A Relevância das Práticas Contemplativas para a Saúde Emocional

Atividades Contemplativas

Em certos dias, é a ansiedade e dor de cabeça, em outros, noites entrecortadas pelos pensamentos repetitivos e questões não resolvidas. Ombros ‘eternamente’ enrijecidos, aquele incômodo na cervical. Ou é o estômago que não anda muito bem? Seguimos esquecendo ou adiando pendências e compromissos mais uma vez, empilhando ou embolando mesmo os tópicos importantes e urgentes. Vamos fazendo o que dá, até as próximas férias ou algum alívio no fim de semana.  

Frustração, medo, reações exageradas ou anestesiadas. São muitas as faces emocionais e respostas físicas em decorrência de uma normalidade viciante e viciada, muito convincente em meio a métodos de gestão de tempo e produtividade. Entre as horas que temos e as que precisamos, nossas armadilhas envolvem aspectos psicológicos e estruturais a respeito da ocupação.  

Precisamos de Espaço

Frequentemente converso sobre os estados regulares de tensão e alerta que vivemos. Seja nos atendimentos que faço ou com pessoas que conheço. Por vezes, entram também na pauta o cansaço e a culpa. “Não há tempo a perder” costuma ser o mantra, mas o que a gente precisa mesmo é de Espaço.

“Eu imagino um dia em que os exercícios mentais possam fazer parte de nossas vidas diárias tanto quanto os exercícios físicos e a higiene pessoal” – Dr. Richard Davidson, neurocientista, fundador e diretor do Center for Healthy Minds

De uma perspectiva de cuidado com o bem-estar pessoal, esse Espaço que menciono é a necessidade de incluir ‘respiros mentais’ ao cotidiano, através de atividades que restabelecem o equilíbrio emocional e físico, assim como reconexões com nosso senso de Propósito e autonomia, fortalecendo laços de qualidade. Cito especialmente as Práticas Contemplativas como fonte inesgotável de desenvolvimento pessoal e amplitude de visão, frente aos cenários que se apresentam, de maneira mais sistêmica.

As Práticas Contemplativas

O termo contemplativo, tido originariamente como o ato da apreciação, influencia a ciência e ganha força em diversas frentes de pesquisa. A denominada Ciência Contemplativa é a ponte entre o estudo empírico da ciência e o estudo subjetivo e experimental da consciência. Permite um conhecimento mais profundo dos fenômenos mentais e neutraliza os efeitos dos desequilíbrios conativos (intenção e desejo), atencionais, cognitivos e afetivos.

Neste portfolio estão atividades milenares como meditação, pausas de silêncio, yoga, tai chi chuan, artes manuais, canto e música. Diálogos restaurativos ou escuta profunda, contação de histórias, journaling (registros como um diário), entre outros.
Cultivam um foco em primeira pessoa; às vezes com a experiência direta como objeto, enquanto outras se concentram em ideias ou situações complexas. Incorporadas ao cotidiano, elas agem como um lembrete para se conectar ao que achamos mais significativo.

As práticas contemplativas desenvolvem capacidades para concentração e acalmam a mente. Este estado de centralidade pode ajudar a desenvolver nossa habilidade em autorregulação, maior empatia e comunicação assertiva, reduzindo o estresse e aumentando a criatividade. Podendo ser implementadas através de orientação profissional ou de forma autodirigida.

É para todo mundo!

As práticas contemplativas são aplicáveis à  diversas áreas e diferentes perfis.

Fui me apropriando do valor dessa integração da vida ‘setorizada’ em 2012, quando retornei às práticas budistas e aprofundei em conhecimentos relacionados. Em paralelo, a trajetória com grupos colaborativos amadurecia e, ao lidar com os integrantes, surgiam inúmeras questões humanas mais amplas do que o processo criativo. Até culminar na formação como professora do Cultivating Emotional Balance e ingressar na psicologia, foram (e ainda são) muitas investigações, experimentações e estudos, para além dos modelos prontos.

O melhor de tudo é poder escolher e adaptar as práticas de modo que possam incorporar-se a vida de cada pessoa. Com o tempo, percebemos a necessidade e possibilidades de melhorias em um ou mais assuntos do dia a dia. Mais insights podem surgir e melhores respostas frente aos desafios.

Profissionais de diferentes áreas relatam maior autoconfiança, motivação, equilíbrio emocional e concentração, ao decidirem por uma ou mais práticas. Há inúmeras meditações que funcionam como porta de entrada e são a base essencial para as atividades. O journaling, por exemplo, foi foco de estudos* que comprovaram que dispensar 20 minutos do dia para relatar seus pensamentos e sentimentos podem melhorar a atitude, resiliência emocional, saúde física. 

Ao decidir realizá-las, é premissa ter em mente que a regularidade, mesmo oscilante inicialmente, é fator fundamental para adquirir o hábito. Assim como não construir expectativas sobre resultados e prazos, ou comparar-se com outras pessoas.

* Pesquisa conduzida por Joshua M. Smyth na Universidade de New York

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Cleyde Engelke é bacharel em Design com especialização em Design Thinking pelo IBMEC. Instrutora de Gestão Emocional pelo Albert Einstein e Santa Barbara Institute, com formação em mediação de conflitos e práticas de diálogo. Mentora de processos criativos individuais e em grupo.

>> Gostou do artigo e quer conhecer mais sobre as emoções? recomentamos Quando as emoções tomam conta do nosso ser

>>> Agradecimento pela imagem: Mohamed Hassan ✨

Perdas e Ganhos, a gangorra da vida!

Perdas e Ganhos, a gangorra da vida!

Vocês já repararam que nascemos perdendo?  

A primeira grande perda é o útero materno, e começa assim a grande batalha pela vida! Depois perdemos o colo, e com esta perda vem uma grande conquista. Nós aprendemos a andar! O primeiro degrau para a liberdade, de muitos outros que virão.

Todo esse processo é feito de quedas, tombos e incentivos. Naturalmente nossos pais ou responsáveis nos estimularam os passos. Assim, lentamente vamos largando aquelas mãos protetoras, e no cair e levantar escolhemos nos equilibrar!

E esse caminhar, a grande vitória por mérito próprio, nos impulsiona a não sermos rastejantes e seguirmos caminhando!  Dessa forma, em mais um degrau a conquistar, deixamos o aconchego do lar e vamos para a escola, nosso grande primeiro círculo social pós família. Lá perdemos os nossos mimos diários e aprendemos a conviver com outras crianças, que também estão aprendendo a viver sem os mimos e as mãos protetoras da família.

O grande Poder

 E dentre essas perdas, vejam… GANHAMOS! É o poder incrível que exercemos. Perdermos para Ganharmos. Perdemos o abrigo, o colo, a casa… ganhamos uma escola, uma professora, amigos barulhentos. Alguns espaços diferentes… a alfabetização! O poder da escrita, leitura, as quatro operações matemáticas. E o melhor… o grande poder da análise e da interpretação! E é nesse momento que sabemos que podemos avaliar, criticar e revolucionar o nosso micro universo. É mesmo um grande poder, pois como um ser pensante, que elabora e interpreta, podemos ser a própria REVOLUÇÃO.

Revolução tanto INTERNA como EXTERNA!!! Nesse momento, jovens ainda, sabemos que teremos um mundo, mas teremos que nos colocar perante a esse mundo, como mocinhos ou vilões, ou seja, ganhando ou perdendo.

Com o percorrer da VIDA, vamos perdendo a primeira escola, conhecendo a segunda como um espaço maior… Tudo é novo, tudo é conquista, tudo é desbravador!

Um belo dia, perdemos um ente querido e, nessa perda, ganharmos um novo contexto familiar! Diante dessa dor, aprendemos a conviver com o luto! Automaticamente acontece um reposicionamento, como em um jogo de tabuleiro… as peças restantes se ajustam ao jogo e ganhamos nosso novo papel social e continuamos a luta, afinal, há muitos degraus a subir.

Perdas trazem Ganhos

E com o novo jogo de perdas e ganhos continuamos! Perdemos ser apenas FILHOS e nos tornamos PAIS. Agora somos os grandes responsáveis pela vida de outras pessoas, logo, qualquer movimento nosso os atinge, para o bem ou para o mal. E no meio deste paradoxo da vida só nos resta GANHAR, porque agora a vida que era só minha impacta diretamente meus filhos, meus pais que viraram idosos…

Diante de tantas experiências com perdas, nos sentimos triunfantes porque vencemos em pedacinhos, dessa forma sutil, leve, natural, e ganhamos AUTONOMIA! Autonomia para sermos adultos, pais, profissionais. Para SERMOS livres de amarras sociais.

E nessa louca roda viva, sabemos que PERDER É GANHAR! Na perda ganhamos um empoderamento, uma capacidade de nos REINVENTARMOS.  

Então… nunca devemos parar diante de uma perda. Elas virão! E virão sem pena e sem piedade, mas dessa forma você se refará. E, dentro desse círculo de perdas e ganhos, nos tornamos uma máquina de transformação, onde tudo acontece naturalmente. Uma mágica construção, de forma intrínseca, quase imperceptível.

E quando você percebe, você GANHOU! Meu convite é para que façam esta reflexão agora mesmo.

Orgulho se si

Perceba, Você é a pessoa que já perdeu muito, mas que no meio de tantas perdas, obteve muitos ganhos. Você é VITORIOSA!

Você superou as perdas e brinda seu sucesso. Percebeu que pode escolher buscar os GANHOS provenientes das PERDAS.

Diante do exposto, quero deixar evidente que perder faz parte da vida! Mas não podemos olhar somente por esse prisma, já que a vida é multicolorida! De cada perda, podemos sim enxergar um ganho. É o poder humano, a nossa capacidade de mutação, de aprimoramento, de reconstrução.

A vida é cíclica, e muitas vezes espiral, e nós sabemos que no meio de uma tormenta é quase impossível enxergarmos as “vantagens” de uma Perda. É com o amadurecimento, com uma boa rede de apoio, e com o propósito de sermos positivos que aprendemos com as nossas muitas quedas. E crescemos de tal forma, que parecia impossível.

Tenha sempre orgulho do que você conquistou. Mesmo que perdendo, Eu sei, Você sabe, QUE VOCÊ GANHOU!

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Débora atua como professora do Município do Rio de Janeiro há mais de 20 anos. É Pedagoga, Psicopedagoga Institucional e Clínica. É filha, mãe e avó.

> Gostou do artigo? Leia o primeiro texto da autora: A dor como segregadora social

>> Agradecimento pela Imagem:  Ratna Fitry

Uma travessia pelo desenvolvimento emocional

Jornada saúde emocional

Há alguns anos os estudos apontam a importância do cuidado com a saúde emocional como uma tendência para o século XXI.

Entender as pessoas, conhecer suas dificuldades específicas e também a se relacionar com seus sentimentos e estados emocionais não é uma tarefa fácil. Muitos de nós têm dificuldade de lidar com as emoções, primeiro porque não aprendemos, não fomos capacitados pra lidar com os sentimentos, e segundo, por causa do preconceito. Esse tema é meio “tabu”, principalmente dentro das empresas, e isso dificulta o trabalho preventivo.

O desenvolvimento do que hoje chamamos de “soft skills”, como por exemplo autoconhecimento, vulnerabilidade, humildade, presença, escuta, confiança, empatia, dentre outros, é fundamental pra aprendermos a gerenciar a nós mesmos e o outro, com mais humanidade e também com mais maturidade mental e emocional.

No meu entendimento, o autoconhecimento é a base de tudo, nos dá repertório pra atravessarmos com menos sofrimento qualquer dificuldade. É o “be a bá” da liderança. Se você quer ser um bom líder, é importante que você se conheça e aprenda a lidar com os seus sentimentos. Fica difícil gerenciar alguém se você não consegue nem mesmo gerenciar o que acontece dentro de você. Entender o funcionamento do seu universo interno, suas crenças, limitações, potencialidades e como a sua biografia tem impacto na sua vida hoje e na sua forma se relacionar e liderar.

O despertar

Me lembro que quando me aventurei no mundo do AUTOCONHECIMENTO estava vivendo um período bem difícil da minha vida. Tudo começou quando percebi que algo estava muito errado comigo mesma: tinha menos de 30 anos de idade e dormia no máximo três horas por noite, muito perfeccionista, extremamente crítica, controladora, centralizadora e solitária – não tinha tempo pra investir nas relações, eu dedicava todo o meu tempo para o trabalho. Vivia presa por uma infindável necessidade de reconhecimento e, pra piorar, nesse mesmo período eu tinha acabado de mudar de emprego e descoberto que trabalhar com RH não me preenchia mais. Foi desesperador! Senti um vazio, um aperto dentro do peito. Tive medo. E agora? O que eu vou fazer da vida? Eu era bem reconhecida no mercado, tinha empregabilidade alta, toda minha identidade estava “amarrada” nessa história, se eu não fosse a Sofia do RH, seria quem?

Foi nesse momento que me abri para os trabalhos de autoconhecimento e me apaixonei. Foram mais de 10 anos viajando por diferentes países, do oriente ao ocidente, vivenciando diferentes práticas e métodos de autoconhecimento que unem o conhecimento, a experiência e o sentimento. Continuo investindo nesta forma de desenvolvimento, é esse aprendizado que me permite lidar com as questões relacionadas a saúde mental e emocional, principalmente dentro das empresas em tempos de crise.

Descobertas

Logo cedo aprendi sobre a PRESENÇA, comecei com o básico: a acionar dentro de mim um “eu que só observa” o que está acontecendo dentro, sem querer mudar nada, sem julgar nada, que só constata. Fui percebendo uma baita bagunça, vários sentimentos e emoções, cada um puxando pra um lado, tudo desgovernado. Aprofundei o meu estudo em cada uma dessas emoções pra pouco a pouco ir integrando, controlando e direcionando elas ao invés de ser controlada e direcionada por elas. E isso fez uma grande diferença na minha vida.

Depois, já com um pouco mais de maturidade, fui aprendendo a RELAXAR NA MINHA IMPERFEIÇÃO. A gente não foi educado pra isso, na verdade fomos educados a fazer exatamente o oposto: a esconder as nossas imperfeições e a mostrar somente aquilo que achamos perfeito. Hoje entendo que essa é a origem da maioria dos nossos problemas emocionais e, da dificuldade que temos de lidar com eles.

Investimos muito tempo tentando sustentar essa falsa perfeição e os impactos na nossa vida são imensos. Eu mesma me vi perdendo o sono, preocupada porque tinha que ter todas as respostas ou dar alguma contribuição importante naquela reunião pra deixar uma boa impressão, não podia errar. Tinha dores de cabeça, de estômago, insônia, dor nas costas. Tudo fruto do esforço pra manter essa falsa perfeição. Fui me afastando da minha verdade, perdendo a minha espontaneidade e a minha capacidade de me conectar com o outro.

A verdade tem força

É libertador quando você assume pra você mesmo que sente raiva, inveja, medo, que é meio avarento, reclamão, e tudo bem sabe?! Assumir que não é perfeito, que é humano e que está em processo de desenvolvimento como todos os outros que estão aqui também. Falando assim, parece até fácil, né?! Mas na prática, pra mim, foi muito difícil. Tinha medo de mostrar as minhas imperfeições e ser demitida, de perder meus amigos ou de ninguém mais gostar de mim. Mas chegou um momento que ficou tão insustentável que eu não aguentei mais e relaxei.

O resultado foi maravilhoso. Comecei a ser mais íntegra comigo mesma e com os outros, e isso automaticamente me conectou, abriu espaço pra minha VULNERABILIDADE. Percebi que quando eu me abro e assumo a minha imperfeição, o outro também se sente estimulado a ser mais verdadeiro, a “baixar a guarda”, e nesse momento a verdade começa a aparecer, a espontaneidade vai surgindo naturalmente e a CONFIANÇA ganha força. É muito bonito ver isso acontecendo, principalmente no mundo corporativo. Um que desperta pra essa realidade, vai despertando os demais. A verdade tem esse poder de conexão, de expansão. Tudo o que tem verdade tem força!

Quando saí desse ciclo de ter que fazer tudo perfeito, comecei a ter mais tempo para me relacionar com as pessoas, a criar alternativas para resolver problemas mais complexos com mais calma. Tudo foi ficando mais leve, mais gostoso, mais simples, e naturalmente comecei a ser reconhecida e assumir mais posições de liderança.

Colher os resultados do meu empenho e determinação no desenvolvimento destas habilidades emocionais me motivou a querer continuar neste caminho.

Apenas Ser

Foi neste momento que tive coragem pra me aventurar no mundo do SENTIR, queria continuar me transformando. Ir além do pensamento pra acessar o sentimento fez, e ainda faz, a minha transformação mudar de patamar. No meu entendimento, uma transformação só se sustenta quando acessamos o “campo” do sentir. A maioria de nós tem medo, tenta evitar ou amortecer alguns sentimentos e emoções, principalmente aqueles que nos trazem desconforto. Pude perceber que quanto mais eu escondia ou fingia que não os via, mais eles ganhavam força e, como consequência, acabavam dominando a minha vida. Sabe aquelas repetições negativas que você já percebeu que te trazem sofrimento, que você faz de tudo pra mudar mas não consegue? Aos poucos fui integrando a minha consciência com meus sentimentos pra ir mudando e me libertando desses padrões.    

Hoje sou grata à vida por ter me colocado neste caminho. O desenvolvimento das habilidades emocionais nos torna um ser humano melhor e, portanto, um líder melhor. Esta foi a minha experiência pessoal e é por isso que me sinto motivada a levar esse trabalho ao maior número de pessoas possível. É assim que eu me vejo realizada. A plenitude pessoal nos move sem esforço algum.

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Sofia Guerra Nogueira é Psicóloga, Pós-Graduada em Gestão de Negócios e possui Certificação Internacional em Coaching, com sólida experiência em trabalhos de treinamento e desenvolvimento humano.

> Gostou? recomendamos os artigos sobre Autenticidade e Integralidade da Vida.

>> Agradecimento pela imagem: @santiagotorrescl95 ✨

Quando as emoções tomam conta do nosso ser

QUANDO AS EMOÇOES TOMAM CONTA DE NOSSO SER

“Alegrias são dádivas do destino, que demonstram seu valor no presente. Sofrimentos, ao contrário, são fontes de conhecimento, cujo significado se mostra no futuro”. Rudolf Steiner

  

Como ponto de partida para refletirmos sobre como falar sobre emoções quero usar um sonho contado por C.G. Jung:

“Era noite em um local desconhecido e estava difícil avançar contra uma enorme tempestade. Além disso, a neblina estava densa. Eu segurava uma pequena luz, protegendo-a com as duas mãos, pois ela ameaçava se apagar a qualquer momento. Tudo dependia de eu manter viva essa luzinha. De repente, senti algo me seguindo. Olhei para trás e vi um enorme vulto negro atrás de mim. Ao mesmo tempo, tinha consciência – apesar do susto – de que eu, independente de todos os perigos, precisava salvar a minha luzinha na noite e na tempestade. Quando acordei, compreendi imediatamente: Era … a minha própria sombra nas brumas, provocada pela pequena luz que eu estava carregando na minha frente. Sabia também que a pequena luzinha era a minha consciência; a única luz que eu tinha … infinitamente pequena e frágil em comparação com as forças da escuridão, mas era uma luz, minha única luz.”

Nossas emoções podem ser a luz, que ilumina e dá sabor à vida. Podem nos trazer a alegria de viver, nos impulsionar para nosso futuro desejado, acionar nossa vontade de realizar coisas, deixar nossos caminhos mais floridos, enfim, nos colocar protagonistas de nosso destino.

Mas podem ser também, sombras, que inundam nosso coração de medos, que nos afundam em um mar de culpas e lamentações, que nos paralisam, nos levam para o mundo da depressão e da ansiedade.

As emoções são geradas em nossas necessidades atendidas ou não atendidas, sejam nas relações com outras pessoas, com o mundo a nossa volta, ou mesmo com as situações da vida. Nós vivemos para atender nossas necessidades. Em tudo o que fazemos na vida está por trás o atendimento de uma necessidade. Na nossa infância as nossas percepções e interpretações sobre como nossas necessidades são ou não atendidas pelos acontecimentos e circunstâncias externas e/ou pelo comportamento de outras pessoas, geram em nós emoções e sentimentos que podem deixar marcas profundas. 

Impactos da criança no Eu atual

As necessidades que foram satisfeitas durante a infância nos levam a suportar e lidar com mais resiliência com as frustrações e privações do mundo adulto. Ao contrário, quando as nossas necessidades foram frustradas muitas vezes durante a infância, permanecerá na vida adulta uma constante “fome” e a procura incessante por saciar estas necessidades. Isto tudo acontece em nosso inconsciente. No nosso consciente aparecem apenas as emoções que estas marcas provocam quando situações do nosso cotidiano nos remetem ao que vivenciamos na infância.

Necessidades atendidas:

Quando temos uma necessidade e ela é realizada, as emoções que surgem são de satisfação, felicidade, prazer, relaxamento. Quanto mais nós vivenciamos na infância situações de realização de nossas necessidades, mais nos fortalecemos, aumentamos nossa autoconfiança de que somos capazes, aumentamos nossa motivação para realizar mais necessidades.

Ocorre que nem todas as necessidades podem ser atendidas na vida, mas ficamos mais preparados para fazer escolhas entre estas ou aquelas, para entender os porquês de não realização de uma necessidade em determinado momento e ainda, que podemos postergá-la com tolerância para esperar, e assim temos resiliência e motivação para tentar novamente se for preciso. Podemos dizer que ficamos na “condução de nosso eu”, estamos no “leme” de nossas vidas. Podemos fazer escolhas conscientes do que queremos.

Necessidades não atendidas:

No caso das necessidades não atendidas, as emoções que surgem são de tensão, carência, frustração, ameaça, medo. Quanto mais nós vivenciamos na infância situações de não realização de nossas necessidades, mais estas emoções ficam gravadas em nossa memória e geram sentimentos de incapacidade e impotência levando a comportamentos tais como: fingir-se de “morto”, resignar-se, engolir “sapo”, paralisia, raiva, fugir dos desafios, provocar, usar “jogos de poder”, tornar-se violento. Estes comportamentos podem levar a patologias como depressão, ansiedade, distúrbios alimentares, entre outros. Podemos dizer que “perdemos a condução de nosso eu”, ficamos a mercê do “mar bravio”. Temos dificuldades de enxergar saídas e achamos que não temos escolhas.

Autoconhecimento emocional

Entender, conhecer e reconhecer nossas emoções no dia a dia, buscando identificar de quais necessidades elas são originadas, é um grande passo para lidarmos melhor com elas. Como no sonho do Jung, há uma luz que é trazer para nossa consciência resposta às seguintes perguntas: Quais são minhas principais necessidades? São de sobrevivência? De ser amado e querido? São de pertencer a uma família, a uma organização? São de respeito? Ou De se sentir capaz de realizar coisas? Talvez de autonomia?  Autoimagem positiva? De identidade? De liberdade? São tantas. Quais são as nossas?

Vamos praticar:

Por fim, vamos realizar um exercício:

  1. Feche os olhos e respire fundo de 4 a 5 vezes.
  2. Pense em uma situação positiva que você viveu.
  3. Quais emoções surgem quando pensa nesta situação?
  4. Tente buscar dentro de você quais necessidades suas foram atendidas nesta situação que geraram estas emoções.
  5. Abra os olhos.

Dica:  Quando as emoções que nos tomam ao nos depararmos com os desafios de nosso dia a dia ficam incontroláveis, trazer à consciência as necessidades não realizadas através de exercícios como este é de grande ajuda.

Lembrando ainda o sonho do Jung: “…Sabia também que a pequena luzinha era a minha consciência; a única luz que eu tinha … infinitamente pequena e frágil em comparação com as forças da escuridão, mas era uma luz, minha única luz.”

Mas lembre-se, se a dor for grande demais, pedir ajuda é o melhor caminho.

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Joincy Luz é Coach, Mentora, Consultora Organizacional, Aconselhadora de Carreira, Mediadora de Conflitos e Facilitadora de Grupos.

> Biografia:

  • Textos de Rudi Ballreich do Curso de Formação de Mediadores – EcoSocial – Setembro de 2011
  • Dream Analysis: Notes of the Seminar Given in 1928–1930 is a book by Swiss psychiatrist, Carl Gustav Jung. It was first published in English in 1984.

>> Quer aprofundar no mundo das Emoções? Recomendamos a leitura da Neurocientista Caroline Hannickel : Como as Emoções são feitas?

>>> Imagem: Anna Kolosyuk ✨

O papel do coaching no equilíbrio mental

O papel do coaching no equilíbrio mental

A pandemia entrou na casa das pessoas, no trabalho, na escola, na comunidade, e invadiu literalmente espaços menos conhecidos. De repente as pessoas tiveram contato com a família dos colegas, do líder, a rotina de cada um e aos poucos as pessoas foram se conhecendo mais, até porque a rotina da casa se misturou com a rotina do trabalho. Como se as gavetas do trabalho e da vida fossem todas reorganizadas. Impossível não perceber as diferenças sociais, econômicas, padrões de conduta e formas de organizar a vida.

Parece que a pandemia veio esclarecer algo óbvio: não somos só profissionais, somos seres humanos interconectados uns com os outros, com papéis e responsabilidades em várias áreas de vida.

Acho que este é um bom começo!

Coaching, transcendendo o trabalho

Como Coach Executiva há mais de 10 anos, percebo o movimento das pessoas em focar o seu desenvolvimento nos aspectos profissionais, como uma forma de aumentar o seu impacto e produtividade. Passadas algumas sessões, percebem a experiência de coaching de forma mais ampla e profunda, como um convite para a reflexão que transcende o trabalho, um processo que visa maximizar o potencial pessoal e profissional do ser humano.

O pano de fundo do processo de coaching passa pela visão de mundo do(a) coachee. Quais áreas da vida que ele(a) prioriza? Que papéis ele(a) assume com mais propriedade? Quais valores ele(a) cultiva? A saúde mental e o bem-estar estão intrinsicamente relacionados a todos estes fatores.

Como somos seres humanos em construção, a nossa consciência com relação aos diferentes aspectos da vida muda com o passar dos anos.

Coaching e autoconhecimento

Anos atrás eu conduzi um processo de coaching de uma alta executiva de uma grande organização, e com o passar das sessões ela aprendeu que necessitava trabalhar por uma causa social, ter filhos e uma qualidade de vida que pudesse concretizar tudo aquilo. Anos depois, ela me contou que tinha saído da organização onde estava, tinha dado à luz à um casal de gêmeos e abriu um empreendimento próprio na área de nutrição e, com um sorriso agradecido, me disse: “o processo de coaching foi um divisor de águas em minha vida.

Parece ser claro que não se pode ter saúde mental e bem-estar fazendo aquilo que não gosta e que não tem conexão com o seu Propósito, mas esta clareza precisa nascer do(a) coachee, no momento dele(a). Somos o que estamos dispostos a aprender!

O processo de coaching, trabalhado de forma profunda, coloca um holofote nos Valores, crenças, identidade e Propósito, gerando uma ampliação de consciência daquilo que realmente vale a pena e gera saúde mental e bem-estar.

O protagonismo nasce da consciência da integralidade dos papéis e da consciência do Propósito. Para mim bem-estar é isto! O quanto que estou conectada comigo mesma, com as minhas crenças e escolhas.

Dicas para o autodesenvolvimento

Parece ser desafiador, em um ano de pandemia, pensar em ter equilíbrio. Assim, quero registrar aqui o meu agradecimento à friendsBee e aproveito para deixar algumas dicas muito simples de saúde e bem-estar:

  1. Desenvolva o autoconhecimento, procurando ampliar a sua autopercepção sobre seus próprios limites e sobre os fatores que geram saúde e bem-estar.
  2.  Equilibrar vários pratos ao mesmo tempo pode ser interessante se você criar uma rotina organizada, compartilhando as responsabilidades, e criando pausas para refeições, exercícios físicos e relaxamento.
  3. Cultive as relações profissionais, familiares e pessoais mesmo à distância. Muitas fontes de desequilíbrios nascem da solidão.
  4. E, por fim, conecte-se à pensamentos positivos.

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Silvana Mello é psicóloga, mestre em Administração de Empresas, Executive Coach pela Universidade de Columbia em NY – USA. Inner Game – The School of Coaching – Califórnia – USA e Neurocoach pelo Neuroleadership Institute – USA.

Fundadora e sócia da TCS – Talent Creative Solutions, lidera projetos de Transformação Organizacional. É autora do livro: Mulher empoderamento e Legado, e ainda coautora do livro: “Gestão de RH por Competências e a Empregabilidade”.

> Gostou do tema? Recomendamos o artigo complementar: O papel do coaching no desenvolvimento emocional

>> Imagem Nicole Wilcox  ✨

Quantas vidas você tem?

Quantas vidas você tem?

Te convido a fazer comigo esta reflexão: Quantas vidas você tem? Estranhou a pergunta?
As palavras têm força. Elas representam energia e intenção. Se você tem mais de 30 anos deve ter notado que várias cantigas infantis mudaram suas letras… justamente porque as palavras têm força. E não se trata de ser politicamente correto, mas de se expressar com a intenção correta, ou seja, dizer o que você quer dizer.

 E aí, lembrou de alguma música?
Que tal o “atirei o pau no gato, mas o gato não morreu”. Cruzes, que horror! Você repreenderia seu filho se o visse maltratando os animais, mas crescemos cantando isso.
As palavras têm força!


E o bolo nêga maluca?
Por mais folclórico que sejam e não retratem um preconceito ou psicopatia de quem canta ou pede a sobremesa, as expressões normalizam as ações.

Vamos agora para o mundo corporativo.
Você usa a expressão “vida pessoal e vida profissional?”
Huuum… pensando?

Então, quantas vidas você tem?

Comecei a trabalhar nos anos 90 em RH, que, a propósito, tinha acabado de ganhar este moderno nome. Uma transição do DP ou Departamento Pessoal. Eu trabalhava numa indústria onde batalhei para implantar o conceito de treinamento para aumento de produtividade, uma revolucionária ideia de que as pessoas deveriam entender a razão das regras para segui-las. Bem, consegui!  Montei a área de RH. Durante anos coexistimos na empresa, DP e RH. Contando isso hoje soa estranho, não?

Bem, nesta mesma época o conceito de gestão moderna trazia expressões como “vestir a camisa” e, a adaptação que mostrava ainda mais comprometimento, “suar a camisa”.
Uma outra expressão que surgiu naquela época e eu orgulhosamente defendia era: “entrou na empresa, sua vida pessoal fica do lado de fora”. Olha, ainda bem que prefiro ser uma metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo… salve Raul.

As expressões acima, que forjaram as crenças da geração X, induzem a colocar o trabalho em 1o lugar, tanto acima da família, como da saúde, do lazer. Verdade! Férias? Quantas vezes o “vender os dias” demonstrava comprometimento? E sobre o horário de trabalho? Ser o 1o a chegar e o último a sair. Se você virasse a noite então era a estrela, a referência.
E assim, fomos reforçando o conceito de vida pessoal e vida profissional.

Mas, volto a perguntar: Quantas vidas você tem?

Bem, eu só tenho uma.

Vida Integral

Uma vida única, requer coerência. Não é possível, por exemplo, se dizer uma pessoa ética e continuar trabalhando para uma empresa corrupta. Ou ser vegano e trabalhar no comércio de animais. Assim como não é possível trabalhar em uma empresa que defenda a diversidade e inclusão, mas em uma discussão, a pessoa usar argumentos preconceituosos.

Recentemente assistimos à três casos onde as empresas tomaram a decisão de demitir em função de comportamento fora do ambiente corporativo, mas que feriam os Valores corporativos.

O primeiro foi o de uma executiva que mantinha uma idosa em sua residência em situação análoga à escravidão. O segundo caso foi em julho 2020 onde a profissional ofendeu com a intenção de humilhar um fiscal da Prefeitura do Rio de Janeiro que fazia seu trabalho com muita educação, orientando sobre a não aglomeração nos bares cariocas. E o terceiro, em abril deste ano, quando a empresa demite um funcionário por comentários racistas no blog de um ex integrante do BBB21.

Coerência! 

Ficou claro não é mesmo?  A vida é única, integral, indivisível.

Uma vez que temos uma única vida, onde todos os nossos papeis sociais devem coexistir em harmonia em benefício da nossa saúde integral, que tal pararmos de dividir a Vida?

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Andréa é idealizadora da friendsBee, startup criada com o Propósito de “Construir um mundo mais feliz” e, para tal, atua com Saúde Emocional como forma de prevenção à doenças físicas e transtornos mentais.

> Casos citados:

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/06/26/avon-afasta-executiva-que-mantinha-idosa-em-situacao-analoga-a-escravidao.htm

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/07/06/empresa-demite-funcionaria.htm

https://extra.globo.com/economia/empresa-de-alimentos-demite-funcionario-por-comentario-racista-em-rede-social-contra-joao-do-bbb-21-rv1-1-24960861.html

>> Outros artigos da autora:

Onde nasce a sua saúde mental?

Falar da dor é o primeiro passo para a cura

>>> Imagem: Chris Lawton ✨

Recomeços, lidando com a expectativa de um novo desafio profissional aos 50+

Recomeços, lidando com a expectativa de um novo desafio profissional aos 50+

Não é fácil sair de uma empresa. Enquanto estamos nela, vestimos a camisa, criamos vínculos com as pessoas, com a marca, com a rotina, nos comprometemos com horários, decisões, compromissos, prazos, qualidade dos projetos e por aí vai. 

Dar às costas a tudo isso traz sempre uma sensação de vazio. E essa sensação pode ser ainda mais forte quanto mais longa é sua vida profissional e quando os desafios que você tem que enfrentar se mostram diferentes, porque o mercado está sempre em constante evolução.

Como fazer frente a isso num momento em que mudança nos abala?

Antes de tudo é preciso admitir: todo fim envolve luto

A decisão pode ter partido da empresa ou ter sido nossa, ainda assim, dúvidas e angústias podem surgir.

Quando tomamos a decisão, há um misto de dor e talvez, uma sensação de incompetência e pesar por não ter “durado para sempre”, afinal, a gente sempre fantasia o “para sempre”. Mas nesse caso, ou estamos diante de um novo desafio ou é porque a relação entre a energia investida e o prazer não estava em equilíbrio, entre a pessoa e a empresa. 

A expectativa de um novo desafio nos enche de ânimo, novas perspectivas, novos conhecimentos, curva de aprendizado e muito mais. Porém, a quebra da relação com a empresa nos entristece na maioria das vezes. É similar, de qualquer forma, com outros tipos de relação interrompida, seja com família, com amigos ou até mesmo com um investimento em um empreendimento.  

Quando a decisão é da empresa, grande parte das vezes ela não é tomada exclusivamente pelo seu desempenho. Existem várias razões para a empresa abrir mão de um profissional, como: redução de estrutura, mudança de foco, reorganização, mudança no perfil desejado para a função etc. Nenhuma delas tira de você um ciclo de sentimentos que começa pelo de sensação de incompetência, depois de raiva, evoluindo para a tristeza e indignação. 

Como lidar com tudo isso e seguir em frente?

É importante ter em mente: nem sempre o problema é você

Sim, saiba que nem sempre sua performance é o problema. Às vezes a empresa pode não ter absorvido o que você poderia ainda contribuir e, nesse caso, vale a pena olhar para a frente e, quem sabe, don’t you know you might find a better place to play”, como canta o grupo Oasis. 

Outro fato comum é a empresa precisar de competências imediatas que você não teve a oportunidade de desenvolver.

Por isso, cabe também uma reflexão sobre como desenvolver essas tais competências, já pensando em oportunidades futuras, que pode ser através de cursos online, webinars ou grupos de estudo. 

Para quem tem uma carreira executiva desenvolvida em empresas de grande porte, multinacionais, segmentos variados, culturas diferentes, mudanças de estado e de cidades, viagens internacionais e com uma experiência profunda na sua área de atividade, parece que tudo pode dar certo em breve. Que uma nova oportunidade chegará logo, logo.

#sóquenão é tão simples assim: quando você busca uma nova oportunidade e tem mais de 50 anos, o preconceito é nítido, cruel e real.

De certa forma, ao longo da carreira profissional, observamos o que acontece com outros profissionais que passaram por essa situação, mas nunca pensamos que passaremos por isso um dia também.  

O mercado para os 50+

Alguns recrutadores são até sinceros em dizer que sua experiência é ótima, mas dizem também que o preconceito com a idade existe e que o cliente pode não escolher você, mesmo que seu perfil esteja alinhado e sua experiência faça sentido

Ao contrário de outros grupos minoritários, não existem cotas para 50+. Tenho visto nas redes sociais que pessoas com mais de 40 anos estão sendo rejeitadas pelo mercado como obsoletas, numa época em que a diversidade é a palavra da vez e a idade para a aposentadoria foi ampliada, fazendo com que os profissionais precisem trabalhar até mais tarde.

 Cabe, ao que tudo indica, uma reflexão aos profissionais de marketing que desenvolveram o conceito de “melhor idade”. Será que acreditam de verdade nisso quando lidam com suas empresas e equipes?

Voltar a fazer parte do mercado e restabelecer uma nova conexão com uma empresa é, sem dúvida, o grande desafio. Ouço de alguns colegas, de diferentes áreas de atuação e idade, que eles estão sendo excluídos na aplicação para a vaga.  Se por um lado as plataformas de recrutamento são importantes para a empresa fazer uma primeira triagem porque recebem centenas de candidaturas, o algoritmo utilizado ainda não tem inteligência suficiente para permitir que excelentes profissionais cheguem na etapa de entrevistas, onde a interlocução ou avaliação mais criteriosa (seria humana a melhor palavra?) permitiria conhecer nuances do seu perfil, cases de sucesso ou como você reagiu em determinada situação de crise e outras oportunidades de mostrar o que você pode fazer de melhor.  

Recomeços

Depois de todo fim há sempre um recomeço. Prepare-se para ele. Muitos de nós sabemos que recomeçar é sempre possível porque já passamos por isso muitas vezes.

A experiência no mercado não nos deu apenas conhecimento profissional. Passamos também a conhecer melhor os nossos recursos internos, a recorrer às nossas forças.

Compartilho aqui as minhas “dicas” para essa fase.

São as que eu mesma costumo seguir porque sempre me valeram, e acredito serem úteis para nos manter bem preparados para os recomeços.

  1. Continue estudando. Estudar é uma forma de fazer o melhor por você mesmo. Estudando, você não se sente deslocado em nenhuma conversa. 
  2. Esteja atento ao que acontece no mundo e nas empresas. O que está surgindo de novo? Para isso, existem grupos de WhatsApp e grupos no LinkedIn que podem ajudar você a descobrir novas tecnologias, terminologias e conteúdo. 
  3. Pratique atividades de lazer também. O que for mais prazeroso para você. Podem ser leituras, filmes, encontros virtuais com os amigos e com a família (enquanto não podemos abraçá-los).
  4. Pratique atividade física. Na linha de “fazer o melhor por si mesmo”, essa foi sempre a minha melhor opção. Faço isso não só porque gosto do que a atividade física me proporciona em termos de boa aparência, mas pelo que ela me traz em termos de disposição, mobilidade física e rapidez de raciocínio. Ela me traz bom humor também, inclusive para continuar seguindo em frente, procurando colaborar para o desenvolvimento das pessoas e gerar impulso para continuar o caminho com muita energia, vontade e realização.

Acima de tudo, o importante para você, que é um profissional sério e competente, é não perder de vista o seu valor, a sua verdade, o seu potencial de fazer coisas acontecerem com qualidade, e aportar sempre o seu melhor e deixar o seu legado.

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Silvana é executiva de Recursos Humanos, certificada em Coaching, com uma carreira sólida em diferentes segmentos como Agro, Banco, Comunicação e Telecom. Neste momento busca seu recomeço.

Para dicas de como lidar com suas emoções, leia o artigo “Emoções, o que são e como são feitas”

Em busca do seu caminho? Vale ler “Propósito de Vida, o amor como condutor”

>>Imagem de Jan Tinneberg

Emoções, o que são e como são feitas?

Emoções, novas descobertas

Nós sabemos por experiência própria que não somos capazes de controlar as nossas emoções. Todos nós já vivemos situações em que a voz embargou, as lágrimas rolaram, a raiva explodiu, as palavras saíram do jeito errado. Então emoções, o que são e como são feitas?

Tanto por experiência própria quanto pela visão clássica da Psicologia, as emoções nos controlam e com frequência elas estão de mal com a nossa razão.

Emoções pela Teoria Clássica

A teoria clássica nos diz, inclusive, que temos algo em torno de 5 emoções básicas (alguns teóricos falam em 6), sendo as emoções mais sutis nada menos do que a mistura das básicas.

Medo, Nojo, Tristeza, Raiva e Alegria, seriam como entidades vivendo em compartimentos distintos, com alguma comunicação entre si. Quase como potinhos cheios do seu humor específico, esperando para derramar e inundar o sistema nervoso. Quem assistiu ao filme Divertidamente, viu essa teoria representada em animação.

Cada emoção teria as suas próprias características específicas e permanentes, seriam desencadeadas por situações semelhantes e elas ficariam evidentes nas nossas expressões como propaganda num outdoor. Então bastaria identificar os marcadores fisiológicos das emoções e o lugar no cérebro de onde elas seriam originárias.

Décadas de procura e…

Para comprovar a teoria clássica, partiu-se então em busca de evidências incontestáveis da presença de emoções básicas e universais. Cientistas foram a povos distantes, colocaram sujeitos dentro de scanners cerebrais, injetaram drogas bloqueadoras de diversos tipos, fizeram milhares de entrevistas… Foram décadas de pesquisas para encontrar os marcadores ou impressões digitais das famosas emoções básicas.

E… o que encontraram? Nada de emoções básicas, nem uma emoção universal. Ao invés de universalidade, encontrou-se diversidade! E já que os dados apontavam em outra direção, surgiu uma nova teoria das emoções.

A Teoria das Emoções Construídas

A primeira pista de que a coisa não era como se pensava veio da nossa própria experiência. Quantas formas você tem de sentir e demonstrar alegria? E raiva? Tem gente que chora quando fica com raiva, mas raramente chora de tristeza. Quem nunca chorou em casamento, um momento de alegria? Eu, por exemplo, sou capaz de chorar até em comercial de margarina, se ele tiver final feliz.

O mesmo pode se dizer das expressões faciais. Quem vê apenas a face de um campeão olímpico no momento da glória, pode jurar que ele está ardendo em raiva. E o que dizer das sensações corporais tão presentes nas emoções? Aquele frio na barriga na hora de fazer uma apresentação em público. Para muitos é sinônimo de pânico, para outros, de empolgação.

Além disso, as imagens do cérebro vivo em situações que desencadeiam emoções não apontaram para similaridades. Até o tão famoso sequestro de Amígdala (refiro-me à região cerebral, não a que mora na sua garganta!) não passou no teste. Esse fenômeno era compreendido como condição fundamental às reações intempestivas de luta ou fuga. Mas de fato, mesmo pessoas com lesão na amígdala também são capazes de ter essas reações.

Se as emoções não são o que pensávamos, o que são?

Como já disse o Rei: “São tantas as Emoções!” Amor, raiva, medo, compaixão, serenidade, paz, tristeza, ódio, temperança, idolatria, atração, desprezo, indiferença, ansiedade, depressão, e tantas outras…

Emoções são uma “explicação” do que está acontecendo conosco, na situação em que nos encontramos. Nosso cérebro passa o tempo todo associando sensações corporais, pensamentos e informações do ambiente e do contexto para decidir o que vem a seguir: o que dizer, o que sentir, o que fazer.

Infelizmente, algumas dessas “explicações” levam pessoas a (re)agir de modo inadequado. Em alguns casos dramáticos, por exemplo, o que se chama de amor está desde a infância associado a atos de violência. Em outros, o sentimento de autoestima é associado ao desmerecimento do outro. E assim por diante.

Em outras palavras, emoções são a nossa resposta ao que está acontecendo conosco naquele determinado momento. E essas respostas são altamente influenciadas pela nossa história de vida (aprendizado) e pelas condições fisiológicas e mentais daquele momento.

E daí?

Isso muda a nossa vida? Muda muito! Se pensarmos que as emoções são realmente entidades que nos habitam, sobre as quais não temos controle, então não há o que fazer.

Outro dia vi uma camiseta que resume bem essa visão: “Desculpe pelo que eu disse quando estava com fome!” O sujeito já antecipa que não se responsabiliza pelo que diz nessas horas.

Mas, se entendermos as emoções pelo que realmente são, uma simples conclusão da sua mente para um dado contexto, podemos assumir alguma responsabilidade pelo que se passa.

Podemos então aprender a nomear o que sentimos, e a checar se esses nomes têm de fato respaldo no nosso contexto. Ao validar ou renomear o que sentimos, nós podemos reeducar as nossas mentes para re(agir) de forma mais inteligente, mais madura e na direção da nossa FELICIDADE.

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Carol é Mestre em Neurociências pela Universidade de Viena. Atua como Professora, Consultora e Mentora em People Strategies. É pioneira na introdução das Mind Sciences para soluções de gestão contemporânea de pessoas e desenvolvimento de times. contato: [email protected]

> Este artigo foi baseado no livro : How Emotions are Made de Lisa Feldman Barrett

>> Gostou do artigo e quer ler mais sobre Felicidade? indicamos: A Felicidade em ser Você

>>> imagem de @rawpixel ✨

Autenticidade como caminho para o bem-estar

Autenticidade, o poder de ser você!

Quantas vezes você recuou um posicionamento, cancelou o início de um projeto ou até mesmo deixou de fazer algo que te traz satisfação por opinião de terceiros?  Você já considerou que estas opiniões podem não ter levado em consideração a sua naturalidade e sim como o aconselhador vê o mundo?

As pessoas têm dificuldade em aceitar o diferente e foi assim com Nicola Tesla, chamado por muitos de louco. Entretanto você possivelmente não estaria lendo este texto se não fosse ele ter inventado os geradores de corrente alternada que iniciaram a era da eletricidade.

Autenticidade e bem-estar

Quero trazer aqui uma forma diferente de pensar sobre este desafio, ou até mesmo coragem, que precisamos ter para encontrar o bem-estar através do pensar, relacionar e agir livremente. Simplifico a liberdade desses três pontos (pensar, relacionar e agir) como sendo a sua autenticidade. Quando não estamos alinhados com ela, gastamos tempo e vitalidade com agrados, obrigações e julgamentos. Caminhamos no sentido oposto da observação da vida, da apreciação da naturalidade em fazer e de se abrir para as experiências nos encontros.

Existem quatro pontos essenciais no desenvolvimento da sua autenticidade que possibilita o seu bem-estar. Lógico que não se trata de uma receita de bolo, pois cada indivíduo possui sua individualidade, mas se você aceitar a experiência destes quatros pontos, tenho certeza de que irá melhorar sua saúde emocional, mental e espiritual, além de evoluir em sua expressão verdadeira. Vamos parar de suspense e conhecer a Aceitação, Cooperação, Eu Verdadeiro e a Empatia e Entusiasmo. Na sequência vamos à prática, pois informação sem ação não se transforma em conhecimento.

1) Aceitação

Certa vez, Rose Eidman, uma caminhante brasileira de codinome Rose Trail, compartilhava sua experiência em percorrer a PCT (Pacific Crest Trail) com seus 4.286 km de extensão, cortando do sul ao norte os EUA. Lá pela metade da trilha ela se encontrava em uma região montanhosa e há dias ela só subia. Nada de plano, nada de descida, só subida. Após alguns dias subindo, ela acordou para mais um dia de caminhada e como de costume, consultou seu mapa para observar o que estava por vir. 

Foi quando percebeu que se tratava de mais um dia de subidas intensas. Naquele momento ela se questionou “O que eu estou fazendo aqui?”. Um lapso e ela considerou que tinha feito uma péssima escolha. Que chegara a hora de desistir.

Entretanto, logo percebeu que aquelas subidas faziam parte de sua escolha de percorrer toda a extensão da trilha. Era necessário tomar uma decisão quanto aos desafios que iriam surgir. Foi quando ela decidiu que a partir dali não ia mais reclamar dos desafios impostos pela trilha, enfrentasse ela mais 10, 20, 30 dias de subida, estaria tudo bem, pois aquela tinha sido a sua escolha e precisava aceitar o que surgia.

Aprendendo com o outro

Nesta história aprendemos que o importante é aceitar suas escolhas, sejam elas boas ou   ruins. Durante o processo podemos gerar resultados que não esperávamos, como subir   montanhas intermináveis, mas se tivermos a sabedoria de nos perdoar por estes resultados teremos alcançado a aceitação.

Esta é a primeira lei espiritual do seu eu verdadeiro. Ela te apoia a ficar de pé diante das suas escolhas, pois todas que fizer a partir de agora serão feitas de forma amorosa. Elas serão realizadas com consciência de que virão com custos e benefícios e tudo bem, você se perdoará e aceitará o que está por vir.

O resultado mais importante e encantador da prática da aceitação é a oportunidade de sair do jogo da vítima, assumir que sua vida está exatamente da forma que deveria estar. Você se torna responsável por suas escolhas.

2) Cooperação

Para que haja cooperação consigo é preciso compreender as ações que funcionam e as que não funcionam em seu processo de evolução. Já recebemos uma dica de como reconhecer estes momentos utilizando a aceitação.

O que te apoia, mantenha vivo e aperfeiçoe. Já o que não te apoia, reconheça como parte de você mas não dê espaço para que isto prevaleça, ou seja, abra mão sem medo, mas não o negue.

                       Doença não é o que pegamos, mas o que não eliminamos, e o que não eliminamos é o que nos adoece. Essencialmente, precisamos soltar o que já não nos serve. (John Roger – JR)

Afinal, viemos ao mundo para aprender! Coopere com você escolhendo ações que funcionem e te elevem, assim você estará mais próximo de uma vida saudável e com bem-estar.

3) Eu Verdadeiro

Até aqui já aprendemos a nos aceitar e a cooperar conosco. Agora vamos elevar mais um nível, onde aprendemos que todas as circunstâncias que vivemos servem como aprendizado, sejam elas boas ou ruins.

 Buscar o aprendizado quando estamos vivenciando um momento agradável é fácil. A coisa se complica nos momentos ruins. Tendemos a negar estas circunstâncias enquanto elas estão em curso. Porém, nestes momentos é que temos grandes aprendizados na vida. Para se certificar disto basta recordar quais foram os momentos em que você mais aprendeu, e certamente perceberá que uma quantidade significativa aconteceu em momentos difíceis.

Entretanto, não precisamos distinguir momentos ruins de momentos bons, pois são todos momentos de aprendizado e, quando aceitamos que tudo em nossa vida surge para nos evoluir, fica mais fácil cooperar conosco e seguir no processo da evolução.

Não estou querendo dizer que os momentos difíceis não vão lhe causar dor, mas esta pode ser reduzida em tempo e intensidade, quanto mais você entender que a dor nada mais é que um processo de aprendizado. Deus dá o frio conforme o cobertor. Em outras palavras, nada será colocado em sua vida que você não consiga resolver.

Acontecimentos fáceis ou difíceis chegam, pois estamos prontos para aprender.

4) Empatia e Entusiasmo

“Cuide primeiro de você para depois cuidar dos outros – J.R”

 A frase acima contraria o que aprendemos ao longo da vida pois somos estimulados a estar sempre a postos para cuidar do outro. Caso contrário, recebemos o título de egoístas.

No entanto, como você poderá cuidar de alguém se descuida ou negligencia o seu próprio cuidado?

Autenticidade, caminho para o bem-estar

Até aqui as três Leis que conhecemos trabalharam o nosso interior.  Em nosso amor, cuidamos primeiro de nós e agora, fortalecidos, podemos seguir em frente. Todavia, de que serviria estarmos bem conosco, fortalecidos em nossos talentos de transformação, se não os utilizarmos para melhoria do mundo que nos cerca?

Agora você segue ao encontro do outro com consciência e clareza de quem você é, dos talentos que possui, e partilha do amor e serviços aos que precisam da sua transformação.

Reconhecer a necessidade no outro e estar consciente e a serviço para resolvê-la, com amor, é atingir a empatia embebida de nossa autenticidade que nos nutre de entusiasmo.

Autoconhecimento

Autoconhecimento quando somente para você é egoísmo, mas quando você coloca quem você é para o mundo, você o faz pela empatia.

Apesar de tudo que foi dito acima ser algo muito simples, infelizmente não é fácil. Pede dedicação, clareza nas escolhas e autorresponsabilidade. Mas estar consciente em seu dia a dia destes quatro pontos te trará saúde, muito além do físico. Trará saúde do espírito.

Esses caminhos podem ser bem agradáveis de experimentar se você escolher uma área da sua vida para aplicar. Pode ser nos relacionamentos, carreira, financeiro, saúde. Você escolhe!

Vamos praticar

Como disse no início, informação sem ação não gera conhecimento, então vamos à prática com um exercício simples, que vai te trazer à consciência na mesma profundidade em que se envolver com ele.

Vamos pegar a saúde como exemplo, mas você pode aplicar naquilo que escolheu.

O quê nessa área da sua vida você não está aceitando? O que você faz para não cooperar com ela? Qual entendimento você tem sobre essa área? Que insatisfação isso te gera?

Todas as respostas acima fazem referência ao seu eu falso, mas agora você já o conhece e sabe os pontos que deve ficar alerta.

Agora vamos às perguntas para o eu verdadeiro…

O que você deseja aceitar nesse momento sobre essa área da vida? Como você pode cooperar dentro dessa ação em aceitar? Qual é o seu entendimento sobre o que funciona para você? Qual entusiasmo te gera quando você constrói essas respostas? E como se sente diante do outro? Você acredita que este caminho pode te possibilitar saúde e bem-estar?

Eu não estou trazendo uma única verdade, estou apenas te convidando a experimentar e saber se funciona para você! Você é livre para fazer escolhas claras e amorosas todos os dias!

A autenticidade é um caminho de aceitar, cooperar, entender você e, claro, compartilhar! Experimente!

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Elaine é Mentora, Coach, Consteladora Familiar e Facilitadora e Criadora do Empreender Autêntico. 

Site: https://elainearaujocoach.com.br/

Instagram: https://www.instagram.com/elainearaujo_ea/?hl=pt-br

>>> Gostou deste artigo e quer saber mais? Leia o artigo de nossa fundadora Andréa Destri – A felicidade em ser você

>>>Agradecimento de Imagem: wayhomestudio ✨

O poder das escolhas para o equilíbrio da vida

O PODER DAS ESCOLHAS PARA O EQUILÍBRIO DA VIDA

Você já deve ter lido ou ouvido, que a sua vida é consequência das escolhas que você fez e faz, entre elas, as que envolvem comportamentos, sentimentos e atitudes, tanto com relação a você como com os outros, bem como seu entendimento e percepção sobre os fatos e sobre o ambiente.

O poder de fazer escolhas em minha vida foi compreendido tão logo entendi suas consequências, boas e ruins, colheita da vida que eu nem sabia que havia plantado.

Escolhas para o equilíbrio da vida

Ao parar e perceber a vida que estava levando, comecei a enxergar as consequências das escolhas que fiz por muitos anos. Com isso, fui obrigada a revê-la e o que nela estava disfuncional: respostas das escolhas feitas e, ao mesmo tempo, das que ainda estava fazendo.

Acredito que o que vivi, em linhas gerais, não é muito diferente do que muitos têm vivido sem perceber. O mais importante é que eu descobri um meio de sair daquele círculo vicioso que me levou a uma dura situação de saúde e a uma encruzilhada pessoal e profissional.

A partir daí, tendo estudado, refletido, mergulhado fundo no meu eu e encontrado com o divino que há em mim, surgiu a metodologia da Estrela D.A.L.V.I. Uma dinâmica baseada em minhas experiências e aprendizados, nos estudos da psicologia positiva, que é a ciência da felicidade e do bem-estar, e na teoria U, um processo de mudanças internas para o coletivo, e outros estudos.

A Estrela D.A.L.V.I me fez superar as dificuldades e progredir na direção do que elegi como essencial para a vida. Entendi que poderia mudar a realidade se tomasse outras atitudes, fazendo novas escolhas conscientes, em busca do equilíbrio nas cinco grandes áreas da vida: Espiritualidade, Trabalho/Financeiro, Relacionamentos, Saúde e Emocional.

As cinco pontas

Proponho a você, que mergulhemos agora em cada uma das grandes áreas da vida, considerando, desde já, que elas estão representadas em cinco pontas da Estrela. Você verá que a reflexão proposta sobre elas trará maior autoconhecimento e, por consequência, maior Poder de Escolha e resultados.

Ponta trabalho

Traz inicialmente duas indagações: Você escolheu a sua profissão ou ela te escolheu? Você ama o que faz?

Normalmente, passamos mais tempo no trabalho do que em qualquer outra atividade. O que o seu trabalho tem trazido a você? Ele te conduz ao que você deseja? Está ligado ao seu propósito de vida? Alimenta a sua alma tanto quanto ao seu bolso?

Um aspecto importante a ser analisado nesta ponta é o financeiro. O dinheiro é necessário em nossa sociedade e muitas vezes é a partir dele que alcançamos nossos sonhos. Vale nos perguntar aqui como é a nossa relação com o dinheiro. Ele nos serve ou nós o servimos? É preciso enxergar que o importante é fazê-lo trabalhar para nós e não o inverso. Você é grato pelo dinheiro que tem recebido ao longo de sua vida?

Ainda que você ame o que faz, deixe que os outros aspectos de sua vida o permeiem. Meça corretamente o quanto você se entrega ao trabalho. Envolva-se, comprometa-se, mas não deixe que sua vida se resuma ao trabalho. Busque sempre o seu equilíbrio.

Ponta Relacionamentos

A reflexão principal é sobre como nos relacionamos com nossos familiares, amigos, colegas e outras pessoas do nosso convívio.

Estamos tratando as pessoas com amor e dando a atenção que elas merecem? Estamos vivendo no momento do agora e sendo ativos nas nossas relações? Ou estamos sempre distraídos ou preocupados com outras coisas e esquecendo de dar atenção, carinho, amor e a nossa presença a quem nos importa?

Há um pensamento comum, popular, de autor desconhecido que diz: “A vida é um eco. Se você não está gostando do que está recebendo, observe o que está emitindo.” Por isso, pratique o perdão em seus relacionamentos, honre a sua família. Ame. Famílias são regadas a amor.

Ponta Saúde

Aqui, são três pontos a serem reforçados:

Qualidade do sono: Você sabia que a maioria das pessoas têm dificuldade de classificar seu sono? Algumas pessoas até dormem a noite toda, mas acordam cansadas, irritadas e têm dificuldades de concentração e memória, o que é considerado “sono não restaurador”. Estatísticas divulgadas em 2017, em revistas como, Galileu, Época Negócios e Science, apontavam o povo brasileiro como um dos que menos dorme. Uma das maiores razões é a falta da rotina estabelecida (horário para dormir).

Qualidade da alimentação: Está ligada à importância de estarmos atentos ao que vamos comer. Como você tem escolhido a sua alimentação? O que pesa mais na hora de escolher um alimento? Preço? Aspecto físico? Fator nutricional? Quantidade? O que você come está de acordo com o que o seu corpo necessita?

O melhor é buscar um profissional que possa ajudá-lo a compreender-se bem em seu momento atual para que organize com você a alimentação mais adequada. Lembre-se: Você é o que come.

Exercícios físicos: Há muitas frentes de defesa para este ponto. Mesmo assim, nos acostumamos a levar a vida de forma tão automática, que muitas vezes nos esquecemos de pensar nas consequências do sedentarismo. Alguns de nós, mesmo tendo tempo para exercícios, não conseguem criar o hábito. Cuidado com seus sabotadores. Se seu argumento for falta de tempo, reorganize-se. Se for falta de dinheiro, há muitas alternativas gratuitas virtuais. Dependerá somente de uma decisão sua.

Ponta Emocional

Para vivermos melhor e de forma mais saudável, é preciso desenvolver esta ponta da Estrela D.A.L.V.I. Entre tantos aspectos que podemos discutir, nesta ponta está um essencial: a gestão do estresse, que pode ser resumida em entrar e sair do estado de alerta, evitando que ele se prolongue.

Quando falamos em equilíbrio emocional pensamos também em Inteligência Emocional, ou seja, na utilização dos dois hemisférios do cérebro na compreensão do mundo. É preciso treino para que haja o equilíbrio e para desenvolvê-la, identificando e passando a controlar suas emoções e impulsos. Controlando-se, você permanecerá calmo e de mente limpa, até mesmo durante crises.

Autoconhecimento é um grande facilitador do controle de nossas emoções. Portanto, mergulhe no seu eu para compreender seus movimentos, sentimentos e pensamentos. Observe-se constantemente. Esteja consciente.

Ponta espiritualidade

É importante dizer que espiritualidade aqui não diz respeito à religiosidade. É algo maior, transcende, faz parte do “eu divino” de cada um de nós. Trata-se da conexão com nosso interior, com a nossa consciência, com o universo e com o próximo.

Na ponta espiritualidade devemos considerar muito a gratidão. Quando sentimos gratidão, ativamos o sistema de recompensa do cérebro localizado no “Núcleo Accubens” , responsável pela sensação de bem-estar em nosso corpo. Então, ocorre a liberação de dopamina, que aumenta a sensação de prazer, e, por outras vias, de ocitocina, que estimula o afeto, tranquilidade, reduzindo a ansiedade, a angústia e o medo. O melhor é que a gratidão pode ser construída pelo nosso pensamento. Uma das formas é reconhecendo nossas conquistas.

Você sabia que o nosso cérebro não é capaz de sentir, ao mesmo tempo, gratidão e infelicidade? Sabendo disso, que escolha você fará?

Aproveite para refletir sobre o assunto e lembre-se: equilibre a sua Estrela.                     

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Eliene é apaixonada por gente e conhecimento. Em sua vida profissional, foi de recepcionista a diretora regional e teve a oportunidade de ser gestora de pessoas por mais de 25 anos, passando pelos maiores Bancos do país.

Autora do livro “O Poder das Escolhas Conscientes” e Coautora dos livros:  O Líder Positivo (Capítulo 5) e Construa sua Sorte (Capítulo 11).

Idealizadora do “Game ESCOLHAS”

Site: elienedalvi.com.br

Instagram: @eliene_dalvi

>>> Gostou do tema? Leia também: Nossa História-perspectiva de passado, presente e futuro de Aline Craveiro

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