Por que nos esquecemos que somos gente?

a vida nos cobra o mesmo ritmo alucinado da correria desenfreada

Todos temos pensado um pouco mais sobre a vida nestes novos tempos.

A vida, apesar de ter sido como que “congelada” durante este ano, parece que nos cobra o mesmo ritmo alucinado da correria desenfreada dos anos anteriores.

Ganhamos mais tempo?

Teoricamente devíamos, sim, ter ganhado, pelo menos, algumas poucas horas do dia. Aqueles preciosos minutos do deslocamento para ir e vir ao trabalho, à escola, à academia, poderiam ter sido economizados e investidos em nós mesmos.

Mas fizemos isso?

Não… nós nos afogamos em meio às novas rotina impostas, sufocamos nossos sentimentos e desejos e seguimos levados pela corredeira interna de águas turvas e turbulentas.

A correria desenfreada do dia a dia continuou existente dentro de nós e, talvez agora, potencializada pelas angústias e medos que nos cercam.

Então, por que esquecemos que somos gente?

O surgimento de um vírus imprevisível que escancara o quanto somos vulneráveis e codependentes parece não ter sido suficiente para repensarmos sobre nossas fragilidades, nossa finitude.

Sim, somos gente, somos seres humanos, mortais, somos matéria, precisamos de limites, mas nos esquecemos disso. E nos deixamos levar pela corredeira da sociedade que nos coloca como super seres humanos, indestrutíveis, imortais, soberanos na Natureza, superiores a tudo e a todos.

Minha experiência – pé quebrado

Nestes dias, me lembrei  de uma ocasião em que fraturei o pé em uma viagem a trabalho e, como tinha um compromisso em uma outra cidade no dia seguinte, não tinha tempo de voltar pra casa e ainda ir ao médico antes de seguir para o novo compromisso que havia assumido.

O pé doía muito, estava bem inchado, mas não importava. Claro que, neste momento, eu nem sabia que estava efetivamente quebrado, mas a dor e o inchaço, que sinalizavam que algo estava bem errado, foram simplesmente ignorados.

Então, lá fui eu com o pé fraturado para o outro compromisso (interior, interior, interior do Estado de São Paulo) e somente no 3º dia após o ocorrido, procurei por ajuda médica. Claro que isso me custou uma semana sem poder colocar o pé no chão, dado o agravamento do quadro.

E, detalhe, quebrei o pé, simplesmente levantando de uma cadeira em um restaurante, pois não havia percebido (na loucura que me encontrava) que minha perna tinha adormecido, enquanto estava sentada almoçando.

Alimentamos um mundo frenético, caótico e neurótico, porque este mundo está dentro de nós.

No entanto, essa essência não é a nossa, aliás, essa “normalidade” fabricada é insustentável.

Nossa essência é espírito, é energia, é carne, é osso, é frágil e perecível, é mortal. Não somos máquinas, não somos invencíveis, mas nos orgulhamos, quando nos comportamos como tal.

Fato é que, quando não prestamos atenção em nós mesmos e nos esquecemos de quem somos, essa conta chega e chega bem alta. Nossa mente, nosso corpo adoecem.

Minha experiência – estrangulamento das veias cerebrais

Outra lembrança que me vem à tona, foi um quadro de transtorno mental que tive por dias, causado por um estrangulamento das veias cerebrais, provocado por estresse excessivo do trabalho. A conta chegou. Não prestei atenção ao meu corpo, aos sinais de alerta, continuei me comportando como máquina.

E tenho visto alguns números preocupantes nos últimos anos: o Brasil é o segundo país do mundo com o maior número de pessoas que sofrem com a depressão, perdendo apenas dos Estados Unidos, e é o país com a maior prevalência de ansiedade do mundo, segundo pesquisa da OMS, realizada recentemente.

Em 2017, por exemplo, transtornos psíquicos afastaram mais de 178 mil pessoas do trabalho. Ou seja, mais de 100 mil pessoas em comparação ao ano anterior de 2016.

Em 2019, já se contabilizava 20 milhões de brasileiros sofrendo de burnout, 18 milhões de ansiosos e 12 milhões com depressão. Imaginem estes números no contexto da pandemia…

Dois grandes especialistas alertam:

“Doenças do tempo, que te tiram do tempo presente”, frase sábia da psiquiatra Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva que também traz a máxima que a “ansiedade é o excesso de futuro, a depressão excesso de passado e o estresse, excesso de presente”.

Como diz a Dra. Ana Beatriz, estamos no século das doenças do tempo, das doenças do pensamento que afetam, e muito, nossas emoções e, consequentemente, nossos corpos físicos.

É nítida a insatisfação da humanidade, mas parece que a corredeira de águas turvas afoga a consciência humana.

É preciso ter coragem para provocarmos as mudanças que são necessárias, para conseguirmos nos agarrar ao bote de resgate e ressignificarmos nossas jornadas. E esse resgate passa por um mergulho no autoconhecimento e autocuidado. Precisamos olhar para nós mesmos e não mais fugir de nós mesmos.

Segundo o neurologista Dr. Fabiano Moullin, “sem compreendermos nosso corpo, sem compreendermos nossos limites, não temos como buscar o equilíbrio”.

Sustentabilidade Humana

Fala-se muito hoje em Sustentabilidade no universo empresarial, mas pouco se fala em Sustentabilidade Humana, que passa justamente pelo despertar da consciência de quem somos, do que precisamos e do que queremos para nos sentir mais plenos e felizes.

PODEMOS mudar, porque esta mudança está em nós mesmos, no despertar da consciência de que a sustentabilidade humana passa por reconhecermos nossos limites, lermos os sinais dos nossos corpos e termos a coragem para dizer alguns “nãos”, para traçarmos outra rota que dê mais sentido a nossas vidas. E isso começa por uma preciosa jornada de autoconhecimento.

O tempo da Natureza não mudou. A questão é:  o que fazemos com o nosso tempo? Muita atenção à sua intenção!! Pense a respeito e tenha a coragem para mergulhar pra dentro de você mesmo e transformar as águas escuras e turvas em águas cristalinas, que te possibilitem enxergar o seu verdadeiro EU.

>>> Conheça mais sobre o trabalho da Andréa Regina em:

Website: https://asregina01.wixsite.com/arconsultoria

Insta: @areginaconsultoria

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Autoconhecimento: Nossa História – perspectiva de passado, presente e futuro • friendsBee

Qualidade de Vida ou Vida Qualificada

Recentemente eu ouvi o psicanalista Jorge Forbes falar sobre a diferença entre “qualidade de vida” e “vida qualificada”.  Isso me levou não só a refletir sobre a importância desse assunto, como também fui ao seu extremo, associando o conceito de Burnout – distúrbio caracterizado pelo esgotamento físico e mental das pessoas – e como tudo isso impacta na nossa saúde e nas nossas relações em casa e no trabalho.

Segundo o psicanalista, na maioria das vezes, ter qualidade de vida significa ter um padrão, o que não deixa de ser um rótulo estabelecido pela sociedade – por exemplo: acordar às 5 da manhã, fazer meditação, correr 10 kms, ser vegano, ter uma casa na praia etc. Ter uma vida qualificada, por outro lado, significa se autoconhecer, qualificar o que realmente é importante em sua vida e identificar o porquê isso lhe faz bem: beber um vinho à noite, rezar, ler um livro etc.

Evidentemente, o que de fato importa é ter uma vida integrada e que faça sentido. Isto significa balancear e alternar as atividades – entre criação, rotina, físico, família, trabalho; de tal forma que tudo esteja alinhado com as necessidades, os princípios e os valores individuais.

No outro extremo, entretanto (e principalmente por causa da pandemia), os casos de Burnout vêm aumentando. Para quem não sabe, a doença foi recentemente incluída na classificação internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS) e significa esgotamento; o que implica dizer que a pessoa não tem mais energia emocional ou física para realizar o trabalho. 

O mais curioso é que as razões pelas quais o Burnout acontece contrapõem o conceito de vida qualificada, ou seja, a doença acontece quando a atividade não faz mais sentido para a pessoa , o seu trabalho fere seus princípios e valores e não existe um balanceamento para o seu exercício, e sim uma sobrecarga muito elevada.

Na verdade, é preciso conhecer e entender o que nos faz bem como indivíduos e qualificar isso de acordo com nossas necessidades e interesses. Somos únicos e não precisamos seguir um padrão exclusivo, mas sim encontrar a exclusividade para a sua vida. Essas diferenças enriquecem e encantam o nosso dia a dia.

Vale lembrar que tudo isso melhora o bem-estar, reduz o Burnout e pode aumentar vários indicadores no trabalho, como satisfação, engajamento e produtividade.

Sigo por aqui me esforçando em “qualificar a vida”.

Desejo que cada um saiba também qualificar a sua, de acordo com seus princípios e valores, e obter os melhores resultados em todas as suas relações.

Conheça mais sobre a autora em https://www.linkedin.com/in/manuelabrandaoborges

A felicidade em ser você,

seja quem for, faça o que faça, acredite no que acredite, você importa.  Você é parte da teia da vida. Um simples sorriso seu pode alegrar o dia de alguém. Palavras gentis podem levar um pouco de afeto às pessoas. Estamos todos interligados

Sua existência já impactou muitas pessoas.

Suas ações afetam quem interage contigo ativamente ou passivamente, assim como você é afetado pelas ações de outros.  Veja um exemplo simples:

Na rua você vê um bebê gargalhando. Naturalmente você sorri.

Ter esta consciência amplia a dimensão da sua vida.  Há vários aspectos que eu poderia abordar neste texto como: a relação com a natureza ou o impacto na saúde. Escolho abordar a sua verdade interior na dimensão do tempo.

O autoconhecimento nos faz tomar decisões que nos deixam em paz conosco.  No estado de paz interior a relação como o mundo exterior é mais positiva, logo o impacto que causamos é melhor.  Não significa que se vá tomar decisões para agradar às pessoas.  Como diz o dito popular que, independentemente de religião, passa a mensagem: “nem Cristo agradou a todos”. No entanto, mesmo quando anunciamos uma decisão que pode desagradar à outros, podemos escolher a forma de fazê-la.

Do que se tem controle

Apenas das nossas intenções e dos nossos atos.

Intenção existe apenas dentro de você. Já os seus atos é o que aparece para as pessoas.

A partir dos nossos atos somos interpretados e julgados inocentes ou culpados, certos ou errados.  Este julgamento já não está em suas mãos, pois decorre, em larga escala, dos Valores pessoais e da Cultura da sociedade. Pessoas impactadas diretamente ou espectadoras tiram conclusões das nossas intenções a partir da cabeça delas, ou seja, a partir do que acreditam e do que já viveram.

Do que você tem controle?

De suas intenções e seus atos.

Agir com coerência com seus Valores lhe dará tranquilidade. Se agir em oposição ao que acredita, gerará angústia. Esta angústia morará em seu peito, causará dor e incômodo, uma ferida que vai criar casquinha, mas sempre coçará e, eventualmente, voltará a sangrar.

A felicidade reside em ser você e não o que outros esperam de você. Não é simples, não é fácil, mas Ser Você é o único caminho para ser feliz.

Ah, e a vírgula no título do texto não é um erro, foi proposital. Simboliza continuidade em ser quem você é;

um eterno aprendiz, um mutante, uma metamorfose ambulante …

Andréa Destri é Presidente e sócia-fundadora da friendsBee

* Conheça a história da friendsBee : https://www.friendsbee.com/#nossa-origem

* Leia artigos anteriores da autora:

https://www.friendsbee.com/beeblog/falar-da-a-dor-e-o-primeiro-passo-para-a-cura/

https://www.friendsbee.com/beeblog/dia-mundial-da-saude-mental-10-de-outubro/