho que proporcionem esse equilíbrio.

Esse contexto de questionamentos traz a atenção dos profissionais quanto a insatisfação e infelicidade, principalmente no ambiente corporativo, em que 36,7% das pessoas relatam estarem infelizes no trabalho ou que gostariam de fazer algo diferente do que fazem hoje (64,2%), conforme pesquisa realizada pelo aplicativo Survey Monkey.

A insatisfação e infelicidade no trabalho é o que desperta no profissional a necessidade interna para uma mudança de carreira. E em você, a pandemia despertou um desejo de mudar de carreira?

Um estudo realizado pela Microsoft apontou que 41% dos profissionais consideram deixar o trabalho atual ainda este ano. E 46% deles planejam uma mudança maior ou uma transição de carreira.

Microsoft pesquisa
Microsoft pesquisa -Trabalho híbrido (2021)

Esse está sendo um processo muito comum no mundo “pós-pandemia”. Fomos cutucados por algo que nos forçou a olhar para dentro, a refletir sobre o que estamos fazendo da nossa vida, a questionar nossas escolhas até aqui e colocar em xeque os passos a partir de agora.

Minha própria experiência com a pandemia

Eu mesma passei por esse processo durante o auge da pandemia que vivemos. Comecei a questionar porque estávamos vivendo isso tudo. Busquei algumas respostas alternativas que pudessem explicar o que essa situação estava querendo ensinar para a humanidade, ensinar para mim.

Nessa busca por respostas fui desenvolvendo mais autoconhecimento, e foi inevitável o momento em que percebi que o que eu estava fazendo até então não era o que eu queria continuar a fazer no longo prazo.

Nesse olhar para dentro, vemos coisas que não gostamos ou não sabemos lidar, como a necessidade de fazer mudanças se quisermos ter uma vida de realização e felicidade. Na minha experiência, essa descoberta do que eu não queria mais foi um incômodo desesperador, pois eu enxergava que o que eu não queria, mas ainda não via o que e como poderia ser. Então eu vivi com esse desespero por algum tempo até perceber e aceitar que precisava de ajuda para dar os próximos passos para mudar.

E mudar pressupõe fazer escolhas, agir numa direção nova, na direção de algo desconhecido. E é aqui que muita gente fica sem ação, porque sente medo.

Sempre vai dar medo!

  • Medo porque não sabe o que fazer com essa descoberta
  • de não saber escolher e não tomar a decisão certa
  • de mudar e dar errado
  • de se arrepender
  • Medo de abrir mão do confortável, seguro e já conhecido
  • de não ter apoio das pessoas próximas
  • do que as pessoas vão pensar
  • de começar do zero
  • de perder tudo o que construiu até ali, como experiências, conhecimento etc.

Aliás, quando falamos do medo de perder tudo o que foi construído, podemos trazer aqui o sentimento de culpa que acompanha as pessoas que percebem que é hora de mudar.

Desejo de mudar x Sentimento de culpa

A culpa vem da crença de achar que não se tem o direito de se sentir infeliz: “tem tanta gente sem emprego e eu aqui reclamando”, é assumir a culpa de uma situação externa e sobre a qual não temos controle. Ou culpa por pensar em deixar um trabalho que alguém nos ajudou a conquistar: “Estou aqui graças ao Fulano, sair agora seria muita ingratidão” ou “fiz faculdade com muito custo e ajuda de Fulano, não posso jogar meu diploma no lixo”, etc.

A sensação de estar abandonando tudo o que conquistamos no passado, o apego a um trabalho que foi bom e fez sentido até certo ponto, mas agora não faz mais: uma gratidão que aprisiona.

É a ideia de começar do zero que desespera, o que não é verdade, pois de onde estamos podemos dar um passo para trás, mas jamais começar do zero. É o desespero que nos cega em relação a isso.

O medo acontece porque não sabemos o que nos espera do outro lado. É puramente um mecanismo de defesa do nosso cérebro para evitar que nos coloquemos em situações de risco.

Mas o cérebro não sabe diferenciar situações reais de risco de vida e situações das quais não vamos morrer de fato, e que podemos gerenciar e mitigar riscos. Se há dúvida, ele nos manda esse sinal, o medo, que nos paralisa e, como consequência, nos impede de ter as experiências necessárias para o nosso crescimento e nossa evolução.

O primeiro passo rumo ao seu Propósito

Existe uma forma de atenuar todo tipo de medo, diminuir seu volume e aumentar a força da coragem, essa forma é o Planejamento de Carreira!

Antes de chegar nessa etapa é necessário voltar lá no processo de olhar para dentro, o autoconhecimento. É ele que vai ser base para todo o processo decisório e trazer a segurança que seu plano precisa, logo, deixar o seu cérebro mais tranquilo para dar os primeiros passos.

O autoconhecimento para carreira permite que identifiquemos nossas insatisfações, o que está nos deixando infelizes e o porquê. Essa é a primeira investigação que precisa ser feita, e, a partir dela, começar a construir o que se deseja.

Com a investigação da insatisfação, tomamos consciência do que não queremos mais. E o próximo passo é aprender de nós mesmos(as) o que de fato queremos. Lembra que eu comentei que não saber o que se quer, quais caminhos a seguir, pode ser desesperador? Nessa etapa do autoconhecimento, começamos a dissipar o desespero e dar luz a novas possibilidades.

Aqui é necessário ir a fundo para sabermos quem somos: o que gostamos, nossos interesses, quais são nossas habilidades, nossos pontos fortes. Entender o que queremos, quais são os Valores que não abrimos mão, o estilo de vida que queremos a partir do trabalho que temos.

Nossos interesses, o que gostamos e nossas habilidades estão muito ligados ao senso de Propósito, nossa contribuição, é a forma como oferecemos o nosso melhor para o mundo. E nossos Valores e como queremos viver, são o equilíbrio que buscamos entre as necessidades de cada aspecto da nossa vida: família, relacionamentos, saúde, lazer e diversão; o que chamamos de estilo de vida. E foram nesses pilares que a pandemia nos provocou, são nesses pontos que deixamos de prestar atenção quando desviamos o nosso olhar de nós mesmos(as) e vivemos a vida no piloto automático. Por isso é tão importante começar por aqui.

A liberdade de ser reflexo de suas escolhas

Depois de passar por todo esse processo que compartilho aqui, pude fazer novas escolhas e tomar minhas decisões de carreira de forma mais consciente e segura. Hoje eu estou nesse lugar de proporcionar às pessoas acesso a esse autoconhecimento que leva à realização e felicidade no trabalho.

Com base nessa experiência, não apenas na vivência mas no processo em si, e aliado ao que eu estudei tecnicamente, desenvolvi esse método: As três bases de autoconhecimento profissional: Interesses, Habilidades e Valores. Trata-se de uma reflexão em que passamos a nos conhecer melhor, entender como agimos, porque determinadas atividades ou contextos nos deixam irritados(as), ou esgotam tanto nossas energias, enquanto outras atividades, por mais que passemos horas dedicadas a elas, nos fazem sentir bem, satisfeitos(as) e produzindo com qualidade.

Essa consciência de nós mesmos(as) traz compreensão à nossa insatisfação, e paramos de nos culpar por nos sentirmos dessa forma.

Agora sim, entendendo e compreendendo nossa essência, podemos pensar em construir um novo caminho que faça sentido e esteja alinhado com quem somos.

A pandemia e o desejo de mudar de carreira?

O sentimento e a experiência de viver a insatisfação profissional, por qualquer que seja a razão, pode parecer uma situação insolúvel, um beco sem saída. Isso acontece porque, enquanto estamos inseridos(as) no contexto, sem referências de outras formas de viver o trabalho, sem espaço para compartilhar o que sentimos, sem tempo para refletir e cuidar de nós mesmos(as), o caminho que estamos parece ser a única opção.

Por isso, se você está vivendo esse cenário, considere parar e olhar por outros ângulos, conheça pessoas fora do seu ambiente diário, fale de outros assuntos do seu interesse, busque apoio mesmo que ele não venha das pessoas mais óbvias e, principalmente, considere buscar ajuda profissional por meio de psicoterapia, mentores na sua área e coaching de carreira.

Eu tenho a crença de que o trabalho pode ser leve e alinhado ao que te faz feliz. Gostaria que você também considerasse olhar para o trabalho dessa forma.

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Valéria é Coach e Mentora de Carreira, com foco no processo de escolha, tomada de decisão e planejamento de carreira. Certificada pela Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC). É formada em Psicologia com MBA em Liderança e Gestão de Pessoas.

outras fontes: https://forbes.com.br/carreira/2022/05/pos-pandemia-pesquisa-mostra-que-metade-dos-profissionais-quer-mudar-de-area/

Gosta dos temas Propósito e Autoconhecimento? Leia estes artigos:

>> Propósito de Vida, o amor como condutor de @nelio-bilate

>> Por que nos esquecemos que somos gente? de @andrea-regina

Agradecimento pela imagem: pixabay ✨

No fundo do poço pode haver um trampolim …

No fundo do poço pode haver um trampolim ...

Quando a Andréa me convidou para escrever no blog da friendsBee sobre meu colapso emocional, eu fiquei um pouco reticente… não porque apresento alguma dificuldade em abordar o tema, mas porque sempre o abordei de forma oral e informal… aqui está sendo a primeira vez que o farei de forma escrita.

É um assunto tão denso, profundo, com repercussões que ainda venho digerindo desde então… eu me sinto tentando colocar uma baleia em uma lata de sardinha.

Contudo, aceitei o desafio e agora vou encará-lo: tentarei escrever de forma mais narrativa, tentando evitar eventuais juízos de valores. Gosto muito do que li de Immanuel Kant, no seu livro “Crítica da Razão Pura”. Ele nos remete à ideia de que não temos acesso à realidade objetiva (a qual ele cunhou o termo “coisa em si”), mas sim aos “fenômenos”, que são as experiências da mente originadas a partir da realidade objetiva. Assim, reconheço que o que ocorreu comigo vem sofrendo inúmeras transformações ao longo do tempo.

Eu estava na altura dos meus 40 e poucos anos, executivo de uma empresa se internacionalizando e tinha essa expansão internacional como uma das minhas responsabilidades. Trabalhava em uma startup com menos de uma década de existência, mas com grandes conquistas: mais de 300 colaboradores, com serviços lançados com as marcas de todas as Telcos brasileiras, algumas cadeias varejistas e outras Telcos pela Argentina, Chile e México. Os fundadores eram (e são até hoje), além de grandes amigos, pessoas inspiradoras, as quais admiro muito pela visão de mundo e capacidade produtiva.

Algo não encaixa…

Poderia me considerar uma pessoa bem-sucedida, com muitos amigos, uma vida social bem agitada, mas sentia que havia alguma coisa que não se encaixava. Entretanto, por mais que olhasse em volta, só conseguia enxergar motivos para me sentir grato. No entanto, tinha uma dificuldade imensa de acordar às segundas-feiras. Por incontáveis vezes, eu entrava no meu quarto na sexta-feira à noite e só saía dele na segunda ou na terça, com muita força de vontade.

Aos poucos, fui organizando a minha vida para trabalhar mais de casa, aproveitando-me do bom relacionamento que conquistara na empresa. Comecei utilizando esse artifício durante as manhãs de segunda-feira, que logo passaram para o dia todo. Algumas semanas eu me atrevia a abusar dessa confiança e acabava ficando em casa também na terça-feira.

Até que, em uma determinada sexta-feira, entrei no meu quarto, desliguei meu celular e não consegui me reconectar ao mundo por mais de 2 semanas. Esse isolamento só foi interrompido pela minha irmã, que saiu de Ribeirão Preto e viajou até o meu apartamento de São Paulo, ameaçando arrombar a porta se eu não atendesse. Nesse período de isolamento, eu fiz todas as elucubrações que me pareceram possíveis e “mais adequadas” para finalizar minha jornada na dimensão terrena.

A importância da família

Minha irmã me resgatou em São Paulo e me levou para Ribeirão Preto, diretamente para o consultório de um psiquiatra que já aguardava minha chegada para encaixe na agenda. Foi uma consulta rápida, com poucas perguntas, que resultou na prescrição de um antidepressivo e um atestado para apresentação na empresa que trabalhava (esse último, a meu pedido). O atestado foi bem objetivo e lacônico: eu me lembro apenas que recomendava o meu afastamento por 45 dias, devido entre outras razões à apresentação de “tendências suicidas”. Eu me encontrava tão devastado à ocasião, que nem me importei muito em compartilhar esse tipo de atestado com o RH e meus gestores na empresa.

Estávamos em agosto de 2016 e a empresa me manteve em seu quadro de funcionários até dezembro daquele ano, quando, por minha própria iniciativa, achei por bem pedir meu afastamento definitivo por entender que aquela vida que eu vivia não caberia mais no meu futuro. A decisão me pareceu correta em termos éticos, mas a falta de perspectiva do que faria da vida dali em diante me jogou novamente para dentro do meu quarto (desta vez, em Ribeirão Preto).

A importância dos amigos

Ao final de janeiro de 2017, recebi a visita de dois amigos de infância. Eles me fizeram tomar um banho e me levaram para dar uma caminhada no parque. Durante a conversa, um deles me perguntou se eu aceitaria conversar com o psicanalista dele. Eu me dispus a encontrá-lo, mas adiantei que sem renda, não poderia me comprometer com qualquer tratamento. Ele só me disse: “um passo de cada vez. Primeiro, vamos ver se você gosta dele e ele de você.”

Marcamos a consulta, fui conhecê-lo e conversamos por quase duas horas. A conversa foi excelente, mas, com a falta de visibilidade de como poderia dar continuidade ao processo, não me permiti muita empolgação. Passaram-se algumas semanas e recebi a visita deste amigo novamente, que me deu a notícia mais emocionante da minha vida até então: ele havia juntado 15 amigos em comum que se cotizaram para me dar de presente 1 ano de psicanálise.

O trampolim

A partir dali iniciei uma profunda caminhada ao autoconhecimento, o qual penso ser uma base sólida onde eu posso construir melhores métodos para lidar com meus diversos sentimentos, de forma a privilegiar a gratificante sensação de “estar de bem com a vida”.

Este texto sintetiza uma longa noite escura: o primeiro contato com meu mundo interno. Esse episódio, por mais duro que foi vivenciá-lo, colocou-me de forma despida, permeável a novos vértices e aprendizados profundamente significativos. É muito comum criarmos personagens para nós mesmos e acreditarmos que somos esses personagens, distanciando-nos de nossas essências, até que não seja mais possível identificar quem somos, ou melhor ainda, quem podemos ser. No meu caso, por exemplo,

noto que minhas memórias anteriores ao colapso emocional são muito turvas … como um sonho esfumaçado … é como se eu estivesse vivendo a vida de outra pessoa … um espectro de mim mesmo …

Posso afirmar que nutro profunda gratidão por esse episódio. Não consigo me imaginar em uma posição melhor do que estou hoje, se não tivesse vivenciado tudo isso. Foi necessário para desconstruir vários dos meus dogmas e abrir espaço para uma caminhada mais frutífera e construtiva de vida.

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André é sócio fundador de uma produtora de cinema, uma empresa de consultoria e trabalha como executivo de uma grande empresa de tecnologia.

Acima de tudo, um entusiasta do autoconhecimento enquanto jornada reveladora para nortear melhor as nossas escolhas, decisões e renúncias do dia a dia.

>> Gostou? continue a sua reflexão com o artigo “Quantas vidas você tem”, da fundadora da friendsBee, Andréa Destri

>>> Agradecimento pela imagem: Benjamin Sow ✨

Quantas vidas você tem?

Quantas vidas você tem?

Te convido a fazer comigo esta reflexão: Quantas vidas você tem? Estranhou a pergunta?
As palavras têm força. Elas representam energia e intenção. Se você tem mais de 30 anos deve ter notado que várias cantigas infantis mudaram suas letras… justamente porque as palavras têm força. E não se trata de ser politicamente correto, mas de se expressar com a intenção correta, ou seja, dizer o que você quer dizer.

 E aí, lembrou de alguma música?
Que tal o “atirei o pau no gato, mas o gato não morreu”. Cruzes, que horror! Você repreenderia seu filho se o visse maltratando os animais, mas crescemos cantando isso.
As palavras têm força!


E o bolo nêga maluca?
Por mais folclórico que sejam e não retratem um preconceito ou psicopatia de quem canta ou pede a sobremesa, as expressões normalizam as ações.

Vamos agora para o mundo corporativo.
Você usa a expressão “vida pessoal e vida profissional?”
Huuum… pensando?

Então, quantas vidas você tem?

Comecei a trabalhar nos anos 90 em RH, que, a propósito, tinha acabado de ganhar este moderno nome. Uma transição do DP ou Departamento Pessoal. Eu trabalhava numa indústria onde batalhei para implantar o conceito de treinamento para aumento de produtividade, uma revolucionária ideia de que as pessoas deveriam entender a razão das regras para segui-las. Bem, consegui!  Montei a área de RH. Durante anos coexistimos na empresa, DP e RH. Contando isso hoje soa estranho, não?

Bem, nesta mesma época o conceito de gestão moderna trazia expressões como “vestir a camisa” e, a adaptação que mostrava ainda mais comprometimento, “suar a camisa”.
Uma outra expressão que surgiu naquela época e eu orgulhosamente defendia era: “entrou na empresa, sua vida pessoal fica do lado de fora”. Olha, ainda bem que prefiro ser uma metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo… salve Raul.

As expressões acima, que forjaram as crenças da geração X, induzem a colocar o trabalho em 1o lugar, tanto acima da família, como da saúde, do lazer. Verdade! Férias? Quantas vezes o “vender os dias” demonstrava comprometimento? E sobre o horário de trabalho? Ser o 1o a chegar e o último a sair. Se você virasse a noite então era a estrela, a referência.
E assim, fomos reforçando o conceito de vida pessoal e vida profissional.

Mas, volto a perguntar: Quantas vidas você tem?

Bem, eu só tenho uma.

Vida Integral

Uma vida única, requer coerência. Não é possível, por exemplo, se dizer uma pessoa ética e continuar trabalhando para uma empresa corrupta. Ou ser vegano e trabalhar no comércio de animais. Assim como não é possível trabalhar em uma empresa que defenda a diversidade e inclusão, mas em uma discussão, a pessoa usar argumentos preconceituosos.

Recentemente assistimos à três casos onde as empresas tomaram a decisão de demitir em função de comportamento fora do ambiente corporativo, mas que feriam os Valores corporativos.

O primeiro foi o de uma executiva que mantinha uma idosa em sua residência em situação análoga à escravidão. O segundo caso foi em julho 2020 onde a profissional ofendeu com a intenção de humilhar um fiscal da Prefeitura do Rio de Janeiro que fazia seu trabalho com muita educação, orientando sobre a não aglomeração nos bares cariocas. E o terceiro, em abril deste ano, quando a empresa demite um funcionário por comentários racistas no blog de um ex integrante do BBB21.

Coerência! 

Ficou claro não é mesmo?  A vida é única, integral, indivisível.

Uma vez que temos uma única vida, onde todos os nossos papeis sociais devem coexistir em harmonia em benefício da nossa saúde integral, que tal pararmos de dividir a Vida?

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Andréa é idealizadora da friendsBee, startup criada com o Propósito de “Construir um mundo mais feliz” e, para tal, atua com Saúde Emocional como forma de prevenção à doenças físicas e transtornos mentais.

> Casos citados:

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/06/26/avon-afasta-executiva-que-mantinha-idosa-em-situacao-analoga-a-escravidao.htm

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/07/06/empresa-demite-funcionaria.htm

https://extra.globo.com/economia/empresa-de-alimentos-demite-funcionario-por-comentario-racista-em-rede-social-contra-joao-do-bbb-21-rv1-1-24960861.html

>> Outros artigos da autora:

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>>> Imagem: Chris Lawton ✨