Qualidade de Vida ou Vida Qualificada

Recentemente eu ouvi o psicanalista Jorge Forbes falar sobre a diferença entre “qualidade de vida” e “vida qualificada”.  Isso me levou não só a refletir sobre a importância desse assunto, como também fui ao seu extremo, associando o conceito de Burnout – distúrbio caracterizado pelo esgotamento físico e mental das pessoas – e como tudo isso impacta na nossa saúde e nas nossas relações em casa e no trabalho.

Segundo o psicanalista, na maioria das vezes, ter qualidade de vida significa ter um padrão, o que não deixa de ser um rótulo estabelecido pela sociedade – por exemplo: acordar às 5 da manhã, fazer meditação, correr 10 kms, ser vegano, ter uma casa na praia etc. Ter uma vida qualificada, por outro lado, significa se autoconhecer, qualificar o que realmente é importante em sua vida e identificar o porquê isso lhe faz bem: beber um vinho à noite, rezar, ler um livro etc.

Evidentemente, o que de fato importa é ter uma vida integrada e que faça sentido. Isto significa balancear e alternar as atividades – entre criação, rotina, físico, família, trabalho; de tal forma que tudo esteja alinhado com as necessidades, os princípios e os valores individuais.

No outro extremo, entretanto (e principalmente por causa da pandemia), os casos de Burnout vêm aumentando. Para quem não sabe, a doença foi recentemente incluída na classificação internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS) e significa esgotamento; o que implica dizer que a pessoa não tem mais energia emocional ou física para realizar o trabalho. 

O mais curioso é que as razões pelas quais o Burnout acontece contrapõem o conceito de vida qualificada, ou seja, a doença acontece quando a atividade não faz mais sentido para a pessoa , o seu trabalho fere seus princípios e valores e não existe um balanceamento para o seu exercício, e sim uma sobrecarga muito elevada.

Na verdade, é preciso conhecer e entender o que nos faz bem como indivíduos e qualificar isso de acordo com nossas necessidades e interesses. Somos únicos e não precisamos seguir um padrão exclusivo, mas sim encontrar a exclusividade para a sua vida. Essas diferenças enriquecem e encantam o nosso dia a dia.

Vale lembrar que tudo isso melhora o bem-estar, reduz o Burnout e pode aumentar vários indicadores no trabalho, como satisfação, engajamento e produtividade.

Sigo por aqui me esforçando em “qualificar a vida”.

Desejo que cada um saiba também qualificar a sua, de acordo com seus princípios e valores, e obter os melhores resultados em todas as suas relações.

Conheça mais sobre a autora em https://www.linkedin.com/in/manuelabrandaoborges

A felicidade em ser você,

seja quem for, faça o que faça, acredite no que acredite, você importa.  Você é parte da teia da vida. Um simples sorriso seu pode alegrar o dia de alguém. Palavras gentis podem levar um pouco de afeto às pessoas. Estamos todos interligados

Sua existência já impactou muitas pessoas.

Suas ações afetam quem interage contigo ativamente ou passivamente, assim como você é afetado pelas ações de outros.  Veja um exemplo simples:

Na rua você vê um bebê gargalhando. Naturalmente você sorri.

Ter esta consciência amplia a dimensão da sua vida.  Há vários aspectos que eu poderia abordar neste texto como: a relação com a natureza ou o impacto na saúde. Escolho abordar a sua verdade interior na dimensão do tempo.

O autoconhecimento nos faz tomar decisões que nos deixam em paz conosco.  No estado de paz interior a relação como o mundo exterior é mais positiva, logo o impacto que causamos é melhor.  Não significa que se vá tomar decisões para agradar às pessoas.  Como diz o dito popular que, independentemente de religião, passa a mensagem: “nem Cristo agradou a todos”. No entanto, mesmo quando anunciamos uma decisão que pode desagradar à outros, podemos escolher a forma de fazê-la.

Do que se tem controle

Apenas das nossas intenções e dos nossos atos.

Intenção existe apenas dentro de você. Já os seus atos é o que aparece para as pessoas.

A partir dos nossos atos somos interpretados e julgados inocentes ou culpados, certos ou errados.  Este julgamento já não está em suas mãos, pois decorre, em larga escala, dos Valores pessoais e da Cultura da sociedade. Pessoas impactadas diretamente ou espectadoras tiram conclusões das nossas intenções a partir da cabeça delas, ou seja, a partir do que acreditam e do que já viveram.

Do que você tem controle?

De suas intenções e seus atos.

Agir com coerência com seus Valores lhe dará tranquilidade. Se agir em oposição ao que acredita, gerará angústia. Esta angústia morará em seu peito, causará dor e incômodo, uma ferida que vai criar casquinha, mas sempre coçará e, eventualmente, voltará a sangrar.

A felicidade reside em ser você e não o que outros esperam de você. Não é simples, não é fácil, mas Ser Você é o único caminho para ser feliz.

Ah, e a vírgula no título do texto não é um erro, foi proposital. Simboliza continuidade em ser quem você é;

um eterno aprendiz, um mutante, uma metamorfose ambulante …

Andréa Destri é Presidente e sócia-fundadora da friendsBee

* Conheça a história da friendsBee : https://www.friendsbee.com/#nossa-origem

* Leia artigos anteriores da autora:

https://www.friendsbee.com/beeblog/falar-da-a-dor-e-o-primeiro-passo-para-a-cura/

https://www.friendsbee.com/beeblog/dia-mundial-da-saude-mental-10-de-outubro/

A Saúde Emocional dos Profissionais de RH

Prazos apertados, alta competitividade, metas a serem batidas, cobranças excessivas… tudo isso faz com que a rotina de muitos profissionais seja de alto nível de estresse. Sabemos que a área de Recursos Humanos é a grande responsável por amenizar esses danos e cuidar da saúde dos colaboradores.

Mas a pergunta que fica é: quem se preocupa com a saúde dos profissionais de RH?

Em tempos de isolamento social devido a pandemia e trabalho remoto, a saúde emocional passou a ser uma das grandes preocupações das empresas. Além disso, se a OMS já previa que ansiedade e depressão seriam ainda mais prevalentes em 2020. O medo do vírus e o isolamento social só intensificaram esse processo. A chamada “Revolução Emocional”, protagonizada pelo RH, implementa uma nova relação entre empresa e funcionário.

Apesar de parte extremamente importante no processo, os profissionais de capital humano não devem ser os únicos responsáveis pelos cuidados com a saúde emocional dos colaboradores. Essa função deve ser dividida com a alta liderança da empresa através de desenvolvimento adequado de soft skills valiosíssimas em períodos como o que estamos enfrentando. Alguns exemplos de competências comportamentais que fazem toda diferença para se manter saudável emocionalmente e ajudar seus pares, equipe e colegas a enfrentar períodos de crise são: boa comunicação, empatia, gestão de expectativas e confiança.

Uma prova de que a saúde mental não deve ser apenas responsabilidade do RH é que investir em saúde emocional gera um bom ROI para as empresas. Funcionários sem qualidade de vida no trabalho, tendo sua saúde emocional acometida por estresse, ansiedade, depressão ou burnout, geram prejuízo para as empresas… funcionários felizes aumentam sua produtividade.

Não é incomum vermos empresas investindo em cuidados com a saúde mental dos seus funcionários. Consulta com terapeutas, atendimento psicológico reembolsado, e até mesmo empresas especializadas sendo contratadas para auxiliarem os profissionais de RH em como lidar com questões de saúde emocional da empresa como um todo.

Algumas empresas também estão investindo em lives com profissionais de saúde, que orientam e dão dicas em como manter a saúde emocional em dia. Estímulo a prática de exercícios também é sempre bem-vinda.

Fato é que os profissionais de RH devem redobrar sua atenção em relação ao bem-estar dos funcionários em épocas de crise como a que estamos vivendo com o Corona Vírus, mas não podem de jeito algum deixar de olhar para dentro e ver que são também pessoas que precisam de cuidado, descanso e um tempo para si.

Somente estando emocionalmente bem que ele poderá ajudar a todos a se sentirem da mesma maneira. 

Priscila Salgado é Managing Partner na Vertical RH – www.verticalrh.com.br

Home Life, saúde mental na quarentena

Home Life, saúde mental na quarentena

É preciso saber viver, já cantavam Roberto Carlos na década de 60 e o grupo Titãs na década de 90, é o que se chama de música atemporal, o que a faz ser tão pertinente ainda hoje.

Em tempos de pandemia, quarentena mundial, nós estamos obrigados a fazer tudo de nossas casas, é o que denominei de Home Life. Nada menos que 100% do tempo em família ou consigo mesmo, para aqueles que moram sozinhos. O que poderia ser considerado um sonho, se transformou num pesadelo e, com isso, surgiu uma questão predominante em todas as mídias “Como manter a saúde mental na quarentena?”. 

O fato é que a saúde mental vem se deteriorando de longa data, tanto que o tema tem sido capa de revistas de grande circulação e das dedicadas à área de Recursos Humanos. Só no Brasil o afastamento do trabalho por burnout cresceu 114% em 2018.

Foi neste cenário que nasceu a friendsBee, startup cujo Propósito é Construir um mundo mais feliz, cuidando da Saúde Emocional na origem e, assim, prevenindo doenças físicas e transtornos mentais. Como analogia, atuamos tal qual a válvula da panela de pressão. Se entupida, a panela estoura causando um grave acidente. O mesmo se dá conosco. O acúmulo do sentimento de angústia causa pressão em nosso físico e na mente, estourando em algum momento, seja em uma simples dor de cabeça até uma úlcera, AVC, depressão, burnout

A friendsBee proporciona um espaço seguro, anônimo e confidencial para que as pessoas possam expor suas angústias sem ressalvas. Nós adultos contemos muito as emoções e guardamos os sentimentos, o que nos prejudica. Em pesquisa que realizamos, identificamos que os três principais motivos para isso são: medo de julgamento, vergonha e o receio de que o que eu contar pode ser usado contra mim no futuro. É como dizia o poeta Mário Quintana “Não te abras com teu amigo que ele um outro amigo tem”.

A quarentena desorganizou a rotina e trouxe todos os papeis da vida para dentro de casa, com um agravante, o medo. Medo de perder o emprego, de perder os clientes, de não conseguir trabalhar e pagar as contas, de perder as economias no caos do sistema financeiro, de adoecer, de perder entes queridos.

Todo medo vem da incerteza do futuro, causando ansiedade. Eu tomo o medo como realidade potencial e me imagino vivendo esta realidade.

Para lidar com esta situação a primeira parte a se organizar é a da própria cabeça. Entender o que é fato e o que é imaginação. Entender quais são todos os papeis que você vai desempenhar dentro de casa e organizar sua vida para dar conta deles, lembrando que o papel mais importante é aquele que você tem consigo. É como em turbulência aérea, onde primeiro você deve pôr a máscara em vocêDefina o tempo que você vai dedicar a você para se restaurar do cansaço físico e emocional. Eu, por exemplo, tiro uma horinha pra jogar homescapes. Sugestivo o nome, não?

São muitas as situações possíveis na sua casa e o desafio é o de conciliação dos papeis, lembrando que quando moramos com outras pessoas que também vivem diversos papeis na sociedade, inclusive as crianças, há que se criar um ambiente onde todos possam coexistir em harmonia. Sei que não é fácil, mas é necessário. Sugiro que se você que está lendo este artigo não é o mais organizado, o mais prático da família, proponha àquele que é este exercício. Pode ser feito de forma lúdica com as crianças, que vão entendendo a cada papel que os pais escrevem, como o tempo deve ser dividido e deve ser respeitado. 

Esta é de fato o que podemos chamar de oportunidade única e tão sonhada de estarmos em casa. Aproveitemos!

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Andréa Destri, fundadora e presidente da friendsBee, saúde emocional, atua como Conselheira na BPW/SP, Mentora ABRH/SP e Membro da Comissão de Pessoas do IBGC

foto: freepick ✨