Exaustão emocional, a obrigação de ser feliz

Exaustão emocional causa infelicidade

A obrigação de ser feliz pode causar exaustão emocional

Tenho refletido muito sobre os danos emocionais gerados pela falta de espaço vazio, onde tudo é urgente, tudo é em excesso e ainda temos que nos manter lindos, inteligentes, altruístas e felizes… se não for assim, você pode ser “cancelado(a)”.  

Vivemos num tempo de dicotomia, onde os temas saúde emocional e bem-estar estão em alta, mas o que acontece de fato é que a tristeza e um ritmo de vida mais ameno não são tolerados.

Sabe aquele dia que tudo o que você quer é ficar na sua? Quem nunca, não é mesmo? Pode reparar que em algum momento virá a cobrança para voltar a sorrir, a produzir e a consumir de alguma forma.

Além das expectativas externas, a autocobrança vai além… ter sucesso pessoal e profissional num modelo perfeito de comportamento, onde é imprescindível ter metas claras e definidas, viver com “Propósito”, fazer atividade física constantemente, alimentar-se sem se render e ao carboidrato, ler 5 livros ao mês, ser o melhor líder seguindo a definição dos bestsellers do tema e, claro, sempre com muito bom humor. Caso contrário, tem alguma coisa errada com você.

Felicidade?

A obrigação de ser feliz e perfeito, ou pelo menos aparentar, é uma das principais imposições indiretas da sociedade atual.  O pior é que buscamos cumprir este mandamento sem nos questionar se é adequado e saudável. E é aí que quero chegar. Ser tudo isso ao mesmo tempo é extremamente cansativo e danoso à saúde emocional.

O “ter que” o tempo todo, não nos permite uma autoanálise das emoções reais, simplesmente porque não há espaço vazio, a agenda está sempre lotada e a pausa chega apenas na hora de deitar e dormir poucas horas para começar tudo de novo no dia seguinte. Até mesmo nos finais de semana esse padrão permanece. Agenda cheia para aproveitar ao máximo o pouco tempo livre que dispomos. Cuidado com a exaustão emocional.

O fato é que a vida não é o reino da fantasia das fotos publicadas nas redes sociais. Não somos felizes o tempo inteiro. Há períodos em que sentimos medo, insegurança, tristeza, ansiedade e outras emoções que não nos trazem bem-estar. E tudo bem! não há nada de errado nisso, mas faz-se fundamental manter um espaço psíquico para elaboração de medos, angústias, perdas e para lidar com sensações de incapacidade, cansaço, frustração, entre outras.

“O fato é que a vida não é o reino da fantasia das fotos publicadas nas redes sociais. Não somos felizes o tempo inteiro. Há períodos em que sentimos medo, insegurança, tristeza, ansiedade e outras emoções que não nos trazem bem-estar. E tudo bem! “

Autoamor, dicas práticas

Meu alerta aqui é para o autocuidado, com uma proposta de gerenciar melhor esta provável exaustão emocional, até porque, se está desconfortável e/ou gerando sofrimento, algo deve ser feito.

Compartilho a seguir algumas dicas para que, caso façam sentido para você, sejam degustadas no seu tempo, do seu jeito, sem “ter que”.

1. Experimente o autoamor. Autoamor é acolhimento. Olhe para dentro, perceba suas dores, acalme-se, se dê um abraço, sinta-se amado por você mesmo

2. Pratique a autocompaixão – A autocompaixão é enxergar-se com gentileza, preocupação, apoio e de forma amável, como você faria com uma pessoa querida em alguma dificuldade. É permitir-se e aceitar-se como se é, diminuindo assim, as cobranças e autocríticas. 

Exercício proposto: Escreva uma carta a si mesmo, como se estivesse a falar para um amigo seu, tudo o que está se passando com você e como está se sentindo a respeito.

🔍Escrever sobre os sentimentos em geral, dores, falhas, medos e até mesmo aspirações e sonhos, aumenta a consciência e mobiliza nosso inconsciente para mudanças, principalmente na forma como nos autocriticamos e este é um bom exercício para desenvolver a autocompaixão e o senso de  merecimento.

3. Estabeleça limites saudáveis em todos os pilares da vida: Familiar, Espiritual, Social, Saúde, Financeiro, Profissional e Emocional. Aqui não tem receita de bolo, porém o autoconhecimento permitirá estabelecer os seus próprios limites

4. Priorize-se! Reserve tempo para atividades que trazem prazer e relaxamento.

5. Peça ajuda! Buscar apoio emocional, seja através de conversas com amigos e familiares ou procurando um profissional de saúde mental, ajuda a acelerar o processo

6. Permita-se não ser movido a metas o tempo todo: e tudo bem se não tiver um Propósito de vida claro. Curta a sua jornada de forma mais despretensiosa.

Apenas permita-se! A autonomia do próprio bem-querer nos coloca como protagonistas da nossa vida e cuidadores dos nossos sentimentos e emoções.

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Karina Freitas é executiva de Recursos Humanos, Mentora e Coach, com especialização em Gestão do Conhecimento pela FGV-SP e psicóloga especializada em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)

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➡️Perdas e Ganhos, a Gangorra da Vida @debdestri

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Você assume sua parte da responsabilidade ou busca culpados?

Responsabilidade ou Culpa?

Assumir a responsabilidade; é mais fácil falar do que fazer.

Vamos falar de como lidar com isso.

Nós, seres humanos, viemos a este mundo equipados com genes que têm um mecanismo de defesa embutido, ou seja, uma imunidade inata. No entanto, nossas células de imunidade, chamadas de anticorpos, não culpam os constantes invasores, muito pelo contrário, elas assumem seu papel quando algo acontece e trabalham para equilibrar nossos corpos e nos proteger de doenças.

Eu admiro muito a maneira como nosso próprio corpo assume a responsabilidade por nossa má dieta ou estilo de vida, em vez de sair culpando e não fazer nada.

Transferir a responsabilidade da culpa também é um mecanismo defesa com o qual viemos equipados, mas que não deveríamos usar. Nós nos tornamos vítimas do hábito de transferir a responsabilidade sempre que nos sentimos atingidos. Tudo começa com a sensação de impotência que acaba se transformando em um comportamento narcisista, isso acontece quando não temos a consciência na nossa própria responsabilidade pelas coisas que acontecem em nossas vidas.

Por que temos o costume de transferir a responsabilidade da culpa?

Transferir a culpa é uma tentativa de transferir a responsabilidade de nossos atos para outras pessoas. É uma forma de abuso emocional e assédio mental para que o real culpado se isente de sua responsabilidade e possa ser o “mocinho da história”.

Também é muito sutil, porque às vezes não sabemos se estamos aumentando os limites do suporte acordado ou realmente culpando alguém.

Por que você os culpa, ou eles te culpam?

A princípio nos sentimos como uma vítima impotente perante alguém ou alguma situação. Usamos a culpa como uma distração, nos levando para longe da nossa própria responsabilidade, ou da nossa capacidade de buscar nossa força interior.  

Normalmente o comportamento narcisista começa com hábitos de culpar os outros. Este tipo de pessoa não admite seus erros, escorregões ou falhas, e tem um desejo de se sentir, de alguma forma, superior.

E, assim, acha uma forma de virar o jogo e culpar alguém. Existe constantemente um desejo irresistível de permanecer como a pessoa mais importante da situação.

Enquanto você está no meio de uma discussão, se você se encontrar tentando provar que a outra pessoa está errada em vez de encontrar uma solução, você está jogando o jogo da culpa.
Você está empenhado em garantir que seu valor seja alardeado, e ninguém identificará seu erro. Em suma, auto importância exagerada, mas baixa autoestima.

Mas por que você faz isso?

À medida que crescemos, muitos de nós somos feridos, traídos e julgados sem razões válidas. Isso nos leva a criar paredes como um mecanismo de defesa. Então é comum às vezes não admitirmos nossos erros porque tememos o que pode vir depois disso. Para nos sentirmos seguros, nossa mente ativa este mecanismo de defesa que é a transferência de culpa.

Além disso, quando você está continuamente exposto a um ambiente narcisista, você pode ser contagiado por estes hábitos e constantemente copiá-los. Se você se sente assim, é pela dor que lhe foi causada por este ambiente.

Mas você acha que culpar os outros vai ajudá-lo a superar suas dificuldades?

Enquanto você culpar os outros por cada adversidade da sua vida, você nunca desenvolverá o poder da autoconfiança. Mesmo que você saiba que uma outra pessoa também fez algo errado, a sua parcela de responsabilidade você ainda pode assumir. Quando você aceitar e assumir a sua responsabilidade, você não mais irá em busca das falhas dos outros.

Como lidar com a transferência da responsabilidade de culpa?

Bem, há dois lugares onde muitas vezes acontecem discussões como estas: nos relacionamentos profissionais e nos pessoais.

Quando você culpa seus colegas de trabalho, isso impede seu crescimento em sua carreira e seu desenvolvimento pessoal. Já nos relacionamentos pessoais, transferir a responsabilidade da culpa pode deixar cicatrizes profundas e dolorosas, porque isso pode impactar a tranquilidade de uma família inteira. Pode causar danos muito mais profundos do que você imagina.

a) Nos relacionamentos profissionais

Imagine que você é um gerente de produto em uma empresa famosa internacional. Seu CEO lhe deu um ano de cronograma para lançar um aplicativo como o Tik-Tok, com objetivo de expandir para o mercado internacional de entretenimento.

Você projetou, desenvolveu e está pronto para lançá-lo. Infelizmente, sua equipe técnica não conseguiu fazer alguns testes e o aplicativo ficou fora do ar bem no dia do lançamento. Houve um enorme prejuízo para sua empresa por causa dessa surpresa desagradável. Seu chefe pede uma reunião com toda a sua equipe.

O que você diz a ele?

“Eu não fiz nada de errado. Foram eles, foi um erro da equipe de tecnologia.”

Se você alegar que foi a culpa da equipe técnica, você perde a oportunidade de se tornar uma pessoa confiante e acalmar a ira do seu chefe. O ideal é você aceitar que você falhou em verificar novamente todas as etapas do processo antes do dia do lançamento, se você o tivesse feito teria tempo hábil para tomar providencias necessárias e evitar pelo menos parte do prejuízo.

Quando culpamos nossos colegas por tudo, perdemos a chance de crescer em nossas carreiras, de crescermos como pessoas.

Aprender a lidar com conflitos no trabalho buscando uma solução em vez de “jogar pessoas no fogo” irá moldá-lo em um profissional de ponta. Assumir a responsabilidade também lhe dá uma perspectiva de liderança.

Então, para lidar com conflitos no trabalho sem se tornar a vítima ou fazer outras vítimas, você deve seguir algumas regras básicas que vou descrever abaixo:

1. Coloque os objetivos dos projetos como prioridade máxima e faça a revisão das tarefas necessárias constantemente.

2. Trabalhe com foco no seu crescimento pessoal, isso irá fazer sua equipe crescer e, consequentemente, a sua empresa.

3. Aceite apenas os seus defeitos, não há necessidade de fazer o papel de Madre Teresa. Se algo errado ocorreu que envolva outros departamentos, assuma o erro que lhe compete, sem culpar colegas de trabalho.

4. Não aponte os erros de seus companheiros de equipe ou colegas. Em vez disso, dê-lhes um feedback construtivo. Se você tem que criticar algo, comece com uma observação positiva.

5. Fique longe de pessoas dramáticas. Quando você está com raiva, triste ou emocionalmente vulnerável, pense duas vezes com quem irá compartilhar seus sentimentos e observações. Cuidado com os mal-intencionados.

6. Procure não abrir muito da sua vida pessoal no ambiente de trabalho, quando o faz, dá liberdade para que as pessoas comentem a respeito posteriormente. Praticamente você está se voluntariando para se tornar uma vítima no futuro. Não importa o quão ruim ou boa seja sua vida pessoal, mantenha-a privada.

b) Nos relacionamentos pessoais

Casamento e conflito é como massa com molho, sempre estão juntos. As argumentações fazem o casal crescer em seu relacionamento, mas quando feitas da maneira correta. A maioria de nós culpa nossos cônjuges por todos os infortúnios.

Se nossos filhos estão tendo acessos de raiva, a culpa é sempre do nosso cônjuge. Se não tivemos um bom dia, a culpa também é dele(a). Todas essas transferências de responsabilidades são tóxicas. Além disso, quando você atribui a responsabilidade da sua felicidade à outra pessoa, você acaba escravizando o/a cônjuge.

Eu entendo que para o casamento dar certo, requer que as duas pessoas trabalhem para consertar suas falhas, mas para este tipo de postura começar a funcionar, basta uma delas querer, e esta pessoa pode ser você.

Para se manter feliz no casamento, você precisa praticar algumas coisas que vou descrever abaixo, principalmente tendo em mente que para argumentar é necessário haver o respeito mútuo.

1. Aceite seus próprios erros. Se você é culpado de algo, não tente encobrir seu erro tentando usar o comportamento do seu cônjuge como um dos motivos pelo seu erro. O comportamento do seu cônjuge não deve lhe induzir a fazer algo negativo. Por exemplo, se seu parceiro(a) está te traindo, ou te evitando, não use isso como uma validação para seus próprios erros.  

2. Assuma a responsabilidade por si mesmo. Não aceite os erros dele(a) como seus, mas também não negue os seus próprios.  Encontre maneiras de assumir a responsabilidade por seus desejos, seus erros, sua vida e suas ações. Comece por você, canalizando suas emoções em uma direção positiva.

3. Não traga questões irrelevantes. Quando estiver discutindo ou brigando, evite se referir ao que fizeram no verão passado. Discuta o que é necessário para o conflito atual. O passado já passou e não pode ser alterado, mas o que está sendo argumentado neste momento é algo que pode ser alterado. Foco na resolução do presente, não do passado.

4. Corrija as suas justificativas de seus erros. Muitas vezes quando transferimos a responsabilidade de nossos erros, alegamos que nossos cônjuges erraram por problemas comportamentais ou de personalidade. Já quando nós erramos, as justificativas são externas, com fatores fora do nosso controle.

5. Preste atenção nas suas próprias afirmações. Muitos psicanalistas dizem que usamos esse mecanismo de defesa quando não percebemos nossas próprias feridas internas, mas isso pode causar feridas dolorosas nas pessoas que mais amamos. Quando não percebemos nossas próprias vulnerabilidades, desencadeamos esse mecanismo de defesa, transferindo constantemente a culpa para os outros, protegendo com paredes elevadas nossos segredos mais valiosos. Em vez disso, observe seus sentimentos, aceite o que aconteceu e assuma a responsabilidade de ir em busca da cura. Não desvie seus sentimentos e emoções.

Conclusão

A auto-observação e autodisciplina estão no centro de todo o sucesso pessoal e profissional; você não pode conquistar o mundo se você não ganhar a batalha diária contra sua própria mente. Então, para ser bem-sucedido(a), você deve começar pela busca de seu empoderamento.

Aceitar que nossas falhas requerem que nos conheçamos melhor. Pequenos hábitos como a meditação e revisão diária do nosso dia, podem mudar completamente nossa vida, mas requerem dedicação. Leva tempo para implantarmos novos hábitos em nossas vidas.  Além disso, é normal errar. O importante é ter certeza de que você está aprendendo com seus erros.

Confie que você pode enfrentar seus medos e deixar de ser mais uma vítima deste jogo da troca de responsabilidade.

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Betina é empreendedora, Executive e Life Coach, mãe e especialista em marketing e CRM. Formada em gestão hoteleira, com MBA pela Rotman School no Canadá, e três certificações diferentes em coaching.

Sua missão é ajudar os indivíduos a organizarem suas vidas e trazer presença, entusiasmo e equilíbrio às suas atividades diárias.

Contatos da Betina: www.wity.tech e whatsapp +1 (970) 567-8483

> Aprofunde o tema no Podcast (em inglês) chamado “Why we blame others and how to stop this cycle”, com uma convidada da área de saúde, Christy Thiel, que você pode encontrar neste link https://open.spotify.com/episode/1RC6X2bJijiZrprFq5diGg

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>>> Agradecimento pela imagem: way home studio✨

O papel do homem na sociedade contemporânea

O Homem Contemporâneo

O papel do homem na sociedade contemporânea

O termo e seu significado

Ao longo da história, o termo “homem” frequentemente foi utilizado para representar a humanidade como um todo, abarcando homens, mulheres e todos os gêneros. Tal uso pode, inadvertidamente, sugerir uma predominância masculina, ofuscando a contribuição vital das mulheres e de outras identidades. É crucial reconhecer que os homens são apenas uma parte do mosaico humano, não o conjunto inteiro.

“os homens são apenas uma parte do mosaico humano, não o conjunto inteiro.”

Creio firmemente que, na sociedade atual, os homens devem ser agentes de transformação. Para evoluir coletivamente, é essencial não apenas apoiar o progresso social, mas também liderar pelo exemplo. Gandhi certa vez proferiu: “Seja a mudança que você deseja ver no mundo.” Este princípio é um dos pilares da verdadeira liderança: inspirar através da ação.

A jornada da humanidade é marcada por uma constante evolução. Dotados de uma capacidade singular de raciocínio, devemos empregar nosso potencial para descobrir e inovar. A estagnação é a antítese do propósito de vida; crescer, evoluir e transformar-se são aspectos intrínsecos à nossa natureza.

“A estagnação é a antítese do propósito de vida; crescer, evoluir e transformar-se são aspectos intrínsecos à nossa natureza.”

Os desafios contemporâneos — mudanças climáticas, direitos humanos, conflitos, fome, desigualdade — exigem uma resposta da humanidade como um grupo inclusivo: homens, mulheres, pessoas trans, abrangendo todos os gêneros e raças. A mudança só será possível através de nossa ação coletiva.

Saindo da bolha

Como homens, podemos iniciar essa transformação refletindo sobre nossos preconceitos e comportamentos, reconhecendo que fazemos parte de uma sociedade que perpetua certas injustiças.
O aprendizado é contínuo e diversificado, seja através da convivência com mulheres poderosas, como minha esposa feminista e admiradora de Frida Kahlo, seja por meio de interações enriquecedoras em ambientes majoritariamente femininos ou pela imersão em culturas distintas.

Quando comecei a conviver com pessoas da comunidade LGBTQIA+ aprendi muito. Quando fui para a Amazônia, cheguei a conclusão que não conhecia o Brasil, pois metade ou mais do território brasileiro é floresta amazônica. Quando decidi apoiar o Instituto C, que cuida e ajuda famílias em vulnerabilidade social, aprendi muito sobre desigualdade. Quando comecei a conviver com pessoas negras entendi o quanto o racismo estrutural dificulta o crescimento dessas pessoas. Quando uma pessoa negra me perguntou quantos amigos negros eu tinha ou quantos autores negros eu já tinha lido livros e minha resposta foi zero, entendi que é preciso estudar mais e sair mais da bolha.

Cada experiência, cada pessoa com quem convivemos, cada história que ouvimos nos oferece uma janela para realidades fora de nossa bolha. Ao sairmos de nossa zona de conforto, nos deparamos com o mundo real, em toda a sua complexidade, e só então podemos começar a efetuar mudanças significativas.

Pequenas ações, grandes mudanças

Portanto, como homem na sociedade contemporânea, nossa missão é contribuir para a criação de um mundo melhor. A magnitude dos dilemas que enfrentamos pode parecer esmagadora, mas acreditar na capacidade de fazer a diferença, mesmo que seja apenas dentro de nosso círculo imediato ou em nossas ações diárias, é o que dá sabor à vida. Mudar o mundo começa com pequenos passos, alinhados aos nossos valores e convicções sobre o que é justo e positivo.

Lembremos da jovem na praia, devolvendo estrelas-do-mar ao oceano. Diante da observação de outra pessoa que a encontra, de que muitas ainda perecerão, ela responde que, para aquelas que salva, faz toda a diferença.

Da mesma forma, cada gesto nosso pode não mudar o mundo inteiro, mas para alguém, pode mudar tudo.

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Francisco Deppermann Fortes é conselheiro, mentor e coach. É mestre em Administração e formação em coaching pelo Ecosocial. Atuou como VP de Pessoas, Gestão, TI e SSMA na Gerdau. Engenheiro.

Para sair da bolha, leia também:

Agradecimento pela imagem central @Mubariz Mehdizadeh umplash✨

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Violência Doméstica, Assédio Moral… vítima? Não mais!

Violência Doméstica, Assédio Moral... vítima? Não mais!

Violência Doméstica, Assédio Moral… vítima? Não mais!

Muito prazer…eu sou Alice Avelar. De Vítima à Protagonista…Essa é a minha história!

13 anos de casamento… 2 filhos…1 neta e, hoje, 7 anos após o divórcio, uma vida conquistada passo a passo com muito foco e determinação!

18 anos de Recursos Humanos…18 anos de experiências Corporativas…1 ano e meio de assédio moral no trabalho…7 meses de Burnout…1 ano de sabático….5 anos como Empreendedora …e ainda muitas experiências e aprendizados!

“A minha história é real e a compartilho aqui para inspirar e empoderar todas as mulheres que pensem, em algum momento, desistir!!!” 

Eu tinha tudo que uma mulher busca na vida: Um casamento que parecia ser perfeito, uma vida estabilizada, um emprego dos sonhos. Mas, no meio da jornada percebi que não era bem assim.

O grande divisor de águas

Como em “casa de ferreiro o espeto é de pau”, sendo Psicóloga formada há anos, Coach de Carreira e Especialista em Comportamento Humano acreditava que, cuidando das pessoas eu estaria também automaticamente me curando. Só que não!

Entendi que precisava cuidar de mim e fui buscar uma terapia!!!

“Foi então que percebi que, toda aquela vida de princesa, era na verdade uma ilusão. Eu estava presa na torre da “Rapunzel” e o Príncipe era, na verdade, um sapo… ” 🐸

Nessa altura da vida, 40 anos de idade, comecei a me redescobrir, a voltar a encontrar com a minha essência…a me libertar de amarras que me prendiam e sufocavam.  Eu estava casada com um cara super legal, que dominava as rodas de conversa, que fazia as pessoas se divertirem muito.

Aos olhos de todos os amigos e da minha família, ele era perfeito!!!

Quando iniciei a terapia, passei a “descascar” as camadas de minha vida, como se descascasse uma cebola. Sessão a sessão fui tomando consciência e dando luz a percepções que até então, estavam ocultas aos meus olhos.

O meu mundo perfeito começou a desmoronar!

O super companheiro, marido fiel e super presente, era na verdade um belo de um controlador e manipulador nato.

No início, comecei a negar a mim mesma que estava vivendo em um relacionamento tóxico e acreditei que estava ficando louca!

Eu me perguntava dia e noite: como eu poderia não ter notado um comportamento tão abusivo e castrador por tanto tempo?  Eu era então a maior culpada? Mas será?

O contexto

Ainda no período de namoro (2010), quando eu estava em uma viagem de estudos no Canadá, ele “quebrou” a senha do meu computador e acessou e-mails antigos de relacionamentos anteriores ao nosso.

Buscou detalhes desses relacionamentos anteriores e eu, sem muito refletir na invasão de privacidade que ele tinha cometido, me coloquei na condição de explicar todas as dúvidas dele para esclarecer a temporalidade dos fatos e encerrar logo com o assunto.

Ao retornar ao Brasil, aceitei o pedido de desculpas dele e aceitei o pedido de casamento. Imagina isso!?

Assim se passaram 8 anos.

Quando então, grávida do meu 2º filho, muito fragilizada emocionalmente, pois ainda na gestação descobrimos que o bebê tinha uma condição especial de má formação, chamada mielo meningocele ou espinha bífida, no popular.

Com 27 semanas de gestação eu e o bebê passamos por uma cirurgia delicadíssima, onde meu útero foi retirado do abdômen e meu filho operado nas costas.  Esta foi só a 1ª cirurgia de várias. Hoje, com 11 anos, é um menino com uma vida plena. 

Voltando à relação abusiva. Quando enfim, meu filho já podia ficar sem meus cuidados diários, claro que com o suporte de meus pais, do marido e da babá, eu assumi uma posição de Diretora de RH LATAM e viajava por semanas, chegando a ficar 27 dias rodando países diferentes da América Latina para selecionar novos profissionais para minha equipe. 

Era uma viagem em trio: Eu, uma consultora de Recrutamento e Seleção e meu chefe (CHRO Global). 

Quando o amor é desculpa para o controle

Durante essa mesma viagem, indo de um país para o outro, decidi passar o final de semana em Miami para fazer umas reuniões e umas compras em outlets.

Em um belo sábado, quem bate à minha porta no hotel? Meu marido (ex-hoje), com a justificativa de me fazer uma surpresa: celebrar nossos 10 anos de relacionamento. Nunca passei por uma situação tão constrangedora porque eu estava ali a trabalho e não por lazer.

Nunca me senti tão invadida!!! Acabei tendo que apresentá-lo a todas as pessoas, ele participou das reuniões de trabalho e toda parte social que estava programada com a consultora e meu chefe.

Todos foram muito gentis com ele e no final deu tudo certo, mas isso causou um estresse tremendo e foi então que comecei a desconfiar que a real razão para a “surpresa” era a desconfiança dele de que eu podia estar tendo um caso com meu chefe. BINGO! Acertei na mosca.

PRESTEM ATENÇÃO: de romântico, este tipo de comportamento não tem nada! Ciúmes não é nada bom e só mostra desconfiança e insegurança. Isso precisa ficar bem claro.

Nesta altura da relação eu tentava encontrar caminhos na minha terapia para salvar o casamento. Conversei abertamente com ele várias vezes, mas o comportamento de controle foi crescendo até virar perseguição.

Eu mudei de emprego para a empresa dos sonhos de todas as gerações, também na posição de Diretora de RH LATAM. Nesta empresa, por ser muito visada no mercado, a segurança dos executivos e de todos os colaboradores era muito forte.

Foi então que a área de segurança percebeu um número de celular que me seguia diariamente. Era muito estranho. Eu saía para almoçar nos mais diferentes horários, e era eu sair e ele me ligar, pois ele sabia bem onde eu estava, mas ligava e me perguntava onde eu estava, para ver se eu mentiria.

Nesta altura, até meu filho mais velho já tinha percebido o comportamento obsessivo dele e me cobrava uma atitude, o que me deixava mais certa de que ali, eu não queria ficar.

Meu ponto final na relação

Com a relação já desgastada, decidi colocar um ponto final. Chamei meus pais e informei o que estava acontecendo. Eles levaram um susto!

Meu erro foi não o tirar de casa. Para que meu filho menor não sentisse uma quebra brusca na rotina, disse ao meu marido para que ficasse até encontrar um lugar, e passamos a dormir em quartos separados.

Qual não foi a minha surpresa quando encontrei uma escuta debaixo da lixeira do banheiro do quarto onde eu estava dormindo. Fiquei APAVORADA!!!!

A área de segurança da minha empresa me alertou e me acompanhou à delegacia para me apoiar a prestar queixa com base na Lei Maria da Penha que naquela época levava 3 meses para afastar o assediador de casa. Pedi a meu pai que fosse passar esta temporada comigo.

A empresa dos sonhos virou pesadelo

Mexi em um vespeiro

Minha chefe se incomodou, queria evitar que algumas denúncias de assédio moral progredissem e passou a me minar, me assediar. Cheguei a refazer uma planilha 37 vezes.

Antes de levar as tais denúncias ao time de investigação minha avaliação era excelente, e depois virei péssima. Debochava de mim na frente de outras pessoas. Durante as reuniões ria do meu inglês e me corrigia na frente de todos.

“Mas eu já não era a Alice que se sentia frágil, mas a Alice mulher, consciente de quem era e das minhas escolhas perante a vida.”

Tive que passar pela equipe da América Latina e denunciar todos os assédios morais diretamente ao presidente da empresa, com todas as provas e fatos que tinha em mãos.

Mas isso me custou muito mais caro do que podia imaginar! Tive burnout e me afastei. No meu retorno, ela já tinha sido desligada e eu decidi também encerrar o meu ciclo ali.

Dica de ouro

Atenção se você está em uma relação em que se sente culpada do comportamento impositivo do parceiro ou relações de trabalho. Nem toda violência doméstica é física. Homens e pessoas narcisistas agem com a desculpa da atenção e do amor para manipular a situação e fazer de você a louca.

Março é o mês da Mulher, mas o ano é todo seu para viver a sua vida com as suas escolhas do que é melhor para você!

Escolha se conhecer e se reconhecer…se colocar à prova e a ter coragem de subir, respirar e mergulhar novamente no que há de mais incrível…você própria!!!

Você vai escolher sobreviver ou viver?

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Alice Avelar é executiva em Recursos Humanos, especialista em carreira, psicóloga de adultos e jovens, além de uma mulher dona de si!

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O poder das escolhas para o equilíbrio da vida de @eliene-dalvi

Quantas vidas você tem? de Andréa Destri @admin

✨Imagem gerada pela friendsBee por meio da IA do Canva

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Na Zona de Conforto para a Felicidade

Zona de Conforto

Será mesmo a Zona de Conforto um lugar a se evitar?

Outro dia passeava pelo LinkedIn e me deparei com um artigo que criticava a famosa frase “saia da zona de conforto”, super clichê, mas um pensamento surgiu com isso: em algum momento alguém disse que seria assim que cresceríamos na vida, que seria fora deste lugar que iríamos desafiar o nosso limite, aprender e se desenvolver. Seria este o melhor caminho!?

Revisitando o significado de “zona de conforto”:

 Um lugar seguro, um refúgio, sensação de um abraço de mãe, um lugar de acolhimento, definitivamente um bom lugar para se estar, mas parece que não podemos.

Será mesmo um lugar a se evitar?

No cenário atual estamos no desconforto deliberado, adoecendo e provocando esgotamento físico, emocional e mental, seguindo a cultura incessante de fazer mais e melhor que o outro.

O que assusta é que estamos fazendo isso fisicamente e digitalmente, estamos entre sermos interessantes para as pessoas ao nosso redor e entre likes e views para quem nem conhecemos no mundo digital.

Os dados comprovam: chegamos no limite.

Pode soar ruim, mas todos nós fomos criados com a mentalidade industrial e estamos fazendo parte da mesma esteira, valorizando a eficiência, produção em massa e a padronização, mas talvez por isso que sair da zona de conforto nos persegue desde que entramos no mercado de trabalho, porque sabemos que temos que disputá-lo. Com isso, chegamos ao detrimento do bem-estar individual e criativo.

A ideia não é defender o “conforto”, toda a conquista requer algum tipo de esforço, precisamos nos desafiar, sermos curiosos, buscar pelo desconhecido para expandir e aumentar o nosso repertório.

E sim, ressignificar o cenário para pensar em alguns meios essenciais para alcançar a qualidade de vida.

A experiência subjetiva que podemos encontrar em diferentes aspectos da vida e que poderá nos ajudar a abrir os caminhos nestas realizações pessoais e de conexões com os outros sem se prejudicar neste excesso todo e começar a nos preocupar aonde de fato está a FELICIDADE.

“Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho”

Gandhi

O que dizem os estudos? 

Alguns estudos revelam que ser feliz pode liberar o cérebro, permitindo maior flexibilidade mental e de imaginação. Além disso, dizem que os maiores níveis de criatividade e inovação estão correlacionados a sermos felizes no trabalho. Talvez estejamos dificultando a felicidade de se manifestar mais vezes durante o dia e com coisas bem simples, principalmente em ambientes corporativos que é onde passamos a maior parte do tempo.

O que nos faz feliz?

1. Relacionamentos saudáveis: Ter conexões positivas e significativas com amigos, família e comunidade.

2. Gratidão e apreciação: Praticar a gratidão diária e valorizar as pequenas coisas da vida.

3. Autenticidade e auto aceitação: Ser verdadeiro consigo mesmo, aceitar-se e abraçar quem se é.

4. Equilíbrio: Encontrar um equilíbrio saudável entre trabalho, lazer, descanso e tempo para si mesmo.

5. Propósito e significado: Sentir-se realizado por meio de atividades que trazem sentido à vida, como trabalho gratificante, hobbies ou contribuições para o mundo.

6. Resiliência: Capacidade de lidar com desafios e superar adversidades, encontrando aprendizado mesmo nas situações difíceis.

7. Saúde mental e física: Cuidar do corpo e da mente, praticando exercícios, alimentação saudável e cuidando da saúde emocional.

8. Viver o momento presente: Praticar mindfulness e apreciar o momento presente, em vez de se preocupar excessivamente com o futuro ou ficar preso ao passado.

O papel da Coragem na felicidade

Entre a zona de conforto e a felicidade, tem uma coisa que não falamos e que pode ser a ponte para que possamos transitar e achar algo bom sempre que quisermos, ela se chama CORAGEM.

Tão temida, mas tão libertadora, é com ela que enfrentamos situações difíceis, agimos apesar do medo, conhecemos a força e bravura. Ela me parece ser perfeita para o impulso em direção a superação, o crescimento pessoal, muitas conquistas, avanço diante dos objetivos e por fim ao encontro da felicidade por mais vezes ao dia.

Beijos corajosos a todos.

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*TREICE COGHETTO é designer, especialista em Comunicação Digital e pós-graduada em Gestão de Projetos. Fundou a @mescla.esc para colaborar com empresas na cultura organizacional, aplicando abordagens criativas e de inovação na busca de geração de valor e construção de novos horizontes.

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Diversidade, Equidade, Inclusão e os impactos na Saúde Mental

Diversidade, Equidade, Inclusão

Diversidade, Equidade, Inclusão e os impactos na Saúde Mental

A importância da Diversidade, Equidade e Inclusão na Saúde Mental

A Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) são temas que surgiram com muita força na agenda das empresas do Brasil especialmente na última década. Segundo o Guia de boas práticas sobre Investimentos em Diversidade, Equidade e Inclusão lançado pela B3 em maio de 2023, os cinco principais marcadores mais trabalhados pelas políticas de DE&I no contexto organizacional no país são: raça e etnia; gênero e identidade de gênero; orientação sexual; deficiências; e geração.

O estudo “Diversity Wins” da McKinsey, realizado com mais de 1.000 organizações ao redor do mundo, reforça de forma contundente o argumento sólido em favor da diversidade  de gênero, étnica e cultural na liderança corporativa, e demonstra que esse argumento de negócios está se fortalecendo cada vez mais. Empresas com maior diversidade estão agora mais propensas do que nunca a superar seus concorrentes menos diversos em termos de lucratividade.

Em colaboração com algumas entidades de referência no impulso à diversidade e inclusão nas empresas, a Deloitte realizou um estudo abrangente que envolveu 374 organizações brasileiras a respeito de suas práticas em relação ao tema. Segundo os resultados obtidos, mais de 90% das entidades pesquisadas concordam que atuar em DE&I tem um papel crucial no fomento à inovação, na criação de valor e na qualidade da equipe de trabalho.

Diversidade, Equidade e Inclusão e a Saúde Mental

Entretanto, sabemos que para um ambiente de trabalho ter seu melhor resultado, precisamos cuidar da saúde mental e emocional dos colaboradores. Segundo o relatório intitulado “Orientações sobre Saúde Mental no Ambiente de Trabalho” divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em setembro de 2022, estima-se que a depressão e a ansiedade causem a perda de cerca de 12 bilhões de dias de trabalho anualmente, resultando em um custo econômico global de quase 1 trilhão de dólares.

Esses números ressaltam a urgência de ampliar ainda mais o debate sobre o assunto e como atuar na sua evolução. A OMS e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicaram um comunicado conjunto que apresenta diretrizes práticas para governos, empregadores, trabalhadores e suas organizações, tanto no setor público quanto no privado, visto que cerca de 60% da população mundial está envolvida em atividades profissionais.

“O trabalho pode impactar positiva ou negativamente a saúde mental das pessoas.” 

Segundo os resultados da Pesquisa de Trabalho e Bem-estar de 2021 da American Psychological Association (APA), feita com empresas presentes nos Estados Unidos, os dados revelam que adultos hispânicos e negros têm uma maior propensão do que brancos a manifestar intenção de buscar emprego fora de suas organizações no próximo ano (58% e 57% em comparação com 37%, respectivamente). Além disso, mais da metade dos funcionários LGBTQIAPN+ planeja procurar outro emprego no próximo ano (56% em relação a 43% dos funcionários não LGBTQIAPN+). Pessoas com deficiência são mais propensas do que aquelas sem deficiência a afirmar que pretendem buscar emprego fora de sua empresa ou organização no próximo ano (63% versus 41%).

Aqueles que relataram ter experimentado ou testemunhado discriminação em seu local de trabalho atual têm o dobro de chances de afirmar que planejam procurar emprego fora de sua empresa ou organização no próximo ano (68% em comparação com 33%).

A APA também observou que 43% das mulheres relatam ter sofrido estresse relacionado ao trabalho em comparação a 33% de homens. E segundo dados da OIT, 40% das mulheres empregadas no mundo não tem acesso a licença maternidade remunerada.

E o que fazer para criar ambientes seguros?

Sentir-se incluído e aceito é essencial para o bem-estar emocional e psicológico das pessoas. Quando as pessoas são excluídas ou discriminadas por causa de suas diferenças, isso pode levar a sentimentos de solidão, baixa autoestima, ansiedade e estresse.

Alguns exemplos que eu pude implementar na prática, tratam de como ampliar este conceito:

Treinamento e capacitação contínua da Liderança: os líderes precisam ser continuamente treinados e capacitados. Todos temos vieses, mas mais que isso, o mundo está em constante evolução. Líderes são a referência das companhias. Revisitar conceitos, discutir dúvidas e desconhecimentos abertamente é chave. Não basta apenas “fazer treinamentos online”. Gestores precisam interagir, compartilhar e crescer juntos.

Revisão dos processos de Recrutamento: que vai desde como apresentamos a vaga, deixando claro nosso posicionamento diverso e inclusivo, até o processo de onboarding. Ter entrevistadores diversos para uma vaga é fundamental para romper vieses. Trabalhar com painéis de finalistas diversos apoia a escolha de pessoas que possam ter “fit” com a nossa cultura, mas que venham de backgrounds e grupos diferentes.

Políticas e procedimentos explícitos: muitas vezes, por ser o certo a fazer do ponto de vista ético e moral, não escrevemos em nossas políticas de Recursos Humanos o nosso compromisso com DEI. Ao escrever, nos comprometemos com o que acreditamos e compartilhamos com toda a organização como pensamos.

Apoio a criação de grupos de afinidade: os grupos de afinidade existem para criar espaços seguros e escutar a organização, de forma a, em conjunto com a liderança, colocar luz em problemas e fortalecer a chegada em soluções – as vezes mais simples que podemos prever. Apoiar não significa “deixar existir”. Apoiar significa estimular, reconhecer membros e certamente ter sponsors da liderança – que de fato escutem, participem e apoiem.   

Conclusão

“A empresa precisa garantir o walk the talk e ambientes livres de todos os tipos de assédio”

Tenho muitos outros exemplos importantes a compartilhar. Mas realmente a empresa precisa garantir o “walk the talk” e ambientes livres de todos os tipos de assédio. Precisamos encontrar uma forma de criar ambientes seguros, para que as pessoas se fortaleçam emocionalmente, apoiadas pelas organizações, para acelerarmos as mudanças que urgem em nossa sociedade.

Quando as pessoas são valorizadas por quem são, independentemente de sua raça, etnia, religião, orientação sexual, identidade de gênero, entre outros aspectos, elas têm maior probabilidade de experimentar um senso de pertencimento, autoconfiança e felicidade. E certamente trarão mais engajamento e compromisso com os clientes e resultados da organização.

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Andrea Milan
Executiva com mais de 20 anos de experiência em recursos humanos no mercado brasileiro e internacional, liderou diversos projetos de diversidade. É Venture Partner da SilverHub, Aceleradora de Agetechs. É graduada em Administração de Empresas, MBA em Economia e Mestrado em Psicologia Clínica.

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Qualidade de Vida e Saúde Emocional no Mercado de Trabalho

Qualidade de Vida e Saúde Emocional no Mercado de Trabalho: Uma Perspectiva dos Candidatos e da Área de Recursos Humanos

O mercado de trabalho está em constante evolução, e atualmente, o equilíbrio entre carreira e qualidade de vida tornou-se uma questão central para candidatos e organizações. Neste artigo, explorarei a visão dos candidatos e da área de Recursos Humanos em relação a essa temática, examinando como a realidade do mercado de trabalho impacta a qualidade de vida e saúde emocional das pessoas.

Para os candidatos em busca de oportunidades no mercado de trabalho, a preocupação com a  qualidade de vida e saúde emocional está se tornando um fator determinante na escolha de uma empresa para trabalhar.

Visão dos Candidatos: a busca pelo equilíbrio

Encontrar um ambiente de trabalho que proporcione suporte emocional e condições para lidar com o estresse tornou-se essencial. Empresas que promovam um equilíbrio saudável entre a vida pessoal e profissional, oferecendo possibilidade de ter horários flexíveis, programas de apoio emocional, benefícios voltados para o bem-estar e um ambiente de trabalho saudável são aspectos altamente valorizados pelos candidatos e que, muitas vezes, tem um peso maior do que a remuneração oferecida, na hora de aceitar ou recusar uma proposta de trabalho.

Outro aspecto valorizado pelos candidatos é a cultura organizacional. Empresas que prezam pela transparência, comunicação aberta e liderança empática são percebidas como mais atraentes. Os candidatos desejam trabalhar em ambientes onde se sintam ouvidos, respeitados e apoiados em suas necessidades emocionais.

Visão do RH: Investindo na Saúde Emocional dos Colaboradores

A área de Recursos Humanos desempenha um papel fundamental na promoção da saúde emocional dos colaboradores. As empresas já perceberam que investir no bem-estar de sua equipe resulta em funcionários mais engajados, criativos e produtivos.

As ações adotadas pelas equipes de RH incluem a oferta de sessões de terapia ou aconselhamento, palestras sobre gerenciamento do estresse, incentivo à prática de atividades físicas e a promoção de um ambiente de trabalho inclusivo e respeitoso. Além disso, o RH tem buscado adotar uma abordagem mais humana na gestão de pessoas, valorizando a escuta ativa e a empatia como habilidades essenciais dos líderes.

Conectando a Realidade do Mercado de Trabalho com a busca de Qualidade de Vida e Saúde Emocional das Pessoas

A conexão entre a realidade do mercado de trabalho e a saúde emocional das pessoas é cada vez mais evidente. A competitividade e as constantes mudanças no mundo corporativo podem gerar um ambiente estressante e desafiador para os profissionais. Por isso, é fundamental que as empresas sejam sensíveis às necessidades emocionais de seus colaboradores.

Saúde Mental nas empresas

Temos observado que as empresas estão buscando se adaptar às novas demandas do mercado de trabalho. Muitas têm implementado programas de suporte psicológico, como terapias de grupo, sessões de mindfulness e palestras sobre saúde emocional. Essas ações têm o objetivo de proporcionar um ambiente de trabalho mais saudável e apoiador. 

Além disso, empresas têm buscado certificações para serem vistas como referência em Saúde Emocional. Um exemplo disso, é a nova categoria implementada desde 2022 no ranking das Melhores Empresas para se Trabalhar. Sem dúvida, empresas que adotam essas práticas obtém melhores resultados na atração e retenção de profissionais.

Tendências de Modelos de Trabalho

Com a pandemia de COVID-19, o mundo corporativo experimentou uma aceleração em tendências de modelos de trabalho mais flexíveis.

Essa mudança no modelo de trabalho demonstrou ter efeitos positivos na saúde emocional dos colaboradores. A possibilidade de evitar deslocamentos longos e ter mais autonomia sobre a rotina de trabalho contribui para uma maior sensação de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

No entanto, é importante destacar que o trabalho remoto também pode apresentar desafios, como a dificuldade de estabelecer limites entre a vida pessoal e profissional e a sensação de isolamento social. Nesse sentido, as empresas precisam estar atentas a esses aspectos e oferecer suporte adequado aos colaboradores que adotam esse modelo de trabalho.

Temos observado no último ano quealgumas empresas estão optando por retornar ao modelo de trabalho totalmente presencial. Essa tendência pode ser observada por diversos motivos, incluindo:

1.Necessidade de Interação Social: Muitos colaboradores sentem falta da interação presencial com colegas de trabalho. A presença física no escritório pode proporcionar um senso de comunidade, facilitar a colaboração e promover a construção de relacionamentos pessoais.

2. Criação de Cultura Organizacional Forte: O ambiente físico do escritório pode ser uma parte essencial na construção da cultura organizacional. Empresas que desejam promover seus valores e missão podem acreditar que a presença física dos colaboradores no local de trabalho é fundamental para fortalecer a cultura corporativa.

3. Produtividade e Colaboração: Alguns líderes e gestores acreditam que a presença física no escritório facilita a comunicação, o compartilhamento de ideias e a colaboração entre os membros da equipe. Essa proximidade pode levar a uma maior eficiência e produtividade nas tarefas.

4. Segurança e Infraestrutura: Em alguns setores, especialmente aqueles que envolvem dados sensíveis ou processos complexos, o trabalho presencial pode ser visto como mais seguro e eficiente. Além disso, as empresas podem ter infraestrutura específica no escritório que facilite o desempenho das atividades.

5. Aprendizado e Desenvolvimento Profissional: O ambiente do escritório pode ser um local de aprendizado informal, onde os colaboradores têm a oportunidade de aprender com colegas mais experientes e receber feedback em tempo real. Esse aprendizado pode ser valorizado por empresas que buscam desenvolver suas equipes de forma abrangente.

6. Alinhamento com a Cultura e Legislação Nacional: Em alguns países, o trabalho remoto ainda não foi amplamente aceito ou regulamentado. Dessa forma, algumas empresas podem optar pelo modelo presencial para seguir as práticas tradicionais e estar em conformidade com as normas locais.

7. Desafios da Comunicação Remota: Algumas empresas podem enfrentar desafios significativos na comunicação remota, como fusos horários diferentes, barreiras linguísticas e dificuldades técnicas. O retorno ao trabalho presencial pode ajudar a superar essas dificuldades.

8. Motivação e Engajamento dos Colaboradores: Algumas empresas acreditam que o trabalho presencial pode levar a um maior senso de pertencimento e engajamento dos colaboradores com a organização, o que pode resultar em maior motivação e dedicação ao trabalho.

É importante destacar que essa tendência varia de acordo com a indústria, o tamanho da empresa e a natureza das atividades desenvolvidas. Algumas empresas optam por manter modelos híbridos, combinando trabalho presencial e remoto, para atender às necessidades dos colaboradores e do negócio de forma equilibrada. A decisão de retornar ao trabalho totalmente presencial deve ser cuidadosamente avaliada, levando em consideração os interesses dos colaboradores e as necessidades e estratégia do negócio.

Conclusão

A visão dos candidatos e da área de Recursos Humanos em relação à qualidade de vida e saúde emocional no mercado de trabalho reflete uma mudança significativa nas prioridades das empresas e dos profissionais. O bem-estar psicológico passou a ser um fator essencial na escolha de uma empresa para trabalhar e uma preocupação constante do RH na atração, retenção e gestão de pessoas.

A conexão entre a realidade do mercado de trabalho e a saúde emocional das pessoas evidencia a necessidade de empresas mais empáticas e sensíveis às necessidades de seus colaboradores. A adoção de modelos de trabalho mais flexíveis, permite que os profissionais tenham mais autonomia sobre suas rotinas, reduzam o estresse relacionado ao deslocamento e tenham mais tempo para dedicar-se a atividades pessoais e familiares, e a implementação de programas de suporte psicológico são tendências que visam promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo.

No futuro, é esperado que promoção de qualidade de vida e saúde emocional continue sendo uma questão central nas discussões sobre o mundo corporativo, impulsionando mudanças positivas na forma como as empresas cuidam de seus colaboradores e impactando diretamente o sucesso e a sustentabilidade dos negócios.

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Renata Sottero é Associate Director e Headhunter na Elliott Scott HR. Tem mais de 20 anos de experiência corporativa em empresas de diversos segmentos no Brasil e no exterior. Formada em Comércio Exterior pela Univer­sidade Mackenzie e Coach pela Sociedade Bra­sileira de Coaching e pelo Center of Advanced Coaching.

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Onde nasce a sua Saúde Mental? de Andréa Destri, sócia fundadora da friendsBee

Agradecimentos:

=> pesquisa: Robert Half – Pesquisa Modelos de Trabalho

=> imagem: @lookstudio

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A comunicação na promoção da Saúde Mental      

O poder da comunicação para a Saúde Mental

Comunicação assertiva e empática para promoção da saúde mental nas organizações

O seres humanos são relacionais, e uma das formas de se relacionar é através da comunicação. Sabe-se que a comunicação vai muito além do verbal, pois existe expressão corporal, entonação de voz e gestos que também comunicam.

Todas essas formas de se comunicar expressam a individualidade de cada ser humano, o grau de equilíbrio emocional que está vivendo naquele momento, e a cultura em que está inserido. Cada cultura manifesta seus gestos específicos. Por exemplo ao cumprimentar formalmente, um japonês abaixa o tronco e a cabeça, enquanto nós brasileiros damos um aperto de mãos.

Para a criação de vínculos, entender essas diferenças sutis pode fazer uma grande diferença no seu trabalho e nos negócios, já que para se conectar com uma pessoa mais introspectiva, por exemplo, o ideal é que se chegue de uma forma mais recolhida para o estabelecimento de vínculos. Na Programação Neurolinguística (PNL), isso se chama de rapport.

Segundo a PNL, rapport é uma técnica que trabalha a empatia, que é a capacidade de compreender emocionalmente o mundo do outro, possibilitando que duas pessoas criem sua forma de se comunicar, transcendendo barreiras conscientes e inconscientes.

Autoconhecimento empodera a comunicação

Falando nos aspectos conscientes e inconscientes presentes na comunicação, o estado físico e emocional de uma pessoa interfere diretamente na comunicação. Isto é, se alguém está exausto e vivenciando um momento crítico, a tolerância é diminuída, e qualquer situação um pouco mais extrema pode ser um gatilho para conflito. A dinâmica de uma outra pessoa pode ser um gatilho de projeções inconscientes, criando um muro e dificultando que as relações se estabeleçam.

“se alguém está exausto e vivenciando um momento crítico, a tolerância é diminuída, e qualquer situação um pouco mais extrema pode ser um gatilho para conflito.”

É preciso ter autoconhecimento, recursos internos e consciência para driblar esses desafios, minimizando o impacto de uma comunicação mal conduzida, a fim de se estabelecer relacionamentos harmoniosos e um ambiente psicologicamente saudável para que as pessoas possam expressar sua autenticidade, suas opiniões, possíveis soluções inovadoras de uma forma aberta e fluida. Uma comunicação assertiva e empática para promoção da saúde mental nas organizações

Além disso, o autoconhecimento traz a tona os pontos fracos a serem desenvolvidos frente a crises e desafios. E não se iludam, quanto mais próximos as relações interpessoais, mais aparecerão esses pontos cegos em nós mesmos. E é aí que está a grande oportunidade de crescimento pessoal e profissional, já que os soft skills são a grande tendência para crescimento de carreira.

De maneira bem simplista, pode-se ver se um indivíduo está saudável mentalmente, quando existe coerência do que ele pensa, sente e age. Se não se conhece profundamente, como terá o nexo entre o pensar, sentir e o agir? Quando esse nexo começa a existir, consegue ter uma percepção mais acurada inclusive das pessoas em sua volta, se responsabilizando pelos acontecimentos na vida e nas relações. Há uma tendência a diminuir os julgamentos e idéias pré-concebidas que dificultam a escuta acurada do outro e que podem trazer viéses distorcidos na comunicação.

Autocuidado e a filosofia Tolteca

O autocuidado diário para que o centramento emocional e a consciência se façam presentes no dia-a-dia é imprescindível. O que seria o autocuidado? Alimentação balanceada antiinflamatória, prática de exercício físico regular, respiração consciente, meditação, sono de qualidade, contato com a natureza, vivências que promovam autoconhecimento, como a psicoterapia por exemplo.

Profissionais de saúde multidisciplinar com a mesma visão que podem te ajudar neste processo de criação de novos hábitos diários, para trazer o tão comentado atualmente, work-life balance. Ser workaholic saiu de moda.

Tem um livro curtinho e de fácil leitura que se chama “Os quatro compromissos” de Don Miguel Ruiz, que fortemente recomendo. Ele tem como base a filosofia tolteca.

O primeiro compromisso fala: “Seja impecável com sua palavra”. Segundo Ruiz, a palavra contém seu poder criador, de se expressar e se comunicar, podendo criar o sonho mais belo ou destruir tudo ao seu redor. E é necessário entender que quando há destruição a sua volta, você esta usando a sua palavra contra você mesmo, pois estará lidando todo o tempo com o efeito de suas condutas destrutivas.

O segundo compromisso é: “Não leve nada para o lado pessoal”. De acordo com Ruiz, quando levamos para o lado pessoal, é porque de alguma forma concordamos com o que está sendo falado. Quando a outra pessoa fala de você, ela na verdade está falando dela mesma, e não de você.

O terceiro compromisso é: “Não tire conclusões”. Ele diz que quando tiramos conclusões, entendemos errado, levamos isso para o lado pessoal e acabamos criando um conflito desnecessário. Em vez de tirar conclusões precipitadas sobre o outro, faça perguntas a fim de entender o que se passa com o outro. Assim a comunicação se torna clara e pura, e sua palavra torna-se impecável.

O quarto compromisso é: “Sempre dê o melhor de si”. Nem mais, nem menos, e não espere recompensas. Quem espera recompensas, não aprecia a ação, não aprecia a jornada. E esse é o grande motivo pelo qual não fazem o melhor.

As técnicas da CNV – comunicação não violenta

Não posso deixar de mencionar aqui mais um livro de fácil leitura com exercícios práticos que contribuir muito na comunicação. É o “Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, de Marshall B. Rosenberg.

Sucintamente, ele traz a importância de você entrar em contato com o que sente a partir do que fazem com você.

Veja este exemplo: “eu fiquei triste e com raiva porque você gritou comigo”a) explicitar o sentimento e as ações de maneira bem clara e objetiva b) trazer qual é sua necessidade. “Espero que você fale comigo sem aumentar o tom de voz.” Isso ajuda que o outro consiga acessar seu mundo interno e entenda o que é esperado de você.  Inteligência emocional é o foco de agora!

Conhecimento aplicado na vida

 Eu, por exemplo, sempre fui uma pessoa bem contundente na minha fala, e como tenho um dom de entender o que se passa no interior das pessoas, quando era jovem, afastei muitas amigas  apontando suas questões e feridas. Aconteceu justamente o oposto do que desejava, afinal queria ajudá-las e não afastá-las. Mas há certas coisas que precisam ser faladas com um jeito mais amoroso, no tempo certo, ou às vezes, nem dizer nada, somente estar ao lado.

Em uma das minhas formações ouvi de uma professora: “Por que o fio elétrico tem aquela capinha de gordura?” Respondi: “Para não dar curto circuito.” Ela acenou com a cabeça e disse: “O mesmo se dá com a comunicação, é necessário ter uma capinha para não dar curto na relação”.

Esta capa de gordura é criada nessa percepção da relação, nesse campo que acontece entre duas pessoas. O que essa pessoa está precisando? O que está acontecendo com ela? Como posso ajudá-la? Se tem dúvida de como proceder, faça essas perguntas-chaves e deixe a alquimia desse campo acontecer. Se sentir de ficar no silêncio, faça-o, se sentir de dar um chacoalhão, faça-o, mas tenha uma almofada para acolher depois. E assim procedemos, fazendo que o outro se sinta parte do nosso mundo.

✨Lembrem-se: o maior gatilho de doença mental é não se sentir pertencente a uma família,  a uma sociedade, a uma organização, ou qualquer grupo de pessoas. Fica aqui esta reflexão. Se cada pessoa tem a sensação de pertencimento, iremos estar mais perto de criar um mundo saudável e inclusivo!

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Patricia Turri Figueiredo Hirayma é psicóloga clínica, com especialização em Psicologia Clínica e Antroposofia e Psicologia Transpessoal. Tem formação em Respiração e Renascimento, Master em PNL, e está em formação em Psicotraumatologia. contatos: [email protected] | @consciencia.saude (instagram) | www.conscienciaesaude.com

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Não me identifico mais com os Valores da empresa, e agora?

Venha trabalhar conosco, por favor!

Não me identifico mais com os Valores da empresa, e agora?

O processo de Recrutamento & Seleção de candidatos vem mudando com o tempo. Antes apenas as empresas escolhiam os candidatos, hoje sabemos que é uma via de mão dupla, onde o candidato também escolhe a empresa.

Mais do que simplesmente avaliar questões práticas, tais como: escopo da atividade, a estrutura da área, o modelo de trabalho, o pacote de remuneração, o local de trabalho… precisamos entender como essa empresa realmente é na prática, qual o Propósito, os Valores e a Cultura do local.

A harmonia entre Valores e Crenças é tão importante quanto a correspondência entre competências e experiências. Tanto os candidatos, como as empresas, desejam trabalhar com quem caminha na mesma direção.

Considerando que os Valores são o DNA da empresa e que estes se refletem nos comportamentos e na forma que as pessoas se relacionam, é fundamental entender, no momento de um processo seletivo, se tem fit com os seus Valores pessoais. Isso tornará sua vida mais fácil ou mais difícil lá dentro. E com certeza, os funcionários mais bem sucedidos, são aqueles que se identificam com a cultura daquele lugar.

Valores e Cultura

Sabe aquele jeito de funcionar que ninguém te conta na entrevista nem no onboarding? Que você só fica sabendo naquele café que alguém diz “Vem cá que vou te explicar como as coisas funcionam aqui”. Quanto mais informações você tiver antes de entrar, melhor, para não se surpreender com algo que seja inadmissível ou esbarre em princípios para você.

Falar com pessoas que trabalham ou já trabalharam na empresa, poderá ajudar. Perguntas como: como é o clima aqui? Como as pessoas se tratam? Como lidam com o erro? Aqui pode-se falar abertamente o que pensam? O que mais incomoda? O que gera orgulho e o que frustra? Como as pessoas crescem na empresa?

Uma pesquisa da consultoria CompanyMatch, conduzida com 550 funcionários de empresas europeias em diversos setores, indicou que mais de 60% dos colaboradores deixaram seu último emprego devido a conflitos culturais.

“mais de 60% dos colaboradores deixaram seu último emprego devido a conflitos culturais.”

A grosso modo, esses funcionários se sentiram como um parceiro traído. No começo do relacionamento, as regras foram estabelecidas, mas, ao longo da convivência, elas foram quebradas até que o encanto se desfizesse¹.

Mudança na relação

Mas e quando já estamos na empresa e começamos a perceber que não nos identificamos com os Valores?

Quando já estamos na empresa e nos deparamos com Valores que não estão aderentes aos nossos Valores pessoais, a situação pode ficar complicada, pois pode gerar estresse, conflitos e consequentemente queda de produtividade e em última instância, transtornos mentais. Algumas atitudes nos deixam surpresos, indignados pois percebemos que algo está acontecendo de “errado” (aos nossos olhos), mas não está sendo corrigido ou repreendido.

Isso porque muitas vezes esse é o jogo daquele lugar, é a forma “combinada” de funcionar. Não necessariamente é o que está escrito nas paredes da Organização, mas é o jeito que as pessoas aprenderam a funcionar ou até, precisam agir assim para garantir a sobrevivência naquele espaço.

Por exemplo, em um lugar onde um valor é “Falar claramente” ou ter “Coragem de se posicionar”, mas a prática mostra que, você pode falar até “a página 2”, ou que quem fala demais sofre consequências, inclusive pode ser demitido por isso, faz com que aparecem alguns comportamentos disfuncionais, tais como:

  • falar do outro e não para o outro;
  • triangular informações para conseguir o que se quer;
  • se comprometer na reunião perante a todos mesmo sem concordar, mas na prática não executar  o combinado, entre outros comportamentos.

O que fazer?

Quando nos deparamos com um lugar assim, isso pode gerar incomodo, mas tem um porquê de ser assim, tem um histórico a ser considerado e esse tipo de situação, muitas vezes você só identifica quando já está inserido nesse contexto. No Onboarding, os valores da empresa são apresentados, mas na prática, podem ainda estar distantes do que está descrito.

Tem situações também que culturalmente o Valor é vivido, porém naquela equipe, com aquele líder, a situação funciona de forma diferente, pois ele (ela) tem um jeito de atuar que descola do valor da empresa.

Diante de situações como essas, devemos nos perguntar: o quanto consigo tolerar isso e me adaptar a esse contexto ou devo encerrar esse ciclo e buscar um local com o qual me identifique mais? Essa não é uma decisão fácil, implica em diversas questões, inclusive financeiras. Mas…

“Diante de situações como essas, devemos nos perguntar: o quanto consigo tolerar isso e me adaptar a esse contexto ou devo encerrar esse ciclo e buscar um local com o qual me identifique mais?”

Lembre-se fazer o que você acredita, em um lugar que você valoriza e se sente valorizado, trará orgulho, comprometimento, senso de realização e principalmente FELICIDADE. Sim, é possível ser feliz no trabalho, precisamos apenas encontrar o lugar certo. 

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DANIELA MONTEIRO é Executiva de Recursos Humanos, com mais de 18 anos de experiência em empresas do mercado financeiro e varejo, com foco em transformação cultural. Também integra a Diretoria de Conhecimento da ABRH-SP.

¹Fonte:https://forbusiness.vagas.com.br/blog/voce-sabe-o-que-e-fit-cultural/)

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Imagem: friendsBee

O trabalho voluntário como pilar da saúde da mente

Voluntariado - faz bem fazer o bem

Trabalho voluntário, pilar da saúde da mente.

O voluntariado é um fenômeno social que tem se consolidado em nossa sociedade, e está diretamente ligado ao nosso bem-estar e consequentemente à saúde da mente.

“Quanto mais se doa, mais realizado se é!”

A pessoa que pratica o ato voluntário doa seus bens mais valiosos que são o tempo e o amor. Assim, a alegria é ainda maior.

FIB – felicidade como objetivo de Estado

Segundo um representante do Butão, o tempo é um dos pilares importantes para o FIB – Felicidade Interna Bruta*, afinal de contas todos nós temos uma coisa em comum:  24 horas por dia! Dependendo de como usamos essas 24 horas, ou mesmo pequenas frações dela, vamos transformar as nossas vidas e as vidas das pessoas ao nosso redor. 

Por isso é tão importante uma ação voluntária bem planejada e organizada, com comprometimento e responsabilidade, realizada com dedicação, em um projeto, causa ou Organização cujos valores e propósitos sejam coincidentes com os seus, para despertar orgulho e pertencimento.

E se não bastasse o FIB para nos inspirar ao voluntariado, os estudos da psicologia, iniciados por Abraham Maslow, Carl Rogers e Eric Fromm renovando o interesse pelos aspectos mais positivos da natureza humana, eles se concretizaram com Martin Seligman, que estuda a psicologia positiva e o quanto a compreensão das emoções positivas trazem de contentamento com o passado, a felicidade no presente e a esperança no futuro

A bondade e a caridade ajudam a elevar os níveis de felicidade e positividade. Esses fatores, além da gratidão, conexão social, significado e propósito e ainda, da realização, são essenciais para se viver melhor.

Voluntariado e Saúde Mental

Um estudo desenvolvido pela Universidade de Michigan aponta que um dos caminhos para a saúde mental é o voluntariado, pois estamos colaborando para a produção de substâncias que nos proporcionam bem-estar. São elas os neurotransmissores: serotonina, dopamina, endorfina e ocitocina.

E aqui vale a pena ressaltar que a ação voluntária não é somente aquela de grande impacto social. Você realiza um trabalho voluntário quando ajuda uma pessoa cega a atravessar a rua, quando escuta alguém que está precisando, quando compartilha o seu conhecimento ou quando simplesmente sorri para uma pessoa deixando o dia dela mais alegre. Podemos pensar no voluntariado como gentilezas diárias, também. Lembre-se:

“A ação generosa, que ajuda a vida de outra pessoa, pode fazer uma grande diferença. Afinal, o que para você parece pouco, pode ser muito para quem nada tem.”

Durante a minha trajetória de vida tive a oportunidade de realizar diversos trabalhos voluntários dos mais simples aos mais complexos e, sem dúvida, sempre aprendi muito mais do que pude ensinar em cada ação. É incrível como no final acabamos expandindo nossa visão de mundo e percebendo como nossos problemas se tornam pequenos.

Benefícios do Voluntariado

Como vimos, o trabalho voluntário proporciona diversos benefícios à saúde mental, vamos conhecê-los?

  1. Aumentar a satisfação com a vida: ao fazer um trabalho voluntário, você sente que está ajudando alguém e que você tem um papel de colocar os seus talentos a favor do mundo.
  2. Desenvolver a empatia: você aprende a se colocar no lugar do outro e passa a olhar com outros olhos os problemas sociais.
  3. Aprender a se relacionar com públicos distintos: o trabalho voluntário te permite entender diferentes realidades, que não estamos acostumados a interagir por não fazerem parte do nosso dia a dia. Isso faz com que você desenvolva a habilidade de desenvolver novas competências.
  4. Aperfeiçoar habilidades já existentes: quanto mais usamos nossas habilidades, mais elas se tornam naturais em nós e vamos fortalecendo aquilo que temos de melhor.

*Uma ferramenta para avaliar os aspectos sociais, ambientais e econômicos das comunidades e medir o quanto as pessoas são ou não felizes naquele lugar.

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Isabel Marçal é especialista em gestão de projetos sociais com 18 anos de experiência no setor de Impacto Social à frente da gestão de organizações. Possui formação em Psicologia Positiva e facilitação em grupos. Atualmente cursa psicanálise e é cofundadora do Instituto Bem do Estar – dedicado a fomentar uma mudança de comportamento em relação à saúde mental. Apaixonada pela vida, seres humanos e suas relações. Sonha com uma sociedade mais saudável e justa, por isso acredita que o primeiro passo esteja na consciência individual de cada ser humano.

Quer conhecer mais sobre psicologia positiva? Leia “Engajamento na nova era com a Psicologia Positiva” da especialista @catia-magalhaes

agradecimento pela imagem: Lina Trochez na Unsplash

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