Onde nasce a sua Saúde Mental? #janeirobranco

Alguma vez você já pensou sobre esta questão? Vamos fortalecer a campanha #janeirobranco refletindo sobre Saúde Mental pela perspectiva da paz.

Há várias literaturas sobre o saúde mental, e na grande maioria nos alertam sobre como outras pessoas nos impactam. Empresas investem parte do curto orçamento no desenvolvimento de líderes, em ações de bem-estar, em assistência médica. Enquanto que, a única forma de se conquistar Saúde Mental é de dentro pra fora e não de fora pra dentro.

É a forma pela qual me relaciono com o mundo que este reage às minhas ações.

A vida nos dá lições todos os dias e, quando não estamos distraídos, temos chance de aprender.  Assim, trago uma lição da prática de tênis. Exercício de bater bola no paredão, para controle de força e direção.  A primeira coisa que o técnico me fala “a bolinha volta com a força que você bateu”. Quando batia muito forte, a bolinha me agredia e quando batia muito fraco, voltava sem energia. Esta aula foi há uns bons anos, mas o aprendizado muito depois, quando eu percebi que era uma lição para a vida.

Um Olhar Antropológico

Mas o que é antropologia?

O termo antropologia deriva das palavras gregas “anthropos” (ser humano) e “logos” (ciência, estudo, conhecimento) e significa o estudo do ser humano. O objetivo da Antropologia é buscar um entendimento amplo, comparativo e crítico dos seres humanos, seus conhecimentos e formas de ser. Tem seu foco de interesse voltado para o conhecimento do comportamento cultural humano, adquirido por aprendizado social.

A verdade é que, desde Caim e Abel, sabe-se que a raça humana tende a resolver seus conflitos pelo uso da força, eliminando, se possível, sua fonte de raiva e frustração por não conseguir o objeto de desejo. 

Passados milênios do homo sapiens, o comportamento primitivo se mantém. Duvida? Dados do PNUD indicam o século XX como o de maior número de assassinatos da História. Como base comparativa, o século XVI matou 0,32% da população mundial, o século XVIII 0,92% e o século XX 4,35% (!). Apenas a guerra civil da República Democrática do Congo dizimou 7% da população local (!!).

O modelo mental do Homem, como raça, é pela opção da violência como resolução de conflitos. Violência, como se sabe, é campo de devastação, onde ou gera mais violência – “na terra do olho por olho todos ficam cegos” ou da subserviência, onde não há solo fértil para a criatividade ou expressão da liberdade. Em ambos os resultados, neste modelo mental de baixo desenvolvimento emocional, não há Saúde Mental.

Dor emocional pode produzir violência

O fato é que quem causa dor, está em dor.

Trazendo este modelo mental para nossa vida cotidiana, trago apenas dois exemplos e o/a convido a pensar em outros.

Quando no trânsito alguém faz uma “barbeiragem” e o outro buzina estridentemente ou xinga ou provoca o ser que errou, é exemplo de violência. Mas por que reagir assim? Pelo princípio de que o outro quis dar uma de “esperto”, me irritou, tirou uma fração de segundo da minha agenda. Não importa. É o modelo mental da violência.

Outro exemplo? Feminicídio. Homens que matam seu objeto de desejo pela sua raiva interior, culpando a mulher pela dor que é dele.

Acredito que todos os casos de violência, desde uma simples discussão à agressão física, são oriundos de uma dor interna, que se tenta sanar atingindo a pessoa que se entende ser a razão da sua dor. O Causa a dor (causador).

Então, Onde Nasce a sua Saúde Mental?

Na paz. 

Como pregou o mestre da paz, Gandhi “o mundo terá paz quando esta residir em cada ser”.

E como ter paz?  Pelo autoconhecimento e autodesenvolvimento. A jornada da vida é sobre ser quem se é na plenitude. Por isso é jornada. Citando o filósofo Cortella, “Não nascemos prontos”.  Nos desviamos deste caminho perseguindo uma vida perfeita, o padrão de sucesso propagado pela mídia, nos comparando com outra pessoa. Modificamos nossa essência para nos comportarmos com o padrão social imposto. Deixamos o Ser pelo Parecer. Não há saúde mental neste comportamento. Para se ter saúde mental é preciso ter saúde emocional.

No entendimento de nossas emoções e sentimentos está a chave para o estado de paz, que leva ao conceito de Felicidade

Um exercício que recomendo e que aplico, é o de se auto perceber. Logo que me dou conta que algo não está em harmonia dentro de mim, paro e analiso o que estou sentindo. Nomino o sentimento. Ah, estou irritada – porquê? Se eu colocar a culpa em alguém eu sei que não é a resposta, porque o sentimento é pessoal. Ninguém diz como você deve se sentir. Pessoas reagem diferentemente ao mesmo estímulo dependendo das suas crenças e valores e de seu estágio de desenvolvimento.

“Quem está bem, faz o bem”

A friendsBee foi criada com o propósito de “construir um mundo mais feliz” e atua como uma facilitadora do autoconhecimento, dando espaço seguro, anônimo e confidencial para que você possa compartilhar aquele incômodo sem ressalvas, ou seja, sem receio do julgamento social e sem o risco de receber um rótulo.  Ao expor sua angústia você tem 3 ganhos imediatos:

  • aliviar a pressão emocional que sente dentro de você,
  • clarear seu pensamento racionalmente, pela fala e
  • receber apoio de outras pessoas que compartilham contigo as próprias experiências no tema que te aflige.

Compartilhar experiências é uma forma de evolução no autoconhecimento. Ao parar para expor à outra pessoa o que você viveu, sentiu e aprendeu, reanalisa-se a situação com a bagagem de todo conhecimento atual. É um sentimento de auto-orgulho, que potencializa a confiança em si. E mais! O reconhecimento conferido por outra pessoa por tê-la ajudado, libera oxitocina, um dos quatro hormônios do prazer.

O entendimento das próprias emoções vai fortalecendo a sua jornada na vida, onde o estado de harmonia, de bem-estar, vai aumentando em proporção aos seus momentos de dor emocional.

“Quem está bem, faz o bem”, é o que prega a friendsBee. E é assim, pelo bem-estar individual que construímos um mundo mais feliz.

Andréa é sócia fundadora da friendsBee. Em sua jornada de vida fez uma inflexão na carreira com o propósito de expandir a atuação, influenciando a mudança que ela quer ver no mundo corporativo. Assim, atua também como Conselheira e Consultora.

Referências citadas pela autora:

https://www.infoescola.com/ciencias/antropologia/

https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/library/idh/relatorios-de-desenvolvimento-humano/relatorio-do-desenvolvimento-humano-20005.html

Mario Sergio Cortella – Site Oficial (mscortella.com.br)

https://www.instagram.com/p/CHYIQu5JJfN/?utm_source=ig_web_copy_link

https://www.janeirobranco.com.br

Você quer ser um SuperAger?

Superagers

Passar dos 80 sem doenças crônicas ou degenerativas: não é essa a velhice dos sonhos? Pois é! Esses felizardos, que hoje não chegam a um terço dos idosos no mundo, são denominados SuperAgers.

Estudos demonstram que este grupo perde mais lentamente o volume cerebral do que a maior parte das pessoas, o que possivelmente explica sua blindagem à demência. Além disso, o cérebro delas é maior e mais conectado em áreas relacionadas à memória, aprendizado, armazenamento e recuperação de informações, ou seja, ele se reorganiza e se expande com o uso.

Mas, como chegar lá desse jeito?

A neurocientista Emily Rogalski, PhD, lidera o grupo de estudos da SuperAging na Northwestern University de Chicago e, com base em suas pesquisas, cita algumas dicas importantes que podem nos levar a esse caminho.

A primeira delas é a prática de atividades físicas de forma constante, ou seja, de duas a três vezes por semana. Nada muito complicado: pode ser uma caminhada ou algum esporte que você goste! O ideal é que você mescle atividades aeróbicas com um pouco de musculação. Mas isso deve ser um hábito, incorporado na sua rotina. Os exercícios físicos regulares, além de contribuírem para o fortalecimento muscular e reduzirem o risco de quedas na velhice, favorecem o desempenho do organismo e a manutenção do peso.

Por que a manutenção do peso é importante?

Diversos estudos mostram que a obesidade é um dos grandes fatores de risco para diversas doenças cardiovasculares, osteomusculares e metabólicas, além de distúrbios de ordem emocional. No caso do Alzheimer, por exemplo, a redução do fluxo sanguíneo, proporcionada pela obesidade, têm sido associada ao aumento de casos da doença. Além disso, temos que nos preocupar com outros perigos como diabetes, doenças cardíacas e questões físicas que causam dificuldades de mobilidade na velhice.

Falando em saúde, você tem realizado o seu check up com regularidade? Uma avaliação médica ampla e periódica é importante para monitorarmos a nossa saúde. Problemas relacionados a insônia e falta de energia, aspectos decisivos para uma longevidade saudável, podem estar relacionados a instabilidades hormonais e são bem simples de serem resolvidos. Não descuide de sua saúde!

A segunda dica importante diz respeito à nossa atividade cerebral: temos que manter o cérebro alerta! Pense no seu cérebro como um músculo que precisa ser estimulado. Existem várias maneiras de fazer isso, seja através de leituras, debates, jogos, condução de projetos ou desafios. O importante é sair da sua zona de conforto!

Quer alguns exemplos?

Enquanto caminha, tente memorizar algumas coisas, como por exemplo os nomes das ruas por onde passa. O movimento estimula a nossa memória! Outra dica interessante é procurar aprender coisas novas: nosso cérebro adora desafios! Faça aquele curso de francês que você tem adiado, ou aquela aula de zumba que sempre quis fazer! Atividades de aprendizado em grupo são ainda mais ricas, pois nos ajudam a ampliar várias competências, e se forem divertidas, os ganhos são maiores em função da liberação da serotonina em nosso organismo.

Falando em serotonina, você sabe por que ela é chamada de “hormônio da felicidade”? A serotonina é um neurotransmissor encontrado no sistema nervoso central, trato gastrointestinal e plaquetas, tendo entre suas funções principais a de ajudar a equilibrar nosso humor, sono, fome e ansiedade. De acordo com a neurocientista PhD norte americana Candance Pert, cada um de nós tem dentro de si uma “farmácia de luxo a baixo custo” que não sabemos usar. No caso da serotonina, basta uma exposição diária de 20 minutos ao sol, a prática rotineira de meditação, o autocuidado e a ingestão oral de 5-HTP*, um aminoácido natural precursor da serotonina que pode ser receitado pelo seu médico.

Mais duas dicas pra você

Uma terceira dica diz respeito às nossas relações sociais. Os SuperAgers relataram investir muito nos relacionamentos. Estudos mostraram que a região da atenção no cérebro, repleta de neurônios responsáveis pelo processamento social, empatia e comunicação, é maior neles do que em idosos “normais”. Os estudos apontam para uma pontuação mais alta em relacionamentos satisfatórios e positivos por parte dessas pessoas.

Este aspecto é especialmente interessante, pois mostra a importância da qualidade dos nossos laços sociais, ou o quanto efetivamente investimos naqueles relacionamentos que nos fazem bem. Pense nos seus vínculos atuais e avalie se as pessoas que alegram a sua existência estão presentes em seu dia a dia. Se a resposta for negativa, mude isso e você terá resultados imediatos no seu humor e na sua vida!

A quarta dica é a moderação. Os SuperAgers não passam vontade de nada, mas não abusam. Isso serve para comida, bebida, sexo, trabalho, sono, estresse. Aliás, esse é um conselho que lembra um bordão publicitário, mas é um macete para a vida: aprecie com moderação!

Exercícios regulares, manutenção do peso, mente ativa, laços afetivos, autocontrole, essa é a bula para um envelhecimento ativo e saudável. Combater pensamentos tóxicos e manter conexões emocionais positivas nos preparam para ter uma velhice melhor, com o bônus de aproveitar o caminho durante a caminhada.

Refletindo sobre a pergunta inicial deste artigo, ingressar nesse grupo parece mais uma opção do que uma loteria: vamos tentar?

*não recomendamos automedicação

Fran Winandy é psicóloga, especialista em Programas de Transição de Carreira e Diversidade Etária.

Conheça mais em: https://acalantis.com.br/

A Saúde Emocional dos Profissionais de RH

Prazos apertados, alta competitividade, metas a serem batidas, cobranças excessivas… tudo isso faz com que a rotina de muitos profissionais seja de alto nível de estresse. Sabemos que a área de Recursos Humanos é a grande responsável por amenizar esses danos e cuidar da saúde dos colaboradores.

Mas a pergunta que fica é: quem se preocupa com a saúde dos profissionais de RH?

Em tempos de isolamento social devido a pandemia e trabalho remoto, a saúde emocional passou a ser uma das grandes preocupações das empresas. Além disso, se a OMS já previa que ansiedade e depressão seriam ainda mais prevalentes em 2020. O medo do vírus e o isolamento social só intensificaram esse processo. A chamada “Revolução Emocional”, protagonizada pelo RH, implementa uma nova relação entre empresa e funcionário.

Apesar de parte extremamente importante no processo, os profissionais de capital humano não devem ser os únicos responsáveis pelos cuidados com a saúde emocional dos colaboradores. Essa função deve ser dividida com a alta liderança da empresa através de desenvolvimento adequado de soft skills valiosíssimas em períodos como o que estamos enfrentando. Alguns exemplos de competências comportamentais que fazem toda diferença para se manter saudável emocionalmente e ajudar seus pares, equipe e colegas a enfrentar períodos de crise são: boa comunicação, empatia, gestão de expectativas e confiança.

Uma prova de que a saúde mental não deve ser apenas responsabilidade do RH é que investir em saúde emocional gera um bom ROI para as empresas. Funcionários sem qualidade de vida no trabalho, tendo sua saúde emocional acometida por estresse, ansiedade, depressão ou burnout, geram prejuízo para as empresas… funcionários felizes aumentam sua produtividade.

Não é incomum vermos empresas investindo em cuidados com a saúde mental dos seus funcionários. Consulta com terapeutas, atendimento psicológico reembolsado, e até mesmo empresas especializadas sendo contratadas para auxiliarem os profissionais de RH em como lidar com questões de saúde emocional da empresa como um todo.

Algumas empresas também estão investindo em lives com profissionais de saúde, que orientam e dão dicas em como manter a saúde emocional em dia. Estímulo a prática de exercícios também é sempre bem-vinda.

Fato é que os profissionais de RH devem redobrar sua atenção em relação ao bem-estar dos funcionários em épocas de crise como a que estamos vivendo com o Corona Vírus, mas não podem de jeito algum deixar de olhar para dentro e ver que são também pessoas que precisam de cuidado, descanso e um tempo para si.

Somente estando emocionalmente bem que ele poderá ajudar a todos a se sentirem da mesma maneira. 

Priscila Salgado é Managing Partner na Vertical RH – www.verticalrh.com.br

Home Life, saúde mental na quarentena

Home Life, saúde mental na quarentena

É preciso saber viver, já cantavam Roberto Carlos na década de 60 e o grupo Titãs na década de 90, é o que se chama de música atemporal, o que a faz ser tão pertinente ainda hoje.

Em tempos de pandemia, quarentena mundial, nós estamos obrigados a fazer tudo de nossas casas, é o que denominei de Home Life. Nada menos que 100% do tempo em família ou consigo mesmo, para aqueles que moram sozinhos. O que poderia ser considerado um sonho, se transformou num pesadelo e, com isso, surgiu uma questão predominante em todas as mídias “Como manter a saúde mental na quarentena?”. 

O fato é que a saúde mental vem se deteriorando de longa data, tanto que o tema tem sido capa de revistas de grande circulação e das dedicadas à área de Recursos Humanos. Só no Brasil o afastamento do trabalho por burnout cresceu 114% em 2018.

Foi neste cenário que nasceu a friendsBee, startup cujo Propósito é Construir um mundo mais feliz, cuidando da Saúde Emocional na origem e, assim, prevenindo doenças físicas e transtornos mentais. Como analogia, atuamos tal qual a válvula da panela de pressão. Se entupida, a panela estoura causando um grave acidente. O mesmo se dá conosco. O acúmulo do sentimento de angústia causa pressão em nosso físico e na mente, estourando em algum momento, seja em uma simples dor de cabeça até uma úlcera, AVC, depressão, burnout

A friendsBee proporciona um espaço seguro, anônimo e confidencial para que as pessoas possam expor suas angústias sem ressalvas. Nós adultos contemos muito as emoções e guardamos os sentimentos, o que nos prejudica. Em pesquisa que realizamos, identificamos que os três principais motivos para isso são: medo de julgamento, vergonha e o receio de que o que eu contar pode ser usado contra mim no futuro. É como dizia o poeta Mário Quintana “Não te abras com teu amigo que ele um outro amigo tem”.

A quarentena desorganizou a rotina e trouxe todos os papeis da vida para dentro de casa, com um agravante, o medo. Medo de perder o emprego, de perder os clientes, de não conseguir trabalhar e pagar as contas, de perder as economias no caos do sistema financeiro, de adoecer, de perder entes queridos.

Todo medo vem da incerteza do futuro, causando ansiedade. Eu tomo o medo como realidade potencial e me imagino vivendo esta realidade.

Para lidar com esta situação a primeira parte a se organizar é a da própria cabeça. Entender o que é fato e o que é imaginação. Entender quais são todos os papeis que você vai desempenhar dentro de casa e organizar sua vida para dar conta deles, lembrando que o papel mais importante é aquele que você tem consigo. É como em turbulência aérea, onde primeiro você deve pôr a máscara em vocêDefina o tempo que você vai dedicar a você para se restaurar do cansaço físico e emocional. Eu, por exemplo, tiro uma horinha pra jogar homescapes. Sugestivo o nome, não?

São muitas as situações possíveis na sua casa e o desafio é o de conciliação dos papeis, lembrando que quando moramos com outras pessoas que também vivem diversos papeis na sociedade, inclusive as crianças, há que se criar um ambiente onde todos possam coexistir em harmonia. Sei que não é fácil, mas é necessário. Sugiro que se você que está lendo este artigo não é o mais organizado, o mais prático da família, proponha àquele que é este exercício. Pode ser feito de forma lúdica com as crianças, que vão entendendo a cada papel que os pais escrevem, como o tempo deve ser dividido e deve ser respeitado. 

Esta é de fato o que podemos chamar de oportunidade única e tão sonhada de estarmos em casa. Aproveitemos!

************************************************************

Andréa Destri, fundadora e presidente da friendsBee, saúde emocional, atua como Conselheira na BPW/SP, Mentora ABRH/SP e Membro da Comissão de Pessoas do IBGC

foto: freepick ✨