Violência Doméstica, Assédio Moral… vítima? Não mais!
Muito prazer…eu sou Alice Avelar. De Vítima à Protagonista…Essa é a minha história!
13 anos de casamento… 2 filhos…1 neta e, hoje, 7 anos após o divórcio, uma vida conquistada passo a passo com muito foco e determinação!
18 anos de Recursos Humanos…18 anos de experiências Corporativas…1 ano e meio de assédio moral no trabalho…7 meses de Burnout…1 ano de sabático….5 anos como Empreendedora …e ainda muitas experiências e aprendizados!
Eu tinha tudo que uma mulher busca na vida: Um casamento que parecia ser perfeito, uma vida estabilizada, um emprego dos sonhos. Mas, no meio da jornada percebi que não era bem assim.
O grande divisor de águas
Como em “casa de ferreiro o espeto é de pau”, sendo Psicóloga formada há anos, Coach de Carreira e Especialista em Comportamento Humano acreditava que, cuidando das pessoas eu estaria também automaticamente me curando. Só que não!
Entendi que precisava cuidar de mim e fui buscar uma terapia!!!
Nessa altura da vida, 40 anos de idade, comecei a me redescobrir, a voltar a encontrar com a minha essência…a me libertar de amarras que me prendiam e sufocavam. Eu estava casada com um cara super legal, que dominava as rodas de conversa, que fazia as pessoas se divertirem muito.
Aos olhos de todos os amigos e da minha família, ele era perfeito!!!
Quando iniciei a terapia, passei a “descascar” as camadas de minha vida, como se descascasse uma cebola. Sessão a sessão fui tomando consciência e dando luz a percepções que até então, estavam ocultas aos meus olhos.
O meu mundo perfeito começou a desmoronar!
O super companheiro, marido fiel e super presente, era na verdade um belo de um controlador e manipulador nato.
No início, comecei a negar a mim mesma que estava vivendo em um relacionamento tóxico e acreditei que estava ficando louca!
Eu me perguntava dia e noite: como eu poderia não ter notado um comportamento tão abusivo e castrador por tanto tempo? Eu era então a maior culpada? Mas será?
O contexto
Ainda no período de namoro (2010), quando eu estava em uma viagem de estudos no Canadá, ele “quebrou” a senha do meu computador e acessou e-mails antigos de relacionamentos anteriores ao nosso.
Buscou detalhes desses relacionamentos anteriores e eu, sem muito refletir na invasão de privacidade que ele tinha cometido, me coloquei na condição de explicar todas as dúvidas dele para esclarecer a temporalidade dos fatos e encerrar logo com o assunto.
Ao retornar ao Brasil, aceitei o pedido de desculpas dele e aceitei o pedido de casamento. Imagina isso!?
Assim se passaram 8 anos.
Quando então, grávida do meu 2º filho, muito fragilizada emocionalmente, pois ainda na gestação descobrimos que o bebê tinha uma condição especial de má formação, chamada mielo meningocele ou espinha bífida, no popular.
Com 27 semanas de gestação eu e o bebê passamos por uma cirurgia delicadíssima, onde meu útero foi retirado do abdômen e meu filho operado nas costas. Esta foi só a 1ª cirurgia de várias. Hoje, com 11 anos, é um menino com uma vida plena.
Voltando à relação abusiva. Quando enfim, meu filho já podia ficar sem meus cuidados diários, claro que com o suporte de meus pais, do marido e da babá, eu assumi uma posição de Diretora de RH LATAM e viajava por semanas, chegando a ficar 27 dias rodando países diferentes da América Latina para selecionar novos profissionais para minha equipe.
Era uma viagem em trio: Eu, uma consultora de Recrutamento e Seleção e meu chefe (CHRO Global).
Quando o amor é desculpa para o controle
Durante essa mesma viagem, indo de um país para o outro, decidi passar o final de semana em Miami para fazer umas reuniões e umas compras em outlets.
Em um belo sábado, quem bate à minha porta no hotel? Meu marido (ex-hoje), com a justificativa de me fazer uma surpresa: celebrar nossos 10 anos de relacionamento. Nunca passei por uma situação tão constrangedora porque eu estava ali a trabalho e não por lazer.
Nunca me senti tão invadida!!! Acabei tendo que apresentá-lo a todas as pessoas, ele participou das reuniões de trabalho e toda parte social que estava programada com a consultora e meu chefe.
Todos foram muito gentis com ele e no final deu tudo certo, mas isso causou um estresse tremendo e foi então que comecei a desconfiar que a real razão para a “surpresa” era a desconfiança dele de que eu podia estar tendo um caso com meu chefe. BINGO! Acertei na mosca.
PRESTEM ATENÇÃO: de romântico, este tipo de comportamento não tem nada! Ciúmes não é nada bom e só mostra desconfiança e insegurança. Isso precisa ficar bem claro.
Nesta altura da relação eu tentava encontrar caminhos na minha terapia para salvar o casamento. Conversei abertamente com ele várias vezes, mas o comportamento de controle foi crescendo até virar perseguição.
Eu mudei de emprego para a empresa dos sonhos de todas as gerações, também na posição de Diretora de RH LATAM. Nesta empresa, por ser muito visada no mercado, a segurança dos executivos e de todos os colaboradores era muito forte.
Foi então que a área de segurança percebeu um número de celular que me seguia diariamente. Era muito estranho. Eu saía para almoçar nos mais diferentes horários, e era eu sair e ele me ligar, pois ele sabia bem onde eu estava, mas ligava e me perguntava onde eu estava, para ver se eu mentiria.
Nesta altura, até meu filho mais velho já tinha percebido o comportamento obsessivo dele e me cobrava uma atitude, o que me deixava mais certa de que ali, eu não queria ficar.
Meu ponto final na relação
Com a relação já desgastada, decidi colocar um ponto final. Chamei meus pais e informei o que estava acontecendo. Eles levaram um susto!
Meu erro foi não o tirar de casa. Para que meu filho menor não sentisse uma quebra brusca na rotina, disse ao meu marido para que ficasse até encontrar um lugar, e passamos a dormir em quartos separados.
Qual não foi a minha surpresa quando encontrei uma escuta debaixo da lixeira do banheiro do quarto onde eu estava dormindo. Fiquei APAVORADA!!!!
A área de segurança da minha empresa me alertou e me acompanhou à delegacia para me apoiar a prestar queixa com base na Lei Maria da Penha que naquela época levava 3 meses para afastar o assediador de casa. Pedi a meu pai que fosse passar esta temporada comigo.
A empresa dos sonhos virou pesadelo
Mexi em um vespeiro
Minha chefe se incomodou, queria evitar que algumas denúncias de assédio moral progredissem e passou a me minar, me assediar. Cheguei a refazer uma planilha 37 vezes.
Antes de levar as tais denúncias ao time de investigação minha avaliação era excelente, e depois virei péssima. Debochava de mim na frente de outras pessoas. Durante as reuniões ria do meu inglês e me corrigia na frente de todos.
Tive que passar pela equipe da América Latina e denunciar todos os assédios morais diretamente ao presidente da empresa, com todas as provas e fatos que tinha em mãos.
Mas isso me custou muito mais caro do que podia imaginar! Tive burnout e me afastei. No meu retorno, ela já tinha sido desligada e eu decidi também encerrar o meu ciclo ali.
Dica de ouro
Atenção se você está em uma relação em que se sente culpada do comportamento impositivo do parceiro ou relações de trabalho. Nem toda violência doméstica é física. Homens e pessoas narcisistas agem com a desculpa da atenção e do amor para manipular a situação e fazer de você a louca.
Março é o mês da Mulher, mas o ano é todo seu para viver a sua vida com as suas escolhas do que é melhor para você!
Escolha se conhecer e se reconhecer…se colocar à prova e a ter coragem de subir, respirar e mergulhar novamente no que há de mais incrível…você própria!!!
Você vai escolher sobreviver ou viver?
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Alice Avelar é executiva em Recursos Humanos, especialista em carreira, psicóloga de adultos e jovens, além de uma mulher dona de si!
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