Você assume sua parte da responsabilidade ou busca culpados?

Responsabilidade ou Culpa?

Assumir a responsabilidade; é mais fácil falar do que fazer.

Vamos falar de como lidar com isso.

Nós, seres humanos, viemos a este mundo equipados com genes que têm um mecanismo de defesa embutido, ou seja, uma imunidade inata. No entanto, nossas células de imunidade, chamadas de anticorpos, não culpam os constantes invasores, muito pelo contrário, elas assumem seu papel quando algo acontece e trabalham para equilibrar nossos corpos e nos proteger de doenças.

Eu admiro muito a maneira como nosso próprio corpo assume a responsabilidade por nossa má dieta ou estilo de vida, em vez de sair culpando e não fazer nada.

Transferir a responsabilidade da culpa também é um mecanismo defesa com o qual viemos equipados, mas que não deveríamos usar. Nós nos tornamos vítimas do hábito de transferir a responsabilidade sempre que nos sentimos atingidos. Tudo começa com a sensação de impotência que acaba se transformando em um comportamento narcisista, isso acontece quando não temos a consciência na nossa própria responsabilidade pelas coisas que acontecem em nossas vidas.

Por que temos o costume de transferir a responsabilidade da culpa?

Transferir a culpa é uma tentativa de transferir a responsabilidade de nossos atos para outras pessoas. É uma forma de abuso emocional e assédio mental para que o real culpado se isente de sua responsabilidade e possa ser o “mocinho da história”.

Também é muito sutil, porque às vezes não sabemos se estamos aumentando os limites do suporte acordado ou realmente culpando alguém.

Por que você os culpa, ou eles te culpam?

A princípio nos sentimos como uma vítima impotente perante alguém ou alguma situação. Usamos a culpa como uma distração, nos levando para longe da nossa própria responsabilidade, ou da nossa capacidade de buscar nossa força interior.  

Normalmente o comportamento narcisista começa com hábitos de culpar os outros. Este tipo de pessoa não admite seus erros, escorregões ou falhas, e tem um desejo de se sentir, de alguma forma, superior.

E, assim, acha uma forma de virar o jogo e culpar alguém. Existe constantemente um desejo irresistível de permanecer como a pessoa mais importante da situação.

Enquanto você está no meio de uma discussão, se você se encontrar tentando provar que a outra pessoa está errada em vez de encontrar uma solução, você está jogando o jogo da culpa.
Você está empenhado em garantir que seu valor seja alardeado, e ninguém identificará seu erro. Em suma, auto importância exagerada, mas baixa autoestima.

Mas por que você faz isso?

À medida que crescemos, muitos de nós somos feridos, traídos e julgados sem razões válidas. Isso nos leva a criar paredes como um mecanismo de defesa. Então é comum às vezes não admitirmos nossos erros porque tememos o que pode vir depois disso. Para nos sentirmos seguros, nossa mente ativa este mecanismo de defesa que é a transferência de culpa.

Além disso, quando você está continuamente exposto a um ambiente narcisista, você pode ser contagiado por estes hábitos e constantemente copiá-los. Se você se sente assim, é pela dor que lhe foi causada por este ambiente.

Mas você acha que culpar os outros vai ajudá-lo a superar suas dificuldades?

Enquanto você culpar os outros por cada adversidade da sua vida, você nunca desenvolverá o poder da autoconfiança. Mesmo que você saiba que uma outra pessoa também fez algo errado, a sua parcela de responsabilidade você ainda pode assumir. Quando você aceitar e assumir a sua responsabilidade, você não mais irá em busca das falhas dos outros.

Como lidar com a transferência da responsabilidade de culpa?

Bem, há dois lugares onde muitas vezes acontecem discussões como estas: nos relacionamentos profissionais e nos pessoais.

Quando você culpa seus colegas de trabalho, isso impede seu crescimento em sua carreira e seu desenvolvimento pessoal. Já nos relacionamentos pessoais, transferir a responsabilidade da culpa pode deixar cicatrizes profundas e dolorosas, porque isso pode impactar a tranquilidade de uma família inteira. Pode causar danos muito mais profundos do que você imagina.

a) Nos relacionamentos profissionais

Imagine que você é um gerente de produto em uma empresa famosa internacional. Seu CEO lhe deu um ano de cronograma para lançar um aplicativo como o Tik-Tok, com objetivo de expandir para o mercado internacional de entretenimento.

Você projetou, desenvolveu e está pronto para lançá-lo. Infelizmente, sua equipe técnica não conseguiu fazer alguns testes e o aplicativo ficou fora do ar bem no dia do lançamento. Houve um enorme prejuízo para sua empresa por causa dessa surpresa desagradável. Seu chefe pede uma reunião com toda a sua equipe.

O que você diz a ele?

“Eu não fiz nada de errado. Foram eles, foi um erro da equipe de tecnologia.”

Se você alegar que foi a culpa da equipe técnica, você perde a oportunidade de se tornar uma pessoa confiante e acalmar a ira do seu chefe. O ideal é você aceitar que você falhou em verificar novamente todas as etapas do processo antes do dia do lançamento, se você o tivesse feito teria tempo hábil para tomar providencias necessárias e evitar pelo menos parte do prejuízo.

Quando culpamos nossos colegas por tudo, perdemos a chance de crescer em nossas carreiras, de crescermos como pessoas.

Aprender a lidar com conflitos no trabalho buscando uma solução em vez de “jogar pessoas no fogo” irá moldá-lo em um profissional de ponta. Assumir a responsabilidade também lhe dá uma perspectiva de liderança.

Então, para lidar com conflitos no trabalho sem se tornar a vítima ou fazer outras vítimas, você deve seguir algumas regras básicas que vou descrever abaixo:

1. Coloque os objetivos dos projetos como prioridade máxima e faça a revisão das tarefas necessárias constantemente.

2. Trabalhe com foco no seu crescimento pessoal, isso irá fazer sua equipe crescer e, consequentemente, a sua empresa.

3. Aceite apenas os seus defeitos, não há necessidade de fazer o papel de Madre Teresa. Se algo errado ocorreu que envolva outros departamentos, assuma o erro que lhe compete, sem culpar colegas de trabalho.

4. Não aponte os erros de seus companheiros de equipe ou colegas. Em vez disso, dê-lhes um feedback construtivo. Se você tem que criticar algo, comece com uma observação positiva.

5. Fique longe de pessoas dramáticas. Quando você está com raiva, triste ou emocionalmente vulnerável, pense duas vezes com quem irá compartilhar seus sentimentos e observações. Cuidado com os mal-intencionados.

6. Procure não abrir muito da sua vida pessoal no ambiente de trabalho, quando o faz, dá liberdade para que as pessoas comentem a respeito posteriormente. Praticamente você está se voluntariando para se tornar uma vítima no futuro. Não importa o quão ruim ou boa seja sua vida pessoal, mantenha-a privada.

b) Nos relacionamentos pessoais

Casamento e conflito é como massa com molho, sempre estão juntos. As argumentações fazem o casal crescer em seu relacionamento, mas quando feitas da maneira correta. A maioria de nós culpa nossos cônjuges por todos os infortúnios.

Se nossos filhos estão tendo acessos de raiva, a culpa é sempre do nosso cônjuge. Se não tivemos um bom dia, a culpa também é dele(a). Todas essas transferências de responsabilidades são tóxicas. Além disso, quando você atribui a responsabilidade da sua felicidade à outra pessoa, você acaba escravizando o/a cônjuge.

Eu entendo que para o casamento dar certo, requer que as duas pessoas trabalhem para consertar suas falhas, mas para este tipo de postura começar a funcionar, basta uma delas querer, e esta pessoa pode ser você.

Para se manter feliz no casamento, você precisa praticar algumas coisas que vou descrever abaixo, principalmente tendo em mente que para argumentar é necessário haver o respeito mútuo.

1. Aceite seus próprios erros. Se você é culpado de algo, não tente encobrir seu erro tentando usar o comportamento do seu cônjuge como um dos motivos pelo seu erro. O comportamento do seu cônjuge não deve lhe induzir a fazer algo negativo. Por exemplo, se seu parceiro(a) está te traindo, ou te evitando, não use isso como uma validação para seus próprios erros.  

2. Assuma a responsabilidade por si mesmo. Não aceite os erros dele(a) como seus, mas também não negue os seus próprios.  Encontre maneiras de assumir a responsabilidade por seus desejos, seus erros, sua vida e suas ações. Comece por você, canalizando suas emoções em uma direção positiva.

3. Não traga questões irrelevantes. Quando estiver discutindo ou brigando, evite se referir ao que fizeram no verão passado. Discuta o que é necessário para o conflito atual. O passado já passou e não pode ser alterado, mas o que está sendo argumentado neste momento é algo que pode ser alterado. Foco na resolução do presente, não do passado.

4. Corrija as suas justificativas de seus erros. Muitas vezes quando transferimos a responsabilidade de nossos erros, alegamos que nossos cônjuges erraram por problemas comportamentais ou de personalidade. Já quando nós erramos, as justificativas são externas, com fatores fora do nosso controle.

5. Preste atenção nas suas próprias afirmações. Muitos psicanalistas dizem que usamos esse mecanismo de defesa quando não percebemos nossas próprias feridas internas, mas isso pode causar feridas dolorosas nas pessoas que mais amamos. Quando não percebemos nossas próprias vulnerabilidades, desencadeamos esse mecanismo de defesa, transferindo constantemente a culpa para os outros, protegendo com paredes elevadas nossos segredos mais valiosos. Em vez disso, observe seus sentimentos, aceite o que aconteceu e assuma a responsabilidade de ir em busca da cura. Não desvie seus sentimentos e emoções.

Conclusão

A auto-observação e autodisciplina estão no centro de todo o sucesso pessoal e profissional; você não pode conquistar o mundo se você não ganhar a batalha diária contra sua própria mente. Então, para ser bem-sucedido(a), você deve começar pela busca de seu empoderamento.

Aceitar que nossas falhas requerem que nos conheçamos melhor. Pequenos hábitos como a meditação e revisão diária do nosso dia, podem mudar completamente nossa vida, mas requerem dedicação. Leva tempo para implantarmos novos hábitos em nossas vidas.  Além disso, é normal errar. O importante é ter certeza de que você está aprendendo com seus erros.

Confie que você pode enfrentar seus medos e deixar de ser mais uma vítima deste jogo da troca de responsabilidade.

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Betina é empreendedora, Executive e Life Coach, mãe e especialista em marketing e CRM. Formada em gestão hoteleira, com MBA pela Rotman School no Canadá, e três certificações diferentes em coaching.

Sua missão é ajudar os indivíduos a organizarem suas vidas e trazer presença, entusiasmo e equilíbrio às suas atividades diárias.

Contatos da Betina: www.wity.tech e whatsapp +1 (970) 567-8483

> Aprofunde o tema no Podcast (em inglês) chamado “Why we blame others and how to stop this cycle”, com uma convidada da área de saúde, Christy Thiel, que você pode encontrar neste link https://open.spotify.com/episode/1RC6X2bJijiZrprFq5diGg

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>>> Agradecimento pela imagem: way home studio✨

A comunicação na promoção da Saúde Mental      

O poder da comunicação para a Saúde Mental

Comunicação assertiva e empática para promoção da saúde mental nas organizações

O seres humanos são relacionais, e uma das formas de se relacionar é através da comunicação. Sabe-se que a comunicação vai muito além do verbal, pois existe expressão corporal, entonação de voz e gestos que também comunicam.

Todas essas formas de se comunicar expressam a individualidade de cada ser humano, o grau de equilíbrio emocional que está vivendo naquele momento, e a cultura em que está inserido. Cada cultura manifesta seus gestos específicos. Por exemplo ao cumprimentar formalmente, um japonês abaixa o tronco e a cabeça, enquanto nós brasileiros damos um aperto de mãos.

Para a criação de vínculos, entender essas diferenças sutis pode fazer uma grande diferença no seu trabalho e nos negócios, já que para se conectar com uma pessoa mais introspectiva, por exemplo, o ideal é que se chegue de uma forma mais recolhida para o estabelecimento de vínculos. Na Programação Neurolinguística (PNL), isso se chama de rapport.

Segundo a PNL, rapport é uma técnica que trabalha a empatia, que é a capacidade de compreender emocionalmente o mundo do outro, possibilitando que duas pessoas criem sua forma de se comunicar, transcendendo barreiras conscientes e inconscientes.

Autoconhecimento empodera a comunicação

Falando nos aspectos conscientes e inconscientes presentes na comunicação, o estado físico e emocional de uma pessoa interfere diretamente na comunicação. Isto é, se alguém está exausto e vivenciando um momento crítico, a tolerância é diminuída, e qualquer situação um pouco mais extrema pode ser um gatilho para conflito. A dinâmica de uma outra pessoa pode ser um gatilho de projeções inconscientes, criando um muro e dificultando que as relações se estabeleçam.

“se alguém está exausto e vivenciando um momento crítico, a tolerância é diminuída, e qualquer situação um pouco mais extrema pode ser um gatilho para conflito.”

É preciso ter autoconhecimento, recursos internos e consciência para driblar esses desafios, minimizando o impacto de uma comunicação mal conduzida, a fim de se estabelecer relacionamentos harmoniosos e um ambiente psicologicamente saudável para que as pessoas possam expressar sua autenticidade, suas opiniões, possíveis soluções inovadoras de uma forma aberta e fluida. Uma comunicação assertiva e empática para promoção da saúde mental nas organizações

Além disso, o autoconhecimento traz a tona os pontos fracos a serem desenvolvidos frente a crises e desafios. E não se iludam, quanto mais próximos as relações interpessoais, mais aparecerão esses pontos cegos em nós mesmos. E é aí que está a grande oportunidade de crescimento pessoal e profissional, já que os soft skills são a grande tendência para crescimento de carreira.

De maneira bem simplista, pode-se ver se um indivíduo está saudável mentalmente, quando existe coerência do que ele pensa, sente e age. Se não se conhece profundamente, como terá o nexo entre o pensar, sentir e o agir? Quando esse nexo começa a existir, consegue ter uma percepção mais acurada inclusive das pessoas em sua volta, se responsabilizando pelos acontecimentos na vida e nas relações. Há uma tendência a diminuir os julgamentos e idéias pré-concebidas que dificultam a escuta acurada do outro e que podem trazer viéses distorcidos na comunicação.

Autocuidado e a filosofia Tolteca

O autocuidado diário para que o centramento emocional e a consciência se façam presentes no dia-a-dia é imprescindível. O que seria o autocuidado? Alimentação balanceada antiinflamatória, prática de exercício físico regular, respiração consciente, meditação, sono de qualidade, contato com a natureza, vivências que promovam autoconhecimento, como a psicoterapia por exemplo.

Profissionais de saúde multidisciplinar com a mesma visão que podem te ajudar neste processo de criação de novos hábitos diários, para trazer o tão comentado atualmente, work-life balance. Ser workaholic saiu de moda.

Tem um livro curtinho e de fácil leitura que se chama “Os quatro compromissos” de Don Miguel Ruiz, que fortemente recomendo. Ele tem como base a filosofia tolteca.

O primeiro compromisso fala: “Seja impecável com sua palavra”. Segundo Ruiz, a palavra contém seu poder criador, de se expressar e se comunicar, podendo criar o sonho mais belo ou destruir tudo ao seu redor. E é necessário entender que quando há destruição a sua volta, você esta usando a sua palavra contra você mesmo, pois estará lidando todo o tempo com o efeito de suas condutas destrutivas.

O segundo compromisso é: “Não leve nada para o lado pessoal”. De acordo com Ruiz, quando levamos para o lado pessoal, é porque de alguma forma concordamos com o que está sendo falado. Quando a outra pessoa fala de você, ela na verdade está falando dela mesma, e não de você.

O terceiro compromisso é: “Não tire conclusões”. Ele diz que quando tiramos conclusões, entendemos errado, levamos isso para o lado pessoal e acabamos criando um conflito desnecessário. Em vez de tirar conclusões precipitadas sobre o outro, faça perguntas a fim de entender o que se passa com o outro. Assim a comunicação se torna clara e pura, e sua palavra torna-se impecável.

O quarto compromisso é: “Sempre dê o melhor de si”. Nem mais, nem menos, e não espere recompensas. Quem espera recompensas, não aprecia a ação, não aprecia a jornada. E esse é o grande motivo pelo qual não fazem o melhor.

As técnicas da CNV – comunicação não violenta

Não posso deixar de mencionar aqui mais um livro de fácil leitura com exercícios práticos que contribuir muito na comunicação. É o “Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, de Marshall B. Rosenberg.

Sucintamente, ele traz a importância de você entrar em contato com o que sente a partir do que fazem com você.

Veja este exemplo: “eu fiquei triste e com raiva porque você gritou comigo”a) explicitar o sentimento e as ações de maneira bem clara e objetiva b) trazer qual é sua necessidade. “Espero que você fale comigo sem aumentar o tom de voz.” Isso ajuda que o outro consiga acessar seu mundo interno e entenda o que é esperado de você.  Inteligência emocional é o foco de agora!

Conhecimento aplicado na vida

 Eu, por exemplo, sempre fui uma pessoa bem contundente na minha fala, e como tenho um dom de entender o que se passa no interior das pessoas, quando era jovem, afastei muitas amigas  apontando suas questões e feridas. Aconteceu justamente o oposto do que desejava, afinal queria ajudá-las e não afastá-las. Mas há certas coisas que precisam ser faladas com um jeito mais amoroso, no tempo certo, ou às vezes, nem dizer nada, somente estar ao lado.

Em uma das minhas formações ouvi de uma professora: “Por que o fio elétrico tem aquela capinha de gordura?” Respondi: “Para não dar curto circuito.” Ela acenou com a cabeça e disse: “O mesmo se dá com a comunicação, é necessário ter uma capinha para não dar curto na relação”.

Esta capa de gordura é criada nessa percepção da relação, nesse campo que acontece entre duas pessoas. O que essa pessoa está precisando? O que está acontecendo com ela? Como posso ajudá-la? Se tem dúvida de como proceder, faça essas perguntas-chaves e deixe a alquimia desse campo acontecer. Se sentir de ficar no silêncio, faça-o, se sentir de dar um chacoalhão, faça-o, mas tenha uma almofada para acolher depois. E assim procedemos, fazendo que o outro se sinta parte do nosso mundo.

✨Lembrem-se: o maior gatilho de doença mental é não se sentir pertencente a uma família,  a uma sociedade, a uma organização, ou qualquer grupo de pessoas. Fica aqui esta reflexão. Se cada pessoa tem a sensação de pertencimento, iremos estar mais perto de criar um mundo saudável e inclusivo!

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Patricia Turri Figueiredo Hirayma é psicóloga clínica, com especialização em Psicologia Clínica e Antroposofia e Psicologia Transpessoal. Tem formação em Respiração e Renascimento, Master em PNL, e está em formação em Psicotraumatologia. contatos: [email protected] | @consciencia.saude (instagram) | www.conscienciaesaude.com

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crédito de imagem: Canva ✨

Autoconhecimento e Autoeducação impactam as relações familiares

autoconhecimento e casamento

Sim, o autoconhecimento e a autoeducação são fatores essenciais para a saudável relação de casal e destes com os filhos. Os casais que já estavam tendo conflitos na relação entre si e/ou com os filhos antes da pandemia, depois desta, a tendência foi a crise aumentar.

Com a minha família não foi diferente, mais horas juntos, mais tarefas a serem cumpridas com aulas e trabalho online, mais conflitos. No entanto, também temos tido mais tempo de conversar e aprender juntos.

Desta forma, eu tive a oportunidade de colocar em prática um processo de autoconhecimento que aprendi que se chama 9 Passos e, um pouco mais à frente neste artigo, eu contarei para vocês um pouco sobre este caminho de desenvolvimento.

Conflitos Conjugais

Segundo o Instituto Brasileiro de Família, o Brasil registrou novo recorde de divórcios no primeiro semestre de 2021. De acordo com dados do Colégio Notarial do Brasil divulgados pelo jornal O Tempo, de janeiro a junho de 2021 foram 37.083 divórcios, um aumento de 24% em relação ao primeiro semestre do ano anterior, com o início da pandemia da Covid-19.

Além disso, os casais quando têm filhos muitas vezes passam a ter conflitos que antes não existiam ou não eram perceptíveis. E, para colocar mais uma variável, outros membros da família podem estar envolvidos, como avós, tios, ex-cônjuges, entre outros.

Imagine então tudo isso junto: mais tempo em casa, todos juntos, em um cenário de maior caos e medo dado o momento, filhos ao redor mudando o sistema familiar!

Luta ou Fuga da Relação Conjugal

O ser humano, assim como os animais, tem duas respostas básicas no comportamento em uma situação de stress: luta ou fuga.

Então, num momento de alto stress, umas das ideias que pode vir a mente é: “a saída é eu me separar”, ou seja, é uma resposta quase automática para se libertar do que está incomodando.

Nós temos uma outra parte do cérebro, o neocórtex, que pode ter respostas mais evolutivas, mas que precisa ser acionado pois somente o primitivo é automático. As formas de acioná-lo são meditação, autoconhecimento, exercícios de presença, entre outras que apliquei nos últimos anos e que, em breve, compartilharei com vocês.

 Na cultura oriental, um vaso quebrado reparado pela técnica “kintsugi”, com pó de ouro, passa a valer mais do que um novo, pois ele expressa a sua antiguidade, a sua história.

Podemos pensar em cada um de nós como um vaso que contém muitas histórias, sendo algumas alegres e outras difíceis ou conflituosas, que acabaram deixando marcas, partes trincadas ou quebradas.

Autoconhecimento, Autoeducação, Autodesenvolvimento

Mas como “reparar” as marcas na alma? A resposta é autoconhecimento, autodesenvolvimento e autoeducação. Aqui eu conto para vocês que para a alma eu descobri que existe o Kintsuji, os “9 passos”, que é um processo que nos capacita a transformar sofrimento em aprendizagem. Ele foi concebido e criado pela psicóloga Maria Lucia Caldas, inspirada nos ensinamentos deixados por Rudolf Steiner, na sua experiência como terapeuta, consteladora e por sua aprendizagem com a própria jornada de desenvolvimento.

Os 9 passos

Neste artigo eu trago os nomes de cada um dos passos. Pretendo mês a mês trazer para vocês um pequeno resumo de cada passo que vocês poderão acompanhar pelo LinkedIn da friendsBee. E, para quem quiser fazer a jornada, deixarei ao final o link de inscrição nos 9 passos. Esta é uma das iniciativas da rede Semente Boa, onde todo valor recebido é destinado à uma instituição que atende crianças carentes.

Introdução: Quem Sou Eu e o que estou fazendo aqui?

1º Passo:  Reconhecer-se em equilíbrio/desequilíbrio

2º Passo: Tomar distância/proximidade

3º Passo: Contextualizar

4º Passo: Desidentificar-se

5º Passo: Identificar o propósito

6º Passo: Compreender sentido/significado

7º Passo: Identificar as resistências

8º Passo: Reconhecer, agradecer e honrar estar aqui  

9º Passo: Servir para vir à Ser

Todos nós passamos por constantes desafios e a questão é como lidamos com cada um deles, como oportunidades de crescimento, ou como vítimas.

Relações familiares

Toda família e todo casal sim, terá conflitos a enfrentar. Alguns mais, outros menos. Seja com relação à dinheiro, à Valores pessoais, na forma de educar os filhos, em questões de trabalho ou ainda, à família estendida de cada um, além de tantos outros.

Não conheço ninguém que tenha nascido numa família que só tenha virtudes, que não tenha “esqueletos no armário”. Muitas vezes não temos consciência disso, o que é o mais frequente, e acabamos ficando presos em um looping de conflitos.

Olhamos o parceiro(a), ou os filhos, como o problema e não percebemos que dentro de nós há algo que também deve ser olhado pois, afinal de contas, atraímos aquela pessoa ou situação por algum motivo.

Como não costumamos fazer esse exercício, então o comum é nos sentirmos vítima do outro, o que gera comportamentos diversos, como: negar, colocando embaixo do tapete o que incomoda, ou reagir, reclamando e criticando.

Além disso, o surgimento de sintomas como depressão, mal-estar, ansiedade, entre outros, que podem também levar a separação do casal.

Autoconsciência

O mais importante é que, ao aprender os exercícios dos 9 passos, passamos a ter uma ferramenta prática toda vez que algo acontece e percebemos que ficamos em desequilíbrio. É a construção de um novo olhar para tudo o que nos acontece.

Vale ressaltar a importância da terapia, entre outros tratamentos, quanto mais temos marcas que aconteceram bem no início das nossas vidas, para que estas marcas possam ser acessadas e tratadas.

Exemplo prático

Então, por exemplo, quando o marido ou a esposa fala em um tom agressivo, a nossa tendência é reagir com agressividade, sem compreender o que está por trás da nossa reação ou o que está acontecendo dentro do outro, sendo que o que nos incomoda é o que, de alguma forma, está mal resolvido dentro de nós mesmos.

Reagir como vítima é a pior ação, pois estamos presos a um olhar que pode não ser a verdade. Assim, é ainda mais importante ampliar a visão, o que só é possível através de um processo de autoconhecimento.

Com os exercícios dos 9 passos podemos reconhecer onde reagimos de forma automática e desconectada de nossos Valores, e fazer um caminho de compreensão e mudança.

“A ampliação da consciência requer prática, e não cresce como cabelo”, de acordo com Maria Lucia Caldas. E, como diz Rudolf Steiner, “somente podemos ser livres se tivermos consciência”.

Claro que existem casos em que a situação do casal é crítica e a separação é inevitável. Porém, na maioria das vezes, os incômodos foram se acumulando na relação do casal por um longo tempo e nunca foram cuidados de verdade.

Conclusão

O processo de autoconhecimento ao longo do tempo ajuda você a se cuidar, mudar. Impacta escolhas, comportamentos e gera bem-estar, mas não garante a reconciliação do casal. E se, depois de um trabalho interno, a escolha ainda for pela separação esta será dentro de um cenário mais saudável, importante quando envolve filhos.

Tenho visto casais que terminam em meio a conflitos dolorosos, sem terem processado a situação, e carregam isso pela vida. Acabam criticando o(a) ex na frente dos filhos e isso se torna prejudicial para a saúde emocional de todos. O pai/mãe pode ter defeitos, mas é o melhor pai/mãe que podemos ter e, principalmente, é um ser em desenvolvimento.

E, por último mas não menos importante: é uma libertação descobrir que sou vulnerável e que posso, com fios de ouro, reparar o meu vaso. Tem sido muito gratificante poder apoiar outros a repararem os seus próprios vasos, dentro desta visão de que cada um é um vaso único, com uma essência e com muito valor.

Para os 9 passos clique aqui

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Mirlene Marcos Ramos é Psicóloga com MBA e especializada em Coaching. Foi executiva de Recursos Humanos de empresas multinacionais e atua como consultora desde 2017. É coach, facilitadora de diálogo e conflitos, e terapeuta, utilizando conhecimentos e vivências que aprendeu na formação da  matriz de nascimento, nos 9 passos, criança interior, visão sistêmica, entre outras abordagens.

Que tal aprofundar os temas autoconhecimento e diálogo? Aproveite os artigos:

>> Crenças Limitantes – a vida dirigida pelo inconsciente e CNV pode ajudar a viver melhor e expandir a consciência

Agradecimento pela imagem: @gpointstudio ✨

Você assume sua parte da responsabilidade ou busca culpados?

Responsabilidade ou Culpa?

Assumir a responsabilidade; é mais fácil falar do que fazer.

Vamos falar de como lidar com isso.

Nós, seres humanos, viemos a este mundo equipados com genes que têm um mecanismo de defesa embutido, ou seja, uma imunidade inata. No entanto, nossas células de imunidade, chamadas de anticorpos, não culpam os constantes invasores, muito pelo contrário, elas assumem seu papel quando algo acontece e trabalham para equilibrar nossos corpos e nos proteger de doenças.

Eu admiro muito a maneira como nosso próprio corpo assume a responsabilidade por nossa má dieta ou estilo de vida, em vez de sair culpando e não fazer nada.

Transferir a responsabilidade da culpa também é um mecanismo defesa com o qual viemos equipados, mas que não deveríamos usar. Nós nos tornamos vítimas do hábito de transferir a responsabilidade sempre que nos sentimos atingidos. Tudo começa com a sensação de impotência que acaba se transformando em um comportamento narcisista, isso acontece quando não temos a consciência na nossa própria responsabilidade pelas coisas que acontecem em nossas vidas.

Por que temos o costume de transferir a responsabilidade da culpa?

Transferir a culpa é uma tentativa de transferir a responsabilidade de nossos atos para outras pessoas. É uma forma de abuso emocional e assédio mental para que o real culpado se isente de sua responsabilidade e possa ser o “mocinho da história”.

Também é muito sutil, porque às vezes não sabemos se estamos aumentando os limites do suporte acordado ou realmente culpando alguém.

Por que você os culpa, ou eles te culpam?

A princípio nos sentimos como uma vítima impotente perante alguém ou alguma situação. Usamos a culpa como uma distração, nos levando para longe da nossa própria responsabilidade, ou da nossa capacidade de buscar nossa força interior.  

Normalmente o comportamento narcisista começa com hábitos de culpar os outros. Este tipo de pessoa não admite seus erros, escorregões ou falhas, e tem um desejo de se sentir, de alguma forma, superior.

E, assim, acha uma forma de virar o jogo e culpar alguém. Existe constantemente um desejo irresistível de permanecer como a pessoa mais importante da situação.

Enquanto você está no meio de uma discussão, se você se encontrar tentando provar que a outra pessoa está errada em vez de encontrar uma solução, você está jogando o jogo da culpa.
Você está empenhado em garantir que seu valor seja alardeado, e ninguém identificará seu erro. Em suma, auto importância exagerada, mas baixa autoestima.

Mas por que você faz isso?

À medida que crescemos, muitos de nós somos feridos, traídos e julgados sem razões válidas. Isso nos leva a criar paredes como um mecanismo de defesa. Então é comum às vezes não admitirmos nossos erros porque tememos o que pode vir depois disso. Para nos sentirmos seguros, nossa mente ativa este mecanismo de defesa que é a transferência de culpa.

Além disso, quando você está continuamente exposto a um ambiente narcisista, você pode ser contagiado por estes hábitos e constantemente copiá-los. Se você se sente assim, é pela dor que lhe foi causada por este ambiente.

Mas você acha que culpar os outros vai ajudá-lo a superar suas dificuldades?

Enquanto você culpar os outros por cada adversidade da sua vida, você nunca desenvolverá o poder da autoconfiança. Mesmo que você saiba que uma outra pessoa também fez algo errado, a sua parcela de responsabilidade você ainda pode assumir. Quando você aceitar e assumir a sua responsabilidade, você não mais irá em busca das falhas dos outros.

Como lidar com a transferência da responsabilidade de culpa?

Bem, há dois lugares onde muitas vezes acontecem discussões como estas: nos relacionamentos profissionais e nos pessoais.

Quando você culpa seus colegas de trabalho, isso impede seu crescimento em sua carreira e seu desenvolvimento pessoal. Já nos relacionamentos pessoais, transferir a responsabilidade da culpa pode deixar cicatrizes profundas e dolorosas, porque isso pode impactar a tranquilidade de uma família inteira. Pode causar danos muito mais profundos do que você imagina.

a) Nos relacionamentos profissionais

Imagine que você é um gerente de produto em uma empresa famosa internacional. Seu CEO lhe deu um ano de cronograma para lançar um aplicativo como o Tik-Tok, com objetivo de expandir para o mercado internacional de entretenimento.

Você projetou, desenvolveu e está pronto para lançá-lo. Infelizmente, sua equipe técnica não conseguiu fazer alguns testes e o aplicativo ficou fora do ar bem no dia do lançamento. Houve um enorme prejuízo para sua empresa por causa dessa surpresa desagradável. Seu chefe pede uma reunião com toda a sua equipe.

O que você diz a ele?

“Eu não fiz nada de errado. Foram eles, foi um erro da equipe de tecnologia.”

Se você alegar que foi a culpa da equipe técnica, você perde a oportunidade de se tornar uma pessoa confiante e acalmar a ira do seu chefe. O ideal é você aceitar que você falhou em verificar novamente todas as etapas do processo antes do dia do lançamento, se você o tivesse feito teria tempo hábil para tomar providencias necessárias e evitar pelo menos parte do prejuízo.

Quando culpamos nossos colegas por tudo, perdemos a chance de crescer em nossas carreiras, de crescermos como pessoas.

Aprender a lidar com conflitos no trabalho buscando uma solução em vez de “jogar pessoas no fogo” irá moldá-lo em um profissional de ponta. Assumir a responsabilidade também lhe dá uma perspectiva de liderança.

Então, para lidar com conflitos no trabalho sem se tornar a vítima ou fazer outras vítimas, você deve seguir algumas regras básicas que vou descrever abaixo:

1. Coloque os objetivos dos projetos como prioridade máxima e faça a revisão das tarefas necessárias constantemente.

2. Trabalhe com foco no seu crescimento pessoal, isso irá fazer sua equipe crescer e, consequentemente, a sua empresa.

3. Aceite apenas os seus defeitos, não há necessidade de fazer o papel de Madre Teresa. Se algo errado ocorreu que envolva outros departamentos, assuma o erro que lhe compete, sem culpar colegas de trabalho.

4. Não aponte os erros de seus companheiros de equipe ou colegas. Em vez disso, dê-lhes um feedback construtivo. Se você tem que criticar algo, comece com uma observação positiva.

5. Fique longe de pessoas dramáticas. Quando você está com raiva, triste ou emocionalmente vulnerável, pense duas vezes com quem irá compartilhar seus sentimentos e observações. Cuidado com os mal-intencionados.

6. Procure não abrir muito da sua vida pessoal no ambiente de trabalho, quando o faz, dá liberdade para que as pessoas comentem a respeito posteriormente. Praticamente você está se voluntariando para se tornar uma vítima no futuro. Não importa o quão ruim ou boa seja sua vida pessoal, mantenha-a privada.

b) Nos relacionamentos pessoais

Casamento e conflito é como massa com molho, sempre estão juntos. As argumentações fazem o casal crescer em seu relacionamento, mas quando feitas da maneira correta. A maioria de nós culpa nossos cônjuges por todos os infortúnios.

Se nossos filhos estão tendo acessos de raiva, a culpa é sempre do nosso cônjuge. Se não tivemos um bom dia, a culpa também é dele(a). Todas essas transferências de responsabilidades são tóxicas. Além disso, quando você atribui a responsabilidade da sua felicidade à outra pessoa, você acaba escravizando o/a cônjuge.

Eu entendo que para o casamento dar certo, requer que as duas pessoas trabalhem para consertar suas falhas, mas para este tipo de postura começar a funcionar, basta uma delas querer, e esta pessoa pode ser você.

Para se manter feliz no casamento, você precisa praticar algumas coisas que vou descrever abaixo, principalmente tendo em mente que para argumentar é necessário haver o respeito mútuo.

1. Aceite seus próprios erros. Se você é culpado de algo, não tente encobrir seu erro tentando usar o comportamento do seu cônjuge como um dos motivos pelo seu erro. O comportamento do seu cônjuge não deve lhe induzir a fazer algo negativo. Por exemplo, se seu parceiro(a) está te traindo, ou te evitando, não use isso como uma validação para seus próprios erros.  

2. Assuma a responsabilidade por si mesmo. Não aceite os erros dele(a) como seus, mas também não negue os seus próprios.  Encontre maneiras de assumir a responsabilidade por seus desejos, seus erros, sua vida e suas ações. Comece por você, canalizando suas emoções em uma direção positiva.

3. Não traga questões irrelevantes. Quando estiver discutindo ou brigando, evite se referir ao que fizeram no verão passado. Discuta o que é necessário para o conflito atual. O passado já passou e não pode ser alterado, mas o que está sendo argumentado neste momento é algo que pode ser alterado. Foco na resolução do presente, não do passado.

4. Corrija as suas justificativas de seus erros. Muitas vezes quando transferimos a responsabilidade de nossos erros, alegamos que nossos cônjuges erraram por problemas comportamentais ou de personalidade. Já quando nós erramos, as justificativas são externas, com fatores fora do nosso controle.

5. Preste atenção nas suas próprias afirmações. Muitos psicanalistas dizem que usamos esse mecanismo de defesa quando não percebemos nossas próprias feridas internas, mas isso pode causar feridas dolorosas nas pessoas que mais amamos. Quando não percebemos nossas próprias vulnerabilidades, desencadeamos esse mecanismo de defesa, transferindo constantemente a culpa para os outros, protegendo com paredes elevadas nossos segredos mais valiosos. Em vez disso, observe seus sentimentos, aceite o que aconteceu e assuma a responsabilidade de ir em busca da cura. Não desvie seus sentimentos e emoções.

Conclusão

A auto-observação e autodisciplina estão no centro de todo o sucesso pessoal e profissional; você não pode conquistar o mundo se você não ganhar a batalha diária contra sua própria mente. Então, para ser bem-sucedido(a), você deve começar pela busca de seu empoderamento.

Aceitar que nossas falhas requerem que nos conheçamos melhor. Pequenos hábitos como a meditação e revisão diária do nosso dia, podem mudar completamente nossa vida, mas requerem dedicação. Leva tempo para implantarmos novos hábitos em nossas vidas.  Além disso, é normal errar. O importante é ter certeza de que você está aprendendo com seus erros.

Confie que você pode enfrentar seus medos e deixar de ser mais uma vítima deste jogo da troca de responsabilidade.

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Betina é empreendedora, Executive e Life Coach, mãe e especialista em marketing e CRM. Formada em gestão hoteleira, com MBA pela Rotman School no Canadá, e três certificações diferentes em coaching.

Sua missão é ajudar os indivíduos a organizarem suas vidas e trazer presença, entusiasmo e equilíbrio às suas atividades diárias.

Contatos da Betina: www.wity.tech e whatsapp +1 (970) 567-8483

> Aprofunde o tema no Podcast (em inglês) chamado “Why we blame others and how to stop this cycle”, com uma convidada da área de saúde, Christy Thiel, que você pode encontrar neste link https://open.spotify.com/episode/1RC6X2bJijiZrprFq5diGg

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>>> Agradecimento pela imagem: way home studio✨

Quando as emoções tomam conta do nosso ser

QUANDO AS EMOÇOES TOMAM CONTA DE NOSSO SER

“Alegrias são dádivas do destino, que demonstram seu valor no presente. Sofrimentos, ao contrário, são fontes de conhecimento, cujo significado se mostra no futuro”. Rudolf Steiner

  

Como ponto de partida para refletirmos sobre como falar sobre emoções quero usar um sonho contado por C.G. Jung:

“Era noite em um local desconhecido e estava difícil avançar contra uma enorme tempestade. Além disso, a neblina estava densa. Eu segurava uma pequena luz, protegendo-a com as duas mãos, pois ela ameaçava se apagar a qualquer momento. Tudo dependia de eu manter viva essa luzinha. De repente, senti algo me seguindo. Olhei para trás e vi um enorme vulto negro atrás de mim. Ao mesmo tempo, tinha consciência – apesar do susto – de que eu, independente de todos os perigos, precisava salvar a minha luzinha na noite e na tempestade. Quando acordei, compreendi imediatamente: Era … a minha própria sombra nas brumas, provocada pela pequena luz que eu estava carregando na minha frente. Sabia também que a pequena luzinha era a minha consciência; a única luz que eu tinha … infinitamente pequena e frágil em comparação com as forças da escuridão, mas era uma luz, minha única luz.”

Nossas emoções podem ser a luz, que ilumina e dá sabor à vida. Podem nos trazer a alegria de viver, nos impulsionar para nosso futuro desejado, acionar nossa vontade de realizar coisas, deixar nossos caminhos mais floridos, enfim, nos colocar protagonistas de nosso destino.

Mas podem ser também, sombras, que inundam nosso coração de medos, que nos afundam em um mar de culpas e lamentações, que nos paralisam, nos levam para o mundo da depressão e da ansiedade.

As emoções são geradas em nossas necessidades atendidas ou não atendidas, sejam nas relações com outras pessoas, com o mundo a nossa volta, ou mesmo com as situações da vida. Nós vivemos para atender nossas necessidades. Em tudo o que fazemos na vida está por trás o atendimento de uma necessidade. Na nossa infância as nossas percepções e interpretações sobre como nossas necessidades são ou não atendidas pelos acontecimentos e circunstâncias externas e/ou pelo comportamento de outras pessoas, geram em nós emoções e sentimentos que podem deixar marcas profundas. 

Impactos da criança no Eu atual

As necessidades que foram satisfeitas durante a infância nos levam a suportar e lidar com mais resiliência com as frustrações e privações do mundo adulto. Ao contrário, quando as nossas necessidades foram frustradas muitas vezes durante a infância, permanecerá na vida adulta uma constante “fome” e a procura incessante por saciar estas necessidades. Isto tudo acontece em nosso inconsciente. No nosso consciente aparecem apenas as emoções que estas marcas provocam quando situações do nosso cotidiano nos remetem ao que vivenciamos na infância.

Necessidades atendidas:

Quando temos uma necessidade e ela é realizada, as emoções que surgem são de satisfação, felicidade, prazer, relaxamento. Quanto mais nós vivenciamos na infância situações de realização de nossas necessidades, mais nos fortalecemos, aumentamos nossa autoconfiança de que somos capazes, aumentamos nossa motivação para realizar mais necessidades.

Ocorre que nem todas as necessidades podem ser atendidas na vida, mas ficamos mais preparados para fazer escolhas entre estas ou aquelas, para entender os porquês de não realização de uma necessidade em determinado momento e ainda, que podemos postergá-la com tolerância para esperar, e assim temos resiliência e motivação para tentar novamente se for preciso. Podemos dizer que ficamos na “condução de nosso eu”, estamos no “leme” de nossas vidas. Podemos fazer escolhas conscientes do que queremos.

Necessidades não atendidas:

No caso das necessidades não atendidas, as emoções que surgem são de tensão, carência, frustração, ameaça, medo. Quanto mais nós vivenciamos na infância situações de não realização de nossas necessidades, mais estas emoções ficam gravadas em nossa memória e geram sentimentos de incapacidade e impotência levando a comportamentos tais como: fingir-se de “morto”, resignar-se, engolir “sapo”, paralisia, raiva, fugir dos desafios, provocar, usar “jogos de poder”, tornar-se violento. Estes comportamentos podem levar a patologias como depressão, ansiedade, distúrbios alimentares, entre outros. Podemos dizer que “perdemos a condução de nosso eu”, ficamos a mercê do “mar bravio”. Temos dificuldades de enxergar saídas e achamos que não temos escolhas.

Autoconhecimento emocional

Entender, conhecer e reconhecer nossas emoções no dia a dia, buscando identificar de quais necessidades elas são originadas, é um grande passo para lidarmos melhor com elas. Como no sonho do Jung, há uma luz que é trazer para nossa consciência resposta às seguintes perguntas: Quais são minhas principais necessidades? São de sobrevivência? De ser amado e querido? São de pertencer a uma família, a uma organização? São de respeito? Ou De se sentir capaz de realizar coisas? Talvez de autonomia?  Autoimagem positiva? De identidade? De liberdade? São tantas. Quais são as nossas?

Vamos praticar:

Por fim, vamos realizar um exercício:

  1. Feche os olhos e respire fundo de 4 a 5 vezes.
  2. Pense em uma situação positiva que você viveu.
  3. Quais emoções surgem quando pensa nesta situação?
  4. Tente buscar dentro de você quais necessidades suas foram atendidas nesta situação que geraram estas emoções.
  5. Abra os olhos.

Dica:  Quando as emoções que nos tomam ao nos depararmos com os desafios de nosso dia a dia ficam incontroláveis, trazer à consciência as necessidades não realizadas através de exercícios como este é de grande ajuda.

Lembrando ainda o sonho do Jung: “…Sabia também que a pequena luzinha era a minha consciência; a única luz que eu tinha … infinitamente pequena e frágil em comparação com as forças da escuridão, mas era uma luz, minha única luz.”

Mas lembre-se, se a dor for grande demais, pedir ajuda é o melhor caminho.

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Joincy Luz é Coach, Mentora, Consultora Organizacional, Aconselhadora de Carreira, Mediadora de Conflitos e Facilitadora de Grupos.

> Biografia:

  • Textos de Rudi Ballreich do Curso de Formação de Mediadores – EcoSocial – Setembro de 2011
  • Dream Analysis: Notes of the Seminar Given in 1928–1930 is a book by Swiss psychiatrist, Carl Gustav Jung. It was first published in English in 1984.

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>>> Imagem: Anna Kolosyuk ✨