Crenças Limitantes – a vida dirigida pelo inconsciente

Seu inconsciente pode ser o seu sabotador

Alice era uma profissional extremamente capacitada. Desde que se formou na faculdade nunca parou de estudar e sempre buscava o aprimoramento constante. Apesar do seu esforço e dedicação, os resultados profissionais e o reconhecimento que ela tanto ansiava não chegavam. Além disso, percebia que o retorno financeiro sobre o investimento em cursos era muito inferior ao que ela imaginava. E lá ia Alice fazer outro curso, afinal, os que ela já tinha feito ainda não eram suficientes para obter a tão sonhada realização profissional.

Afinal, o que são crenças?

Crença é toda programação mental, aprendida na infância do zero aos 12 anos, por repetição – várias vezes ou sob forte impacto emocional, uma única vez com uma carga emocional muito grande, que molda todos os resultados da vida de uma pessoa, em todas as fases de desenvolvimento dela e em todos os pilares. É como um drive que é instalado no seu cérebro desde que você estava na barriga da sua mãe.

Crenças, em outras palavras, são as verdades que você não contesta, simplesmente acredita. Exemplo de crenças universais debilitantes: “Não sou bom o bastante”, “Não sou capaz de fazer isso”, “Não mereço tudo isso”.

A sua vida é dirigida pelo seu inconsciente!

Quando somos crianças e estamos em processo de desenvolvimento do hemisfério esquerdo do cérebro, aquele responsável pelo pensamento crítico, raciocínio e lógica, nós simplesmente recebemos as informações/programações de nossos pais (principalmente), irmãos, avós, babás, tios e primos e as absorvemos sem questionar.

Crianças são totalmente emocionais, o que as comanda é o hemisfério direito do cérebro, responsável pelos sentimentos. Então, se essa criança foi elogiada e validada pelos pais e/ou responsáveis, muito provavelmente ela cresceu com autoestima, se sentindo capaz e merecedora de muitas coisas boas.

Por outro lado, se cresceu ouvindo muitas críticas, ataques à sua identidade e punição, certamente é uma criança que tem sérios problemas de autoestima, por não ver valor nela mesma, nem acreditar que é capaz e merecedora de ter coisas boas, e vai levar isso para a vida adulta.

Crenças fortalecedoras x Crenças limitantes

É muito simples diferenciar uma crença limitante de uma crença fortalecedora.

As crenças fortalecedoras são positivas e nos fazem bem, nos fazem sentir confiantes em nós mesmos e em nosso potencial.

Por outro lado, crenças limitantes são negativas e nos fazem mal, nos fazem sentir impotentes e incapazes de realizar nosso potencial. Infelizmente é o que ocorre com a maioria das pessoas. As crenças limitantes de fato limitam as pessoas em algum aspecto da vida, e as impedem de ser, fazer e ter tudo aquilo que elas merecem.

As três Crenças primais do indivíduo
  1. Identidade (quem você é ou quem você vem sendo): A identidade é a base de todo ser humano, é como você se vê. Quem é você? Ou quem você acredita ser? E ainda, quem você vem sendo nas mais diversas áreas da sua vida? Você acredita que é forte, determinado, feliz? Ou que é triste, fraco e inconstante?
  2. Capacidade (do que você é capaz): É sobre o que você acredita ser capaz de realizar. Está ligado ao fazer. Você… é realizador ou sonhador? Tira os projetos do papel ou engaveta? Faz o que precisa ser feito ou procrastina? Ou nem mesmo tenta por medo de não conseguir?
  3. Merecimento (o que você merece ter): É sobre o que você acredita que pode e merece ter. Quem não se sente merecedor sempre dará um jeito de se autossabotar ou de ter algum tipo de prejuízo. Se ganhar um pouco a mais de dinheiro, dará um jeito de se livrar dele rapidamente.

Se a sua crença de identidade é positiva, você se valorizará, se perdoará por suas falhas e vai buscar sempre evoluir como pessoa, não se permitirá viver na procrastinação e nem ficará paralisado pelo medo de agir.

Se a sua crença de capacidade é forte e você acredita que consegue realizar determinada coisa, assim será. E, por fim, se a sua crença de merecimento é positiva, você conseguirá desfrutar do seu esforço sem peso na consciência, por se sentir merecedor de tudo de bom que a vida puder te dar.

Como identificar quais são as minhas crenças limitantes?

Muito simples. Basta ver qual ou quais são as piores áreas da sua vida. Nas áreas que você tem um resultado bom pressupõe-se que suas crenças são fortalecedoras. E nas que o seu resultado é ruim, muito provavelmente é onde estão as crenças limitantes. Exemplo. Se você vive endividado ou se gasta tudo o que ganha, pode ter certeza de que possui muitas crenças limitantes sobre dinheiro. Se está solteiro(a) há mais de 4 anos, pode ter certeza de que possui crenças terríveis sobre relacionamento, namoro e casamento.

Normalmente as crenças que você tem serão determinantes para você vivenciar as situações que as reforçam. Ou seja, a sua vida, em todas as áreas, é um reflexo daquilo que você acredita. Se você acredita que precisa trabalhar muito para ganhar dinheiro, pode apostar que o dinheiro não virá com facilidade. E se vier, você não se sentirá merecedor dele e dará um jeito de se livrar dele. Vai atrair pessoas e situações que farão você gastar esse dinheiro ou ter algum tipo de prejuízo nesse quesito.

Características das crenças

São autorrealizáveis, ou seja, querendo ou não querendo (de forma inconsciente) você atrairá para a sua vida a realidade que acredita, tudo para reforçar as suas crenças.

São cíclicas, elas se manifestarão através do que você mais comunicar, verbal e não verbalmente, pelos pensamentos que você pensar com maior frequência e pelos sentimentos que surgirão desses pensamentos.

A boa notícia é que são reprogramáveis, ou seja, podem ser substituídas por outras se assim a pessoa desejar, mediante repetição ou forte impacto emocional.

E como eu reprogramo as minhas crenças limitantes?

Mais uma vez, a resposta é simples, não fácil. Ela se dá instalando um novo drive no seu sistema. Hoje você é um adulto, e está em suas mãos o poder de renunciar às crenças que te impedem de ir além, que não te ajudam a extrair o seu melhor e não te fazem ser a potência que você já nasceu sendo.

O primeiro passo é a tomada de consciência. Só podemos mudar aquilo que temos consciência.

O segundo passo é moer o orgulho e olhar para os resultados ruins da sua vida com coragem, verdade e humildade. Reconhecer que o que você sabe te trouxe até aqui. Mas é justamente o que você ainda não sabe que irá te fazer romper com essas crenças limitantes.

O terceiro passo é tomar a decisão firme de reprogramar as suas crenças e reconhecer que nem sempre conseguirá fazer isso sozinho e, assim, poderá procurar a ajuda de um profissional formado em Coaching Integral Sistêmico.

Este profissional é especialista em reprogramação de crenças. É treinado para identificar as crenças limitantes e ajudar o Coachee a fazer a trilha neural correta para reprogramá-las, identificando o seu estado atual, o estado desejado, traçando um plano de ação, eliminando todos os impedimentos e bloqueios.

Assim, com a aplicação de metodologia própria, captará as suas emoções de forma profunda ao mesmo tempo que potencializará os seus recursos internos. Ou seja, o que tem de melhor. E desta forma, alinhando a razão com a emoção e expandindo isso para todas as áreas da sua vida.

E quais eram as crenças limitantes de Alice?

Alice foi programada na infância a não se sentir boa o suficiente, então cresceu com o vício emocional da não suficiência. Logo, não importava quantos cursos ela fizesse, nunca se sentia pronta e boa o bastante. Provavelmente foi muito criticada quando pequena ou não foi ensinada a valorizar as pequenas conquistas. Além disso, tinha a crença de que era preciso trabalhar muito para ganhar dinheiro, por isso tanto esforço, tanto trabalho e pouco ou nada de resultados e reconhecimento.

Alice precisará resgatar a sua real identidade e se fortalecer emocionalmente. Deverá aprender a se aplaudir e a comemorar cada pequena vitória. E, também, irá aprender que o valor dela não está no que ela faz e sim em quem ela é.

A Alice sou eu. 🧡

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Aline Paixão é Advogada, Analista de Perfil Comportamental e Coach Integral Sistêmico formada pela Febracis. Atua também como Palestrante e Treinadora.

para falar com a Aline: [email protected]

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* Gostou do artigo e tem vontade de conhecer mais? Recomendamos os artigos: O papel do coaching no desenvolvimento emocional e Uma travessia pelo desenvolvimento emocional

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Day After: Fui demitido, e agora?

fui demitido! E agora?

Sabe esse lugar que parece estranho, desconfortável e incerto? Então essas são algumas das primeiras percepções quando recebemos a comunicação da demissão. Mas não para por aí: surpresa, confusão, dúvida, falta de clareza, sensação de estar perdido, insegurança, choque, raiva, mágoa, tristeza, podem também acompanhar esse momento da vida.

Isso tudo acontece, pois muitas vezes não percebemos que o processo de demissão começa muito antes da notícia que chega no dia D. Só que na maioria das vezes estamos tão envolvidos com os projetos, os desafios, a agenda, o orçamento e tudo mais, que não percebemos que algo está acontecendo ao nosso redor. Digo isso pois,

raras as exceções, uma demissão não acontece da noite para o dia.

Atenção aos sinais

O que observo apoiando executivas e executivos no pós-demissão, é que muitas vezes o cenário já estava colocado muito antes da data. Às vezes com sinais claros, como um feedback direto, mas muitas vezes com sinais discretos: a diminuição de escopo das atividades, a reestruturação da área tirando o profissional da função e oferecendo um projeto, a agenda cancelada várias vezes com o gestor direto, o não envolvimento em decisões mais estratégicas etc.

Até percebemos que tem algo diferente acontecendo, mas muitas vezes não damos muita importância e vamos seguindo. Até que chega a notícia que nos pega de surpresa, e com isso vem a pergunta: Fui demitido, e agora, o que fazer? Preciso atualizar meu currículo urgente! Vou ligar para todo mundo perguntando se tem “algo” para mim! Topo reduzir meu salário! Qualquer empresa serve!

                É preciso sim trabalhar muito para buscar seu novo caminho profissional, mas não adianta sair correndo e fazendo coisas que nem sabe se são as melhores para você, sem antes refletir e entender essa perda.

O luto e o tempo

A psiquiatra e escritora Elisabeth Kübler-Ross, aponta em um de seus estudos que temos três perdas que vivemos na vida e nos impactam profundamente: A morte de um ente querido; a separação de um relacionamento amoroso e perder o trabalho. E ela afirma também que quando temos perdas tão significativas, precisamos viver o luto.

E Shakespeare confirma: “Aquele que não encontra tempo para encarar o luto, não encontra tempo para curar-se”.

Ou seja, precisamos de uma coisa poderosa: TEMPO!

  • Tempo para entender.
  • Tempo para aprender.
  • Tempo para refletir.
  • Tempo para fechar esse ciclo.

Quando falo do tempo, um bem tão desejado quando estamos empregados, falo sob a perspectiva de olhar o passado para fortalecer-se para esse futuro, que em breve chegará.

E como podemos fazer isso? Só conheço uma forma: o autoconhecimento. Costumo dizer que essa é uma atitude de vida que só tem começo. Quando entendemos dessa forma, nos colocamos num lugar de aprendizes de nós mesmos, o tempo inteiro, sendo observadores de nossos comportamentos diante da vida e, com isso, ganhando mais consciência de quem somos e/ou de quem queremos ser.

Esse olhar faz toda a diferença num momento de transição de carreira.                      

É nesse lugar que compreendemos o que nos trouxe até aqui, o que deu certo, o que não funcionou e, assim, podemos fazer escolhas mais conscientes para o novo ciclo.

Deixo aqui uma sugestão:

Que tal começar fazendo uma linha do tempo de fatos importantes na sua vida? Isso ajudará você a se reconectar com sua história até aqui.

Ao fazer essa linha, cite: o ano, a situação e o seu sentimento, ou seja, tente voltar mentalmente para aquele lugar e se apropriar de sua jornada. No caso da trajetória profissional, lembre-se dos projetos que teve orgulho de fazer, dos desafios enfrentados, dos aprendizados conquistados e contribuições oferecidas, tenho certeza de que irá descobrir realizações incríveis até aqui, as quais serão sua base para o próximo passo.

Também, ao fazer essa reflexão, vai lembrar-se de pessoas que estiveram contigo, que te ensinaram, que você ensinou, que aprenderam juntos e, assim, criaram laços que hoje podem ser reestabelecidos.

Feito isso, que tal agora pensar sob 3 perspectivas:

O que faço bem: considerando a linha do tempo, pense em como fez as atividades que destacou acima, pense em suas habilidades para resolver as questões, lembre-se também de feedbacks positivos que teve.

Quais são as minhas prioridades nesse momento: o que me interessa, o que gosto de fazer, quais valores me guiam, como está a harmonia entre o trabalho e as outras áreas da minha vida.

O que o mundo precisa: agora com a visão de dentro para fora, que tal pesquisar opções de trabalho e empresas que possam estar mais aderentes a isso que você faz bem e os seus interesses.

Percebam que há aqui uma pequena provocação. Falo de trabalho e não de emprego! Aproveite esse momento de transição para também revisitar esse conceito. Olhar com a visão de trabalho não te limita, a de emprego sim.

Continuando nosso autoconhecimento, um outro olhar muito relevante nesse período é cuidar de sua energia de forma integral: mental, física, emocional e espiritual. Quando fazemos essa integração, ganhamos força para enfrentar o momento e esperança de que isso será só uma fase da nossa vida, que ao final será vencida e trará vários aprendizados.

Então, cuide de seus pensamentos, eliminando aqueles negativos; caminhe e observe a natureza; entenda suas reações e, antes de agir, reflita o que elas estão te apontando; cultive a sua fé.

Uma história real

Quero finalizar contando um case de uma cliente: em nossa primeira reunião, perguntei a ela sobre o motivo do desligamento e a resposta foi: “não tenho a mínima ideia”. Então perguntei de outro jeito: “quando você foi comunicada sobre a finalização de seu contrato de trabalho com a empresa, o que o seu líder te falou”, e ela disse: “nada”. Acolhi aquele momento entendendo que ela precisava de mais um tempo para esse entendimento.

Na sessão seguinte, sugeri que fizéssemos juntas a linha do tempo que citei acima e, ao construir, ela encontrou o motivo da demissão. Percebeu que no último ano de empresa, após uma nova mudança, sua postura não foi tão receptiva como das outras vezes, e tinha um motivo: ela entendeu que, depois de tantas mudanças, essa última vinha com um cenário muito diferente de suas crenças e Valores e ,por isso, acabou se distanciando do novo líder e deixando algumas prioridades, na visão dele, não atendidas.

Vejam aqui a descoberta que já vi acontecer várias vezes: ela provocou sua demissão, não consciente mas inconscientemente, ao passo que os novos valores da organização já não condiziam com os dela.

Será que você já viveu algo assim? Bora fazer nossa reflexão e criar um olhar de auto-observação diante da vida?

Gratidão à friendsBee, querida Andrea Destri, pelo convite! 🤍

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Sonia Custódio, Consultora de Carreira, Coach e Palestrante na LHH. Especialista no tema de Transição, Aconselhamento e Design de Carreira, assessorando executivos e executivas na construção de um novo projeto de vida e carreira.

Agradecimento pela imagem: canva ✨

Como está a sua bagagem da vida?

Como está a sua bagagem da vida?

Depois de dez horas de voo, deixei de ser quem eu era.

Sentia-me invisível e, apesar de estar inserido em uma sociedade organizada e respeitosa, simplesmente eu parecia não existir. As interações com as outras pessoas não passavam de simples perguntas e respostas. Assim, mesmo com a tecnologia atual, a solidão me mostrou a sua face mais cruel.

Tudo começou com a decisão de colocarmos em prática um antigo desejo: nos mudarmos para a Europa. Nasci no berço de uma família portuguesa tradicional que sempre viveu intensamente a sua cultura, transmitindo-a às novas gerações. Então a decisão pareceu-me óbvia: voar para Lisboa com a mesma coragem dos meus avós quando deixaram Portugal rumo ao Brasil. Decidi por ir na frente para organizar tudo antes da chegada da minha família, o que demorou dois longos e penosos anos.

E aí começaram os meus problemas

Passei a viver como um cidadão comum em Lisboa, mas com uma diferença importante: a minha bagagem da vida estava completamente desconectada com a realidade deste novo mundo. E aí começaram os meus problemas.

“Eu jamais poderia imaginar a intensa experiência que eu estava prestes a vivenciar, e como isso mudaria a forma como vejo o papel das interações humanas na nossa vida.”

Meu estado emocional começava a dar sinais de que o meu corpo catalisaria de forma ruim esses sentimentos. Uma enxurrada de maus pensamentos começava a cobrar um preço alto, ocupando mais espaço na minha mente e tirando o foco do que era importante. Vagava pelos shopping centers apenas para ver e ser visto, e por diversas vezes tive medo de dormir. Se eu tivesse um mal súbito, a quem eu poderia recorrer?

Confesso que pensei em desistir, uma vez que a perda das referências pessoais me colocou num estado de dissonância cognitiva contínua. Meu cérebro passou a agir como um rato de laboratório que gira sem fim naquelas rodas de estímulos. Não podia mais seguir assim e decidi procurar apoio emocional nos relatos de pessoas que passaram por algo semelhante.

“As interações humanas colecionadas ao longo da vida e o ambiente no qual estamos inseridos moldam o nosso caminho.”

A virada de chave

Logo, busquei por muita informação que explicasse o que eu sentia e entendi que a minha angústia vinha do fato de que eu perdera as referências do meu lugar quando deixei no Brasil meu conjunto de experiências. Ficou claro que a construção do novo lugar se basearia num complexo conjunto de vivências pessoais. Então, teria de viver a cultura do ambiente, as interações humanas, os sentimentos e as decisões que seriam determinantes na pavimentação da estrada que me levaria a ocupar meu espaço.

“Apesar de ter identificado a causa raiz da minha angústia, eu precisaria criar mecanismos para encontrar o meu novo lugar.”

Se por um lado a minha antiga bagagem de uma vida tinha ficado para trás, do outro eu já estava mentalmente forte e pronto para começar a colecionar novas interações humanas e criar a minha nova bagagem da vida além-mar.

Um pouco sobre Inteligência Emocional

Segundo o autor Daniel Goleman, a inteligência emocional demanda cinco competências essenciais: descobrir suas emoções e seus sentimentos, reconhecê-los, administrá-los, administrar as relações pessoais e motivar-se.

A fase da descoberta das emoções já estava concluída. Faltava “apenas” as outras fases, que não seriam nada fáceis de executar. Por isso, resolvi empreender uma série de ações para tentar mudar a minha situação.

Gestão das emoções

Propósito e missão: para fortalecer o meu aspecto emocional, eu ressignifiquei minha missão e iniciei um negócio próprio. Isso me deu um propósito sólido que abriu caminho para iniciar as interações sociais com foco específico.

Exercício físico: corpo são, mente sã. Optei por caminhar sempre que possível. Se a distância entre dois pontos era igual ou inferior a cinco quilômetros, eu caminhava. Aproveitei para ver Lisboa a partir de uma outra perspectiva.

Gerir as relações pessoais

Criar e fortalecer novos vínculos: criei importantes laços de amizades, em especial com um amigo português a quem sou muito grato. Costumo dizer com frequência que “ele me salvou” em diversos momentos difíceis. Também conquistei o respeito de importantes fornecedores que são essenciais para o meu negócio.

Motivação

Disciplina: acredito firmemente que para tudo na vida são necessários organização e métodos, e para que ambos aconteçam é importante que haja muita disciplina. Optei por uma rígida rotina de horários e passei a não mais autorizar meu cérebro a ter pensamentos destrutivos.

Autoestímulo: coloquei vários porta-retratos com fotos da minha família pela casa, para que eu jamais me esquecesse do propósito maior dessa aventura. Também colei bilhetes com frases estimulantes em diversos lugares.

Celebração: celebrava as conquistas mesmo que sozinho. Fazia questão de dividir com a minha família cada novo passo dado na direção da concretização dos nossos planos.

“A longa espera finalmente acabou. Estávamos novamente reunidos para enfrentar os desafios de um recomeço em um novo ambiente.”

Juntos nos fortalecemos

A tão esperada chegada da minha família também não seria um evento fácil. Meu filho veio diretamente para Lisboa depois de três anos de estudos no Canadá. Não teve tempo para digerir a mudança e nem de se despedir da casa onde ele cresceu. Minha filha, que participou ativamente do processo de mudança, sofreu por deixar para trás as suas raízes e amizades. E a minha esposa também passou pelos mesmos momentos de angústia que eu passei, principalmente com relação ao seu trabalho.

Apesar do meu apoio e suporte à chegada deles, cada um a seu modo teve de lidar com as rupturas causadas pela mudança. Claro que os mais jovens, com suas bagagens de vida ainda em formação, se adaptaram e refizeram suas interações humanas muito rapidamente. Entretanto, o que ficou mais evidente é que juntos o caminho ficou menos penoso e mais sólido do que eu havia experimentado.  

“Para Aristóteles, viver coletivamente é a única chance que temos para sermos humanos de verdade.”

No dia 04 de setembro de 2021 o plano de mudar para a Europa completou quatro anos e os aprendizados ainda continuam. Aristóteles  escreveu que a natureza humana exige a vida em sociedade. Porém, eu diria que a natureza humana exige experienciar a sociedade em todos os seus aspectos mais humanos.

E nós? Bem, apesar de termos encontrado o nosso lugar, posso dizer que mal começamos a nova coleção de interações humanas.

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Marcelo Bandeira é sócio-fundador da Europeltier Thermotechnology , uma empresa de gerenciamento térmico industrial. Atuou por mais de 15 anos como executivo de marketing. Atualmente procura encher cada vez mais a sua nova bagagem da vida em Lisboa, Portugal.


>> Gostou do artigo? conheça mais sobre o que compõe a nossa Identidade lendo o artigo “Nossa História, perspectiva de passado, presente e futuro”

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Você assume sua parte da responsabilidade ou busca culpados?

Responsabilidade ou Culpa?

Assumir a responsabilidade; é mais fácil falar do que fazer.

Vamos falar de como lidar com isso.

Nós, seres humanos, viemos a este mundo equipados com genes que têm um mecanismo de defesa embutido, ou seja, uma imunidade inata. No entanto, nossas células de imunidade, chamadas de anticorpos, não culpam os constantes invasores, muito pelo contrário, elas assumem seu papel quando algo acontece e trabalham para equilibrar nossos corpos e nos proteger de doenças.

Eu admiro muito a maneira como nosso próprio corpo assume a responsabilidade por nossa má dieta ou estilo de vida, em vez de sair culpando e não fazer nada.

Transferir a responsabilidade da culpa também é um mecanismo defesa com o qual viemos equipados, mas que não deveríamos usar. Nós nos tornamos vítimas do hábito de transferir a responsabilidade sempre que nos sentimos atingidos. Tudo começa com a sensação de impotência que acaba se transformando em um comportamento narcisista, isso acontece quando não temos a consciência na nossa própria responsabilidade pelas coisas que acontecem em nossas vidas.

Por que temos o costume de transferir a responsabilidade da culpa?

Transferir a culpa é uma tentativa de transferir a responsabilidade de nossos atos para outras pessoas. É uma forma de abuso emocional e assédio mental para que o real culpado se isente de sua responsabilidade e possa ser o “mocinho da história”.

Também é muito sutil, porque às vezes não sabemos se estamos aumentando os limites do suporte acordado ou realmente culpando alguém.

Por que você os culpa, ou eles te culpam?

A princípio nos sentimos como uma vítima impotente perante alguém ou alguma situação. Usamos a culpa como uma distração, nos levando para longe da nossa própria responsabilidade, ou da nossa capacidade de buscar nossa força interior.  

Normalmente o comportamento narcisista começa com hábitos de culpar os outros. Este tipo de pessoa não admite seus erros, escorregões ou falhas, e tem um desejo de se sentir, de alguma forma, superior.

E, assim, acha uma forma de virar o jogo e culpar alguém. Existe constantemente um desejo irresistível de permanecer como a pessoa mais importante da situação.

Enquanto você está no meio de uma discussão, se você se encontrar tentando provar que a outra pessoa está errada em vez de encontrar uma solução, você está jogando o jogo da culpa.
Você está empenhado em garantir que seu valor seja alardeado, e ninguém identificará seu erro. Em suma, auto importância exagerada, mas baixa autoestima.

Mas por que você faz isso?

À medida que crescemos, muitos de nós somos feridos, traídos e julgados sem razões válidas. Isso nos leva a criar paredes como um mecanismo de defesa. Então é comum às vezes não admitirmos nossos erros porque tememos o que pode vir depois disso. Para nos sentirmos seguros, nossa mente ativa este mecanismo de defesa que é a transferência de culpa.

Além disso, quando você está continuamente exposto a um ambiente narcisista, você pode ser contagiado por estes hábitos e constantemente copiá-los. Se você se sente assim, é pela dor que lhe foi causada por este ambiente.

Mas você acha que culpar os outros vai ajudá-lo a superar suas dificuldades?

Enquanto você culpar os outros por cada adversidade da sua vida, você nunca desenvolverá o poder da autoconfiança. Mesmo que você saiba que uma outra pessoa também fez algo errado, a sua parcela de responsabilidade você ainda pode assumir. Quando você aceitar e assumir a sua responsabilidade, você não mais irá em busca das falhas dos outros.

Como lidar com a transferência da responsabilidade de culpa?

Bem, há dois lugares onde muitas vezes acontecem discussões como estas: nos relacionamentos profissionais e nos pessoais.

Quando você culpa seus colegas de trabalho, isso impede seu crescimento em sua carreira e seu desenvolvimento pessoal. Já nos relacionamentos pessoais, transferir a responsabilidade da culpa pode deixar cicatrizes profundas e dolorosas, porque isso pode impactar a tranquilidade de uma família inteira. Pode causar danos muito mais profundos do que você imagina.

a) Nos relacionamentos profissionais

Imagine que você é um gerente de produto em uma empresa famosa internacional. Seu CEO lhe deu um ano de cronograma para lançar um aplicativo como o Tik-Tok, com objetivo de expandir para o mercado internacional de entretenimento.

Você projetou, desenvolveu e está pronto para lançá-lo. Infelizmente, sua equipe técnica não conseguiu fazer alguns testes e o aplicativo ficou fora do ar bem no dia do lançamento. Houve um enorme prejuízo para sua empresa por causa dessa surpresa desagradável. Seu chefe pede uma reunião com toda a sua equipe.

O que você diz a ele?

“Eu não fiz nada de errado. Foram eles, foi um erro da equipe de tecnologia.”

Se você alegar que foi a culpa da equipe técnica, você perde a oportunidade de se tornar uma pessoa confiante e acalmar a ira do seu chefe. O ideal é você aceitar que você falhou em verificar novamente todas as etapas do processo antes do dia do lançamento, se você o tivesse feito teria tempo hábil para tomar providencias necessárias e evitar pelo menos parte do prejuízo.

Quando culpamos nossos colegas por tudo, perdemos a chance de crescer em nossas carreiras, de crescermos como pessoas.

Aprender a lidar com conflitos no trabalho buscando uma solução em vez de “jogar pessoas no fogo” irá moldá-lo em um profissional de ponta. Assumir a responsabilidade também lhe dá uma perspectiva de liderança.

Então, para lidar com conflitos no trabalho sem se tornar a vítima ou fazer outras vítimas, você deve seguir algumas regras básicas que vou descrever abaixo:

1. Coloque os objetivos dos projetos como prioridade máxima e faça a revisão das tarefas necessárias constantemente.

2. Trabalhe com foco no seu crescimento pessoal, isso irá fazer sua equipe crescer e, consequentemente, a sua empresa.

3. Aceite apenas os seus defeitos, não há necessidade de fazer o papel de Madre Teresa. Se algo errado ocorreu que envolva outros departamentos, assuma o erro que lhe compete, sem culpar colegas de trabalho.

4. Não aponte os erros de seus companheiros de equipe ou colegas. Em vez disso, dê-lhes um feedback construtivo. Se você tem que criticar algo, comece com uma observação positiva.

5. Fique longe de pessoas dramáticas. Quando você está com raiva, triste ou emocionalmente vulnerável, pense duas vezes com quem irá compartilhar seus sentimentos e observações. Cuidado com os mal-intencionados.

6. Procure não abrir muito da sua vida pessoal no ambiente de trabalho, quando o faz, dá liberdade para que as pessoas comentem a respeito posteriormente. Praticamente você está se voluntariando para se tornar uma vítima no futuro. Não importa o quão ruim ou boa seja sua vida pessoal, mantenha-a privada.

b) Nos relacionamentos pessoais

Casamento e conflito é como massa com molho, sempre estão juntos. As argumentações fazem o casal crescer em seu relacionamento, mas quando feitas da maneira correta. A maioria de nós culpa nossos cônjuges por todos os infortúnios.

Se nossos filhos estão tendo acessos de raiva, a culpa é sempre do nosso cônjuge. Se não tivemos um bom dia, a culpa também é dele(a). Todas essas transferências de responsabilidades são tóxicas. Além disso, quando você atribui a responsabilidade da sua felicidade à outra pessoa, você acaba escravizando o/a cônjuge.

Eu entendo que para o casamento dar certo, requer que as duas pessoas trabalhem para consertar suas falhas, mas para este tipo de postura começar a funcionar, basta uma delas querer, e esta pessoa pode ser você.

Para se manter feliz no casamento, você precisa praticar algumas coisas que vou descrever abaixo, principalmente tendo em mente que para argumentar é necessário haver o respeito mútuo.

1. Aceite seus próprios erros. Se você é culpado de algo, não tente encobrir seu erro tentando usar o comportamento do seu cônjuge como um dos motivos pelo seu erro. O comportamento do seu cônjuge não deve lhe induzir a fazer algo negativo. Por exemplo, se seu parceiro(a) está te traindo, ou te evitando, não use isso como uma validação para seus próprios erros.  

2. Assuma a responsabilidade por si mesmo. Não aceite os erros dele(a) como seus, mas também não negue os seus próprios.  Encontre maneiras de assumir a responsabilidade por seus desejos, seus erros, sua vida e suas ações. Comece por você, canalizando suas emoções em uma direção positiva.

3. Não traga questões irrelevantes. Quando estiver discutindo ou brigando, evite se referir ao que fizeram no verão passado. Discuta o que é necessário para o conflito atual. O passado já passou e não pode ser alterado, mas o que está sendo argumentado neste momento é algo que pode ser alterado. Foco na resolução do presente, não do passado.

4. Corrija as suas justificativas de seus erros. Muitas vezes quando transferimos a responsabilidade de nossos erros, alegamos que nossos cônjuges erraram por problemas comportamentais ou de personalidade. Já quando nós erramos, as justificativas são externas, com fatores fora do nosso controle.

5. Preste atenção nas suas próprias afirmações. Muitos psicanalistas dizem que usamos esse mecanismo de defesa quando não percebemos nossas próprias feridas internas, mas isso pode causar feridas dolorosas nas pessoas que mais amamos. Quando não percebemos nossas próprias vulnerabilidades, desencadeamos esse mecanismo de defesa, transferindo constantemente a culpa para os outros, protegendo com paredes elevadas nossos segredos mais valiosos. Em vez disso, observe seus sentimentos, aceite o que aconteceu e assuma a responsabilidade de ir em busca da cura. Não desvie seus sentimentos e emoções.

Conclusão

A auto-observação e autodisciplina estão no centro de todo o sucesso pessoal e profissional; você não pode conquistar o mundo se você não ganhar a batalha diária contra sua própria mente. Então, para ser bem-sucedido(a), você deve começar pela busca de seu empoderamento.

Aceitar que nossas falhas requerem que nos conheçamos melhor. Pequenos hábitos como a meditação e revisão diária do nosso dia, podem mudar completamente nossa vida, mas requerem dedicação. Leva tempo para implantarmos novos hábitos em nossas vidas.  Além disso, é normal errar. O importante é ter certeza de que você está aprendendo com seus erros.

Confie que você pode enfrentar seus medos e deixar de ser mais uma vítima deste jogo da troca de responsabilidade.

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Betina é empreendedora, Executive e Life Coach, mãe e especialista em marketing e CRM. Formada em gestão hoteleira, com MBA pela Rotman School no Canadá, e três certificações diferentes em coaching.

Sua missão é ajudar os indivíduos a organizarem suas vidas e trazer presença, entusiasmo e equilíbrio às suas atividades diárias.

Contatos da Betina: www.wity.tech e whatsapp +1 (970) 567-8483

> Aprofunde o tema no Podcast (em inglês) chamado “Why we blame others and how to stop this cycle”, com uma convidada da área de saúde, Christy Thiel, que você pode encontrar neste link https://open.spotify.com/episode/1RC6X2bJijiZrprFq5diGg

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>>> Agradecimento pela imagem: way home studio✨

No fundo do poço pode haver um trampolim …

No fundo do poço pode haver um trampolim ...

Quando a Andréa me convidou para escrever no blog da friendsBee sobre meu colapso emocional, eu fiquei um pouco reticente… não porque apresento alguma dificuldade em abordar o tema, mas porque sempre o abordei de forma oral e informal… aqui está sendo a primeira vez que o farei de forma escrita.

É um assunto tão denso, profundo, com repercussões que ainda venho digerindo desde então… eu me sinto tentando colocar uma baleia em uma lata de sardinha.

Contudo, aceitei o desafio e agora vou encará-lo: tentarei escrever de forma mais narrativa, tentando evitar eventuais juízos de valores. Gosto muito do que li de Immanuel Kant, no seu livro “Crítica da Razão Pura”. Ele nos remete à ideia de que não temos acesso à realidade objetiva (a qual ele cunhou o termo “coisa em si”), mas sim aos “fenômenos”, que são as experiências da mente originadas a partir da realidade objetiva. Assim, reconheço que o que ocorreu comigo vem sofrendo inúmeras transformações ao longo do tempo.

Eu estava na altura dos meus 40 e poucos anos, executivo de uma empresa se internacionalizando e tinha essa expansão internacional como uma das minhas responsabilidades. Trabalhava em uma startup com menos de uma década de existência, mas com grandes conquistas: mais de 300 colaboradores, com serviços lançados com as marcas de todas as Telcos brasileiras, algumas cadeias varejistas e outras Telcos pela Argentina, Chile e México. Os fundadores eram (e são até hoje), além de grandes amigos, pessoas inspiradoras, as quais admiro muito pela visão de mundo e capacidade produtiva.

Algo não encaixa…

Poderia me considerar uma pessoa bem-sucedida, com muitos amigos, uma vida social bem agitada, mas sentia que havia alguma coisa que não se encaixava. Entretanto, por mais que olhasse em volta, só conseguia enxergar motivos para me sentir grato. No entanto, tinha uma dificuldade imensa de acordar às segundas-feiras. Por incontáveis vezes, eu entrava no meu quarto na sexta-feira à noite e só saía dele na segunda ou na terça, com muita força de vontade.

Aos poucos, fui organizando a minha vida para trabalhar mais de casa, aproveitando-me do bom relacionamento que conquistara na empresa. Comecei utilizando esse artifício durante as manhãs de segunda-feira, que logo passaram para o dia todo. Algumas semanas eu me atrevia a abusar dessa confiança e acabava ficando em casa também na terça-feira.

Até que, em uma determinada sexta-feira, entrei no meu quarto, desliguei meu celular e não consegui me reconectar ao mundo por mais de 2 semanas. Esse isolamento só foi interrompido pela minha irmã, que saiu de Ribeirão Preto e viajou até o meu apartamento de São Paulo, ameaçando arrombar a porta se eu não atendesse. Nesse período de isolamento, eu fiz todas as elucubrações que me pareceram possíveis e “mais adequadas” para finalizar minha jornada na dimensão terrena.

A importância da família

Minha irmã me resgatou em São Paulo e me levou para Ribeirão Preto, diretamente para o consultório de um psiquiatra que já aguardava minha chegada para encaixe na agenda. Foi uma consulta rápida, com poucas perguntas, que resultou na prescrição de um antidepressivo e um atestado para apresentação na empresa que trabalhava (esse último, a meu pedido). O atestado foi bem objetivo e lacônico: eu me lembro apenas que recomendava o meu afastamento por 45 dias, devido entre outras razões à apresentação de “tendências suicidas”. Eu me encontrava tão devastado à ocasião, que nem me importei muito em compartilhar esse tipo de atestado com o RH e meus gestores na empresa.

Estávamos em agosto de 2016 e a empresa me manteve em seu quadro de funcionários até dezembro daquele ano, quando, por minha própria iniciativa, achei por bem pedir meu afastamento definitivo por entender que aquela vida que eu vivia não caberia mais no meu futuro. A decisão me pareceu correta em termos éticos, mas a falta de perspectiva do que faria da vida dali em diante me jogou novamente para dentro do meu quarto (desta vez, em Ribeirão Preto).

A importância dos amigos

Ao final de janeiro de 2017, recebi a visita de dois amigos de infância. Eles me fizeram tomar um banho e me levaram para dar uma caminhada no parque. Durante a conversa, um deles me perguntou se eu aceitaria conversar com o psicanalista dele. Eu me dispus a encontrá-lo, mas adiantei que sem renda, não poderia me comprometer com qualquer tratamento. Ele só me disse: “um passo de cada vez. Primeiro, vamos ver se você gosta dele e ele de você.”

Marcamos a consulta, fui conhecê-lo e conversamos por quase duas horas. A conversa foi excelente, mas, com a falta de visibilidade de como poderia dar continuidade ao processo, não me permiti muita empolgação. Passaram-se algumas semanas e recebi a visita deste amigo novamente, que me deu a notícia mais emocionante da minha vida até então: ele havia juntado 15 amigos em comum que se cotizaram para me dar de presente 1 ano de psicanálise.

O trampolim

A partir dali iniciei uma profunda caminhada ao autoconhecimento, o qual penso ser uma base sólida onde eu posso construir melhores métodos para lidar com meus diversos sentimentos, de forma a privilegiar a gratificante sensação de “estar de bem com a vida”.

Este texto sintetiza uma longa noite escura: o primeiro contato com meu mundo interno. Esse episódio, por mais duro que foi vivenciá-lo, colocou-me de forma despida, permeável a novos vértices e aprendizados profundamente significativos. É muito comum criarmos personagens para nós mesmos e acreditarmos que somos esses personagens, distanciando-nos de nossas essências, até que não seja mais possível identificar quem somos, ou melhor ainda, quem podemos ser. No meu caso, por exemplo,

noto que minhas memórias anteriores ao colapso emocional são muito turvas … como um sonho esfumaçado … é como se eu estivesse vivendo a vida de outra pessoa … um espectro de mim mesmo …

Posso afirmar que nutro profunda gratidão por esse episódio. Não consigo me imaginar em uma posição melhor do que estou hoje, se não tivesse vivenciado tudo isso. Foi necessário para desconstruir vários dos meus dogmas e abrir espaço para uma caminhada mais frutífera e construtiva de vida.

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André é sócio fundador de uma produtora de cinema, uma empresa de consultoria e trabalha como executivo de uma grande empresa de tecnologia.

Acima de tudo, um entusiasta do autoconhecimento enquanto jornada reveladora para nortear melhor as nossas escolhas, decisões e renúncias do dia a dia.

>> Gostou? continue a sua reflexão com o artigo “Quantas vidas você tem”, da fundadora da friendsBee, Andréa Destri

>>> Agradecimento pela imagem: Benjamin Sow ✨

Uma travessia pelo desenvolvimento emocional

Jornada saúde emocional

Há alguns anos os estudos apontam a importância do cuidado com a saúde emocional como uma tendência para o século XXI.

Entender as pessoas, conhecer suas dificuldades específicas e também a se relacionar com seus sentimentos e estados emocionais não é uma tarefa fácil. Muitos de nós têm dificuldade de lidar com as emoções, primeiro porque não aprendemos, não fomos capacitados pra lidar com os sentimentos, e segundo, por causa do preconceito. Esse tema é meio “tabu”, principalmente dentro das empresas, e isso dificulta o trabalho preventivo.

O desenvolvimento do que hoje chamamos de “soft skills”, como por exemplo autoconhecimento, vulnerabilidade, humildade, presença, escuta, confiança, empatia, dentre outros, é fundamental pra aprendermos a gerenciar a nós mesmos e o outro, com mais humanidade e também com mais maturidade mental e emocional.

No meu entendimento, o autoconhecimento é a base de tudo, nos dá repertório pra atravessarmos com menos sofrimento qualquer dificuldade. É o “be a bá” da liderança. Se você quer ser um bom líder, é importante que você se conheça e aprenda a lidar com os seus sentimentos. Fica difícil gerenciar alguém se você não consegue nem mesmo gerenciar o que acontece dentro de você. Entender o funcionamento do seu universo interno, suas crenças, limitações, potencialidades e como a sua biografia tem impacto na sua vida hoje e na sua forma se relacionar e liderar.

O despertar

Me lembro que quando me aventurei no mundo do AUTOCONHECIMENTO estava vivendo um período bem difícil da minha vida. Tudo começou quando percebi que algo estava muito errado comigo mesma: tinha menos de 30 anos de idade e dormia no máximo três horas por noite, muito perfeccionista, extremamente crítica, controladora, centralizadora e solitária – não tinha tempo pra investir nas relações, eu dedicava todo o meu tempo para o trabalho. Vivia presa por uma infindável necessidade de reconhecimento e, pra piorar, nesse mesmo período eu tinha acabado de mudar de emprego e descoberto que trabalhar com RH não me preenchia mais. Foi desesperador! Senti um vazio, um aperto dentro do peito. Tive medo. E agora? O que eu vou fazer da vida? Eu era bem reconhecida no mercado, tinha empregabilidade alta, toda minha identidade estava “amarrada” nessa história, se eu não fosse a Sofia do RH, seria quem?

Foi nesse momento que me abri para os trabalhos de autoconhecimento e me apaixonei. Foram mais de 10 anos viajando por diferentes países, do oriente ao ocidente, vivenciando diferentes práticas e métodos de autoconhecimento que unem o conhecimento, a experiência e o sentimento. Continuo investindo nesta forma de desenvolvimento, é esse aprendizado que me permite lidar com as questões relacionadas a saúde mental e emocional, principalmente dentro das empresas em tempos de crise.

Descobertas

Logo cedo aprendi sobre a PRESENÇA, comecei com o básico: a acionar dentro de mim um “eu que só observa” o que está acontecendo dentro, sem querer mudar nada, sem julgar nada, que só constata. Fui percebendo uma baita bagunça, vários sentimentos e emoções, cada um puxando pra um lado, tudo desgovernado. Aprofundei o meu estudo em cada uma dessas emoções pra pouco a pouco ir integrando, controlando e direcionando elas ao invés de ser controlada e direcionada por elas. E isso fez uma grande diferença na minha vida.

Depois, já com um pouco mais de maturidade, fui aprendendo a RELAXAR NA MINHA IMPERFEIÇÃO. A gente não foi educado pra isso, na verdade fomos educados a fazer exatamente o oposto: a esconder as nossas imperfeições e a mostrar somente aquilo que achamos perfeito. Hoje entendo que essa é a origem da maioria dos nossos problemas emocionais e, da dificuldade que temos de lidar com eles.

Investimos muito tempo tentando sustentar essa falsa perfeição e os impactos na nossa vida são imensos. Eu mesma me vi perdendo o sono, preocupada porque tinha que ter todas as respostas ou dar alguma contribuição importante naquela reunião pra deixar uma boa impressão, não podia errar. Tinha dores de cabeça, de estômago, insônia, dor nas costas. Tudo fruto do esforço pra manter essa falsa perfeição. Fui me afastando da minha verdade, perdendo a minha espontaneidade e a minha capacidade de me conectar com o outro.

A verdade tem força

É libertador quando você assume pra você mesmo que sente raiva, inveja, medo, que é meio avarento, reclamão, e tudo bem sabe?! Assumir que não é perfeito, que é humano e que está em processo de desenvolvimento como todos os outros que estão aqui também. Falando assim, parece até fácil, né?! Mas na prática, pra mim, foi muito difícil. Tinha medo de mostrar as minhas imperfeições e ser demitida, de perder meus amigos ou de ninguém mais gostar de mim. Mas chegou um momento que ficou tão insustentável que eu não aguentei mais e relaxei.

O resultado foi maravilhoso. Comecei a ser mais íntegra comigo mesma e com os outros, e isso automaticamente me conectou, abriu espaço pra minha VULNERABILIDADE. Percebi que quando eu me abro e assumo a minha imperfeição, o outro também se sente estimulado a ser mais verdadeiro, a “baixar a guarda”, e nesse momento a verdade começa a aparecer, a espontaneidade vai surgindo naturalmente e a CONFIANÇA ganha força. É muito bonito ver isso acontecendo, principalmente no mundo corporativo. Um que desperta pra essa realidade, vai despertando os demais. A verdade tem esse poder de conexão, de expansão. Tudo o que tem verdade tem força!

Quando saí desse ciclo de ter que fazer tudo perfeito, comecei a ter mais tempo para me relacionar com as pessoas, a criar alternativas para resolver problemas mais complexos com mais calma. Tudo foi ficando mais leve, mais gostoso, mais simples, e naturalmente comecei a ser reconhecida e assumir mais posições de liderança.

Colher os resultados do meu empenho e determinação no desenvolvimento destas habilidades emocionais me motivou a querer continuar neste caminho.

Apenas Ser

Foi neste momento que tive coragem pra me aventurar no mundo do SENTIR, queria continuar me transformando. Ir além do pensamento pra acessar o sentimento fez, e ainda faz, a minha transformação mudar de patamar. No meu entendimento, uma transformação só se sustenta quando acessamos o “campo” do sentir. A maioria de nós tem medo, tenta evitar ou amortecer alguns sentimentos e emoções, principalmente aqueles que nos trazem desconforto. Pude perceber que quanto mais eu escondia ou fingia que não os via, mais eles ganhavam força e, como consequência, acabavam dominando a minha vida. Sabe aquelas repetições negativas que você já percebeu que te trazem sofrimento, que você faz de tudo pra mudar mas não consegue? Aos poucos fui integrando a minha consciência com meus sentimentos pra ir mudando e me libertando desses padrões.    

Hoje sou grata à vida por ter me colocado neste caminho. O desenvolvimento das habilidades emocionais nos torna um ser humano melhor e, portanto, um líder melhor. Esta foi a minha experiência pessoal e é por isso que me sinto motivada a levar esse trabalho ao maior número de pessoas possível. É assim que eu me vejo realizada. A plenitude pessoal nos move sem esforço algum.

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Sofia Guerra Nogueira é Psicóloga, Pós-Graduada em Gestão de Negócios e possui Certificação Internacional em Coaching, com sólida experiência em trabalhos de treinamento e desenvolvimento humano.

> Gostou? recomendamos os artigos sobre Autenticidade e Integralidade da Vida.

>> Agradecimento pela imagem: @santiagotorrescl95 ✨

Quando as emoções tomam conta do nosso ser

QUANDO AS EMOÇOES TOMAM CONTA DE NOSSO SER

“Alegrias são dádivas do destino, que demonstram seu valor no presente. Sofrimentos, ao contrário, são fontes de conhecimento, cujo significado se mostra no futuro”. Rudolf Steiner

  

Como ponto de partida para refletirmos sobre como falar sobre emoções quero usar um sonho contado por C.G. Jung:

“Era noite em um local desconhecido e estava difícil avançar contra uma enorme tempestade. Além disso, a neblina estava densa. Eu segurava uma pequena luz, protegendo-a com as duas mãos, pois ela ameaçava se apagar a qualquer momento. Tudo dependia de eu manter viva essa luzinha. De repente, senti algo me seguindo. Olhei para trás e vi um enorme vulto negro atrás de mim. Ao mesmo tempo, tinha consciência – apesar do susto – de que eu, independente de todos os perigos, precisava salvar a minha luzinha na noite e na tempestade. Quando acordei, compreendi imediatamente: Era … a minha própria sombra nas brumas, provocada pela pequena luz que eu estava carregando na minha frente. Sabia também que a pequena luzinha era a minha consciência; a única luz que eu tinha … infinitamente pequena e frágil em comparação com as forças da escuridão, mas era uma luz, minha única luz.”

Nossas emoções podem ser a luz, que ilumina e dá sabor à vida. Podem nos trazer a alegria de viver, nos impulsionar para nosso futuro desejado, acionar nossa vontade de realizar coisas, deixar nossos caminhos mais floridos, enfim, nos colocar protagonistas de nosso destino.

Mas podem ser também, sombras, que inundam nosso coração de medos, que nos afundam em um mar de culpas e lamentações, que nos paralisam, nos levam para o mundo da depressão e da ansiedade.

As emoções são geradas em nossas necessidades atendidas ou não atendidas, sejam nas relações com outras pessoas, com o mundo a nossa volta, ou mesmo com as situações da vida. Nós vivemos para atender nossas necessidades. Em tudo o que fazemos na vida está por trás o atendimento de uma necessidade. Na nossa infância as nossas percepções e interpretações sobre como nossas necessidades são ou não atendidas pelos acontecimentos e circunstâncias externas e/ou pelo comportamento de outras pessoas, geram em nós emoções e sentimentos que podem deixar marcas profundas. 

Impactos da criança no Eu atual

As necessidades que foram satisfeitas durante a infância nos levam a suportar e lidar com mais resiliência com as frustrações e privações do mundo adulto. Ao contrário, quando as nossas necessidades foram frustradas muitas vezes durante a infância, permanecerá na vida adulta uma constante “fome” e a procura incessante por saciar estas necessidades. Isto tudo acontece em nosso inconsciente. No nosso consciente aparecem apenas as emoções que estas marcas provocam quando situações do nosso cotidiano nos remetem ao que vivenciamos na infância.

Necessidades atendidas:

Quando temos uma necessidade e ela é realizada, as emoções que surgem são de satisfação, felicidade, prazer, relaxamento. Quanto mais nós vivenciamos na infância situações de realização de nossas necessidades, mais nos fortalecemos, aumentamos nossa autoconfiança de que somos capazes, aumentamos nossa motivação para realizar mais necessidades.

Ocorre que nem todas as necessidades podem ser atendidas na vida, mas ficamos mais preparados para fazer escolhas entre estas ou aquelas, para entender os porquês de não realização de uma necessidade em determinado momento e ainda, que podemos postergá-la com tolerância para esperar, e assim temos resiliência e motivação para tentar novamente se for preciso. Podemos dizer que ficamos na “condução de nosso eu”, estamos no “leme” de nossas vidas. Podemos fazer escolhas conscientes do que queremos.

Necessidades não atendidas:

No caso das necessidades não atendidas, as emoções que surgem são de tensão, carência, frustração, ameaça, medo. Quanto mais nós vivenciamos na infância situações de não realização de nossas necessidades, mais estas emoções ficam gravadas em nossa memória e geram sentimentos de incapacidade e impotência levando a comportamentos tais como: fingir-se de “morto”, resignar-se, engolir “sapo”, paralisia, raiva, fugir dos desafios, provocar, usar “jogos de poder”, tornar-se violento. Estes comportamentos podem levar a patologias como depressão, ansiedade, distúrbios alimentares, entre outros. Podemos dizer que “perdemos a condução de nosso eu”, ficamos a mercê do “mar bravio”. Temos dificuldades de enxergar saídas e achamos que não temos escolhas.

Autoconhecimento emocional

Entender, conhecer e reconhecer nossas emoções no dia a dia, buscando identificar de quais necessidades elas são originadas, é um grande passo para lidarmos melhor com elas. Como no sonho do Jung, há uma luz que é trazer para nossa consciência resposta às seguintes perguntas: Quais são minhas principais necessidades? São de sobrevivência? De ser amado e querido? São de pertencer a uma família, a uma organização? São de respeito? Ou De se sentir capaz de realizar coisas? Talvez de autonomia?  Autoimagem positiva? De identidade? De liberdade? São tantas. Quais são as nossas?

Vamos praticar:

Por fim, vamos realizar um exercício:

  1. Feche os olhos e respire fundo de 4 a 5 vezes.
  2. Pense em uma situação positiva que você viveu.
  3. Quais emoções surgem quando pensa nesta situação?
  4. Tente buscar dentro de você quais necessidades suas foram atendidas nesta situação que geraram estas emoções.
  5. Abra os olhos.

Dica:  Quando as emoções que nos tomam ao nos depararmos com os desafios de nosso dia a dia ficam incontroláveis, trazer à consciência as necessidades não realizadas através de exercícios como este é de grande ajuda.

Lembrando ainda o sonho do Jung: “…Sabia também que a pequena luzinha era a minha consciência; a única luz que eu tinha … infinitamente pequena e frágil em comparação com as forças da escuridão, mas era uma luz, minha única luz.”

Mas lembre-se, se a dor for grande demais, pedir ajuda é o melhor caminho.

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Joincy Luz é Coach, Mentora, Consultora Organizacional, Aconselhadora de Carreira, Mediadora de Conflitos e Facilitadora de Grupos.

> Biografia:

  • Textos de Rudi Ballreich do Curso de Formação de Mediadores – EcoSocial – Setembro de 2011
  • Dream Analysis: Notes of the Seminar Given in 1928–1930 is a book by Swiss psychiatrist, Carl Gustav Jung. It was first published in English in 1984.

>> Quer aprofundar no mundo das Emoções? Recomendamos a leitura da Neurocientista Caroline Hannickel : Como as Emoções são feitas?

>>> Imagem: Anna Kolosyuk ✨

Emoções, o que são e como são feitas?

Emoções, novas descobertas

Nós sabemos por experiência própria que não somos capazes de controlar as nossas emoções. Todos nós já vivemos situações em que a voz embargou, as lágrimas rolaram, a raiva explodiu, as palavras saíram do jeito errado. Então emoções, o que são e como são feitas?

Tanto por experiência própria quanto pela visão clássica da Psicologia, as emoções nos controlam e com frequência elas estão de mal com a nossa razão.

Emoções pela Teoria Clássica

A teoria clássica nos diz, inclusive, que temos algo em torno de 5 emoções básicas (alguns teóricos falam em 6), sendo as emoções mais sutis nada menos do que a mistura das básicas.

Medo, Nojo, Tristeza, Raiva e Alegria, seriam como entidades vivendo em compartimentos distintos, com alguma comunicação entre si. Quase como potinhos cheios do seu humor específico, esperando para derramar e inundar o sistema nervoso. Quem assistiu ao filme Divertidamente, viu essa teoria representada em animação.

Cada emoção teria as suas próprias características específicas e permanentes, seriam desencadeadas por situações semelhantes e elas ficariam evidentes nas nossas expressões como propaganda num outdoor. Então bastaria identificar os marcadores fisiológicos das emoções e o lugar no cérebro de onde elas seriam originárias.

Décadas de procura e…

Para comprovar a teoria clássica, partiu-se então em busca de evidências incontestáveis da presença de emoções básicas e universais. Cientistas foram a povos distantes, colocaram sujeitos dentro de scanners cerebrais, injetaram drogas bloqueadoras de diversos tipos, fizeram milhares de entrevistas… Foram décadas de pesquisas para encontrar os marcadores ou impressões digitais das famosas emoções básicas.

E… o que encontraram? Nada de emoções básicas, nem uma emoção universal. Ao invés de universalidade, encontrou-se diversidade! E já que os dados apontavam em outra direção, surgiu uma nova teoria das emoções.

A Teoria das Emoções Construídas

A primeira pista de que a coisa não era como se pensava veio da nossa própria experiência. Quantas formas você tem de sentir e demonstrar alegria? E raiva? Tem gente que chora quando fica com raiva, mas raramente chora de tristeza. Quem nunca chorou em casamento, um momento de alegria? Eu, por exemplo, sou capaz de chorar até em comercial de margarina, se ele tiver final feliz.

O mesmo pode se dizer das expressões faciais. Quem vê apenas a face de um campeão olímpico no momento da glória, pode jurar que ele está ardendo em raiva. E o que dizer das sensações corporais tão presentes nas emoções? Aquele frio na barriga na hora de fazer uma apresentação em público. Para muitos é sinônimo de pânico, para outros, de empolgação.

Além disso, as imagens do cérebro vivo em situações que desencadeiam emoções não apontaram para similaridades. Até o tão famoso sequestro de Amígdala (refiro-me à região cerebral, não a que mora na sua garganta!) não passou no teste. Esse fenômeno era compreendido como condição fundamental às reações intempestivas de luta ou fuga. Mas de fato, mesmo pessoas com lesão na amígdala também são capazes de ter essas reações.

Se as emoções não são o que pensávamos, o que são?

Como já disse o Rei: “São tantas as Emoções!” Amor, raiva, medo, compaixão, serenidade, paz, tristeza, ódio, temperança, idolatria, atração, desprezo, indiferença, ansiedade, depressão, e tantas outras…

Emoções são uma “explicação” do que está acontecendo conosco, na situação em que nos encontramos. Nosso cérebro passa o tempo todo associando sensações corporais, pensamentos e informações do ambiente e do contexto para decidir o que vem a seguir: o que dizer, o que sentir, o que fazer.

Infelizmente, algumas dessas “explicações” levam pessoas a (re)agir de modo inadequado. Em alguns casos dramáticos, por exemplo, o que se chama de amor está desde a infância associado a atos de violência. Em outros, o sentimento de autoestima é associado ao desmerecimento do outro. E assim por diante.

Em outras palavras, emoções são a nossa resposta ao que está acontecendo conosco naquele determinado momento. E essas respostas são altamente influenciadas pela nossa história de vida (aprendizado) e pelas condições fisiológicas e mentais daquele momento.

E daí?

Isso muda a nossa vida? Muda muito! Se pensarmos que as emoções são realmente entidades que nos habitam, sobre as quais não temos controle, então não há o que fazer.

Outro dia vi uma camiseta que resume bem essa visão: “Desculpe pelo que eu disse quando estava com fome!” O sujeito já antecipa que não se responsabiliza pelo que diz nessas horas.

Mas, se entendermos as emoções pelo que realmente são, uma simples conclusão da sua mente para um dado contexto, podemos assumir alguma responsabilidade pelo que se passa.

Podemos então aprender a nomear o que sentimos, e a checar se esses nomes têm de fato respaldo no nosso contexto. Ao validar ou renomear o que sentimos, nós podemos reeducar as nossas mentes para re(agir) de forma mais inteligente, mais madura e na direção da nossa FELICIDADE.

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Carol é Mestre em Neurociências pela Universidade de Viena. Atua como Professora, Consultora e Mentora em People Strategies. É pioneira na introdução das Mind Sciences para soluções de gestão contemporânea de pessoas e desenvolvimento de times. contato: [email protected]

> Este artigo foi baseado no livro : How Emotions are Made de Lisa Feldman Barrett

>> Gostou do artigo e quer ler mais sobre Felicidade? indicamos: A Felicidade em ser Você

>>> imagem de @rawpixel ✨

Autenticidade como caminho para o bem-estar

Autenticidade, o poder de ser você!

Quantas vezes você recuou um posicionamento, cancelou o início de um projeto ou até mesmo deixou de fazer algo que te traz satisfação por opinião de terceiros?  Você já considerou que estas opiniões podem não ter levado em consideração a sua naturalidade e sim como o aconselhador vê o mundo?

As pessoas têm dificuldade em aceitar o diferente e foi assim com Nicola Tesla, chamado por muitos de louco. Entretanto você possivelmente não estaria lendo este texto se não fosse ele ter inventado os geradores de corrente alternada que iniciaram a era da eletricidade.

Autenticidade e bem-estar

Quero trazer aqui uma forma diferente de pensar sobre este desafio, ou até mesmo coragem, que precisamos ter para encontrar o bem-estar através do pensar, relacionar e agir livremente. Simplifico a liberdade desses três pontos (pensar, relacionar e agir) como sendo a sua autenticidade. Quando não estamos alinhados com ela, gastamos tempo e vitalidade com agrados, obrigações e julgamentos. Caminhamos no sentido oposto da observação da vida, da apreciação da naturalidade em fazer e de se abrir para as experiências nos encontros.

Existem quatro pontos essenciais no desenvolvimento da sua autenticidade que possibilita o seu bem-estar. Lógico que não se trata de uma receita de bolo, pois cada indivíduo possui sua individualidade, mas se você aceitar a experiência destes quatros pontos, tenho certeza de que irá melhorar sua saúde emocional, mental e espiritual, além de evoluir em sua expressão verdadeira. Vamos parar de suspense e conhecer a Aceitação, Cooperação, Eu Verdadeiro e a Empatia e Entusiasmo. Na sequência vamos à prática, pois informação sem ação não se transforma em conhecimento.

1) Aceitação

Certa vez, Rose Eidman, uma caminhante brasileira de codinome Rose Trail, compartilhava sua experiência em percorrer a PCT (Pacific Crest Trail) com seus 4.286 km de extensão, cortando do sul ao norte os EUA. Lá pela metade da trilha ela se encontrava em uma região montanhosa e há dias ela só subia. Nada de plano, nada de descida, só subida. Após alguns dias subindo, ela acordou para mais um dia de caminhada e como de costume, consultou seu mapa para observar o que estava por vir. 

Foi quando percebeu que se tratava de mais um dia de subidas intensas. Naquele momento ela se questionou “O que eu estou fazendo aqui?”. Um lapso e ela considerou que tinha feito uma péssima escolha. Que chegara a hora de desistir.

Entretanto, logo percebeu que aquelas subidas faziam parte de sua escolha de percorrer toda a extensão da trilha. Era necessário tomar uma decisão quanto aos desafios que iriam surgir. Foi quando ela decidiu que a partir dali não ia mais reclamar dos desafios impostos pela trilha, enfrentasse ela mais 10, 20, 30 dias de subida, estaria tudo bem, pois aquela tinha sido a sua escolha e precisava aceitar o que surgia.

Aprendendo com o outro

Nesta história aprendemos que o importante é aceitar suas escolhas, sejam elas boas ou   ruins. Durante o processo podemos gerar resultados que não esperávamos, como subir   montanhas intermináveis, mas se tivermos a sabedoria de nos perdoar por estes resultados teremos alcançado a aceitação.

Esta é a primeira lei espiritual do seu eu verdadeiro. Ela te apoia a ficar de pé diante das suas escolhas, pois todas que fizer a partir de agora serão feitas de forma amorosa. Elas serão realizadas com consciência de que virão com custos e benefícios e tudo bem, você se perdoará e aceitará o que está por vir.

O resultado mais importante e encantador da prática da aceitação é a oportunidade de sair do jogo da vítima, assumir que sua vida está exatamente da forma que deveria estar. Você se torna responsável por suas escolhas.

2) Cooperação

Para que haja cooperação consigo é preciso compreender as ações que funcionam e as que não funcionam em seu processo de evolução. Já recebemos uma dica de como reconhecer estes momentos utilizando a aceitação.

O que te apoia, mantenha vivo e aperfeiçoe. Já o que não te apoia, reconheça como parte de você mas não dê espaço para que isto prevaleça, ou seja, abra mão sem medo, mas não o negue.

                       Doença não é o que pegamos, mas o que não eliminamos, e o que não eliminamos é o que nos adoece. Essencialmente, precisamos soltar o que já não nos serve. (John Roger – JR)

Afinal, viemos ao mundo para aprender! Coopere com você escolhendo ações que funcionem e te elevem, assim você estará mais próximo de uma vida saudável e com bem-estar.

3) Eu Verdadeiro

Até aqui já aprendemos a nos aceitar e a cooperar conosco. Agora vamos elevar mais um nível, onde aprendemos que todas as circunstâncias que vivemos servem como aprendizado, sejam elas boas ou ruins.

 Buscar o aprendizado quando estamos vivenciando um momento agradável é fácil. A coisa se complica nos momentos ruins. Tendemos a negar estas circunstâncias enquanto elas estão em curso. Porém, nestes momentos é que temos grandes aprendizados na vida. Para se certificar disto basta recordar quais foram os momentos em que você mais aprendeu, e certamente perceberá que uma quantidade significativa aconteceu em momentos difíceis.

Entretanto, não precisamos distinguir momentos ruins de momentos bons, pois são todos momentos de aprendizado e, quando aceitamos que tudo em nossa vida surge para nos evoluir, fica mais fácil cooperar conosco e seguir no processo da evolução.

Não estou querendo dizer que os momentos difíceis não vão lhe causar dor, mas esta pode ser reduzida em tempo e intensidade, quanto mais você entender que a dor nada mais é que um processo de aprendizado. Deus dá o frio conforme o cobertor. Em outras palavras, nada será colocado em sua vida que você não consiga resolver.

Acontecimentos fáceis ou difíceis chegam, pois estamos prontos para aprender.

4) Empatia e Entusiasmo

“Cuide primeiro de você para depois cuidar dos outros – J.R”

 A frase acima contraria o que aprendemos ao longo da vida pois somos estimulados a estar sempre a postos para cuidar do outro. Caso contrário, recebemos o título de egoístas.

No entanto, como você poderá cuidar de alguém se descuida ou negligencia o seu próprio cuidado?

Autenticidade, caminho para o bem-estar

Até aqui as três Leis que conhecemos trabalharam o nosso interior.  Em nosso amor, cuidamos primeiro de nós e agora, fortalecidos, podemos seguir em frente. Todavia, de que serviria estarmos bem conosco, fortalecidos em nossos talentos de transformação, se não os utilizarmos para melhoria do mundo que nos cerca?

Agora você segue ao encontro do outro com consciência e clareza de quem você é, dos talentos que possui, e partilha do amor e serviços aos que precisam da sua transformação.

Reconhecer a necessidade no outro e estar consciente e a serviço para resolvê-la, com amor, é atingir a empatia embebida de nossa autenticidade que nos nutre de entusiasmo.

Autoconhecimento

Autoconhecimento quando somente para você é egoísmo, mas quando você coloca quem você é para o mundo, você o faz pela empatia.

Apesar de tudo que foi dito acima ser algo muito simples, infelizmente não é fácil. Pede dedicação, clareza nas escolhas e autorresponsabilidade. Mas estar consciente em seu dia a dia destes quatro pontos te trará saúde, muito além do físico. Trará saúde do espírito.

Esses caminhos podem ser bem agradáveis de experimentar se você escolher uma área da sua vida para aplicar. Pode ser nos relacionamentos, carreira, financeiro, saúde. Você escolhe!

Vamos praticar

Como disse no início, informação sem ação não gera conhecimento, então vamos à prática com um exercício simples, que vai te trazer à consciência na mesma profundidade em que se envolver com ele.

Vamos pegar a saúde como exemplo, mas você pode aplicar naquilo que escolheu.

O quê nessa área da sua vida você não está aceitando? O que você faz para não cooperar com ela? Qual entendimento você tem sobre essa área? Que insatisfação isso te gera?

Todas as respostas acima fazem referência ao seu eu falso, mas agora você já o conhece e sabe os pontos que deve ficar alerta.

Agora vamos às perguntas para o eu verdadeiro…

O que você deseja aceitar nesse momento sobre essa área da vida? Como você pode cooperar dentro dessa ação em aceitar? Qual é o seu entendimento sobre o que funciona para você? Qual entusiasmo te gera quando você constrói essas respostas? E como se sente diante do outro? Você acredita que este caminho pode te possibilitar saúde e bem-estar?

Eu não estou trazendo uma única verdade, estou apenas te convidando a experimentar e saber se funciona para você! Você é livre para fazer escolhas claras e amorosas todos os dias!

A autenticidade é um caminho de aceitar, cooperar, entender você e, claro, compartilhar! Experimente!

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Elaine é Mentora, Coach, Consteladora Familiar e Facilitadora e Criadora do Empreender Autêntico. 

Site: https://elainearaujocoach.com.br/

Instagram: https://www.instagram.com/elainearaujo_ea/?hl=pt-br

>>> Gostou deste artigo e quer saber mais? Leia o artigo de nossa fundadora Andréa Destri – A felicidade em ser você

>>>Agradecimento de Imagem: wayhomestudio ✨

O poder das escolhas para o equilíbrio da vida

O PODER DAS ESCOLHAS PARA O EQUILÍBRIO DA VIDA

Você já deve ter lido ou ouvido, que a sua vida é consequência das escolhas que você fez e faz, entre elas, as que envolvem comportamentos, sentimentos e atitudes, tanto com relação a você como com os outros, bem como seu entendimento e percepção sobre os fatos e sobre o ambiente.

O poder de fazer escolhas em minha vida foi compreendido tão logo entendi suas consequências, boas e ruins, colheita da vida que eu nem sabia que havia plantado.

Escolhas para o equilíbrio da vida

Ao parar e perceber a vida que estava levando, comecei a enxergar as consequências das escolhas que fiz por muitos anos. Com isso, fui obrigada a revê-la e o que nela estava disfuncional: respostas das escolhas feitas e, ao mesmo tempo, das que ainda estava fazendo.

Acredito que o que vivi, em linhas gerais, não é muito diferente do que muitos têm vivido sem perceber. O mais importante é que eu descobri um meio de sair daquele círculo vicioso que me levou a uma dura situação de saúde e a uma encruzilhada pessoal e profissional.

A partir daí, tendo estudado, refletido, mergulhado fundo no meu eu e encontrado com o divino que há em mim, surgiu a metodologia da Estrela D.A.L.V.I. Uma dinâmica baseada em minhas experiências e aprendizados, nos estudos da psicologia positiva, que é a ciência da felicidade e do bem-estar, e na teoria U, um processo de mudanças internas para o coletivo, e outros estudos.

A Estrela D.A.L.V.I me fez superar as dificuldades e progredir na direção do que elegi como essencial para a vida. Entendi que poderia mudar a realidade se tomasse outras atitudes, fazendo novas escolhas conscientes, em busca do equilíbrio nas cinco grandes áreas da vida: Espiritualidade, Trabalho/Financeiro, Relacionamentos, Saúde e Emocional.

As cinco pontas

Proponho a você, que mergulhemos agora em cada uma das grandes áreas da vida, considerando, desde já, que elas estão representadas em cinco pontas da Estrela. Você verá que a reflexão proposta sobre elas trará maior autoconhecimento e, por consequência, maior Poder de Escolha e resultados.

Ponta trabalho

Traz inicialmente duas indagações: Você escolheu a sua profissão ou ela te escolheu? Você ama o que faz?

Normalmente, passamos mais tempo no trabalho do que em qualquer outra atividade. O que o seu trabalho tem trazido a você? Ele te conduz ao que você deseja? Está ligado ao seu propósito de vida? Alimenta a sua alma tanto quanto ao seu bolso?

Um aspecto importante a ser analisado nesta ponta é o financeiro. O dinheiro é necessário em nossa sociedade e muitas vezes é a partir dele que alcançamos nossos sonhos. Vale nos perguntar aqui como é a nossa relação com o dinheiro. Ele nos serve ou nós o servimos? É preciso enxergar que o importante é fazê-lo trabalhar para nós e não o inverso. Você é grato pelo dinheiro que tem recebido ao longo de sua vida?

Ainda que você ame o que faz, deixe que os outros aspectos de sua vida o permeiem. Meça corretamente o quanto você se entrega ao trabalho. Envolva-se, comprometa-se, mas não deixe que sua vida se resuma ao trabalho. Busque sempre o seu equilíbrio.

Ponta Relacionamentos

A reflexão principal é sobre como nos relacionamos com nossos familiares, amigos, colegas e outras pessoas do nosso convívio.

Estamos tratando as pessoas com amor e dando a atenção que elas merecem? Estamos vivendo no momento do agora e sendo ativos nas nossas relações? Ou estamos sempre distraídos ou preocupados com outras coisas e esquecendo de dar atenção, carinho, amor e a nossa presença a quem nos importa?

Há um pensamento comum, popular, de autor desconhecido que diz: “A vida é um eco. Se você não está gostando do que está recebendo, observe o que está emitindo.” Por isso, pratique o perdão em seus relacionamentos, honre a sua família. Ame. Famílias são regadas a amor.

Ponta Saúde

Aqui, são três pontos a serem reforçados:

Qualidade do sono: Você sabia que a maioria das pessoas têm dificuldade de classificar seu sono? Algumas pessoas até dormem a noite toda, mas acordam cansadas, irritadas e têm dificuldades de concentração e memória, o que é considerado “sono não restaurador”. Estatísticas divulgadas em 2017, em revistas como, Galileu, Época Negócios e Science, apontavam o povo brasileiro como um dos que menos dorme. Uma das maiores razões é a falta da rotina estabelecida (horário para dormir).

Qualidade da alimentação: Está ligada à importância de estarmos atentos ao que vamos comer. Como você tem escolhido a sua alimentação? O que pesa mais na hora de escolher um alimento? Preço? Aspecto físico? Fator nutricional? Quantidade? O que você come está de acordo com o que o seu corpo necessita?

O melhor é buscar um profissional que possa ajudá-lo a compreender-se bem em seu momento atual para que organize com você a alimentação mais adequada. Lembre-se: Você é o que come.

Exercícios físicos: Há muitas frentes de defesa para este ponto. Mesmo assim, nos acostumamos a levar a vida de forma tão automática, que muitas vezes nos esquecemos de pensar nas consequências do sedentarismo. Alguns de nós, mesmo tendo tempo para exercícios, não conseguem criar o hábito. Cuidado com seus sabotadores. Se seu argumento for falta de tempo, reorganize-se. Se for falta de dinheiro, há muitas alternativas gratuitas virtuais. Dependerá somente de uma decisão sua.

Ponta Emocional

Para vivermos melhor e de forma mais saudável, é preciso desenvolver esta ponta da Estrela D.A.L.V.I. Entre tantos aspectos que podemos discutir, nesta ponta está um essencial: a gestão do estresse, que pode ser resumida em entrar e sair do estado de alerta, evitando que ele se prolongue.

Quando falamos em equilíbrio emocional pensamos também em Inteligência Emocional, ou seja, na utilização dos dois hemisférios do cérebro na compreensão do mundo. É preciso treino para que haja o equilíbrio e para desenvolvê-la, identificando e passando a controlar suas emoções e impulsos. Controlando-se, você permanecerá calmo e de mente limpa, até mesmo durante crises.

Autoconhecimento é um grande facilitador do controle de nossas emoções. Portanto, mergulhe no seu eu para compreender seus movimentos, sentimentos e pensamentos. Observe-se constantemente. Esteja consciente.

Ponta espiritualidade

É importante dizer que espiritualidade aqui não diz respeito à religiosidade. É algo maior, transcende, faz parte do “eu divino” de cada um de nós. Trata-se da conexão com nosso interior, com a nossa consciência, com o universo e com o próximo.

Na ponta espiritualidade devemos considerar muito a gratidão. Quando sentimos gratidão, ativamos o sistema de recompensa do cérebro localizado no “Núcleo Accubens” , responsável pela sensação de bem-estar em nosso corpo. Então, ocorre a liberação de dopamina, que aumenta a sensação de prazer, e, por outras vias, de ocitocina, que estimula o afeto, tranquilidade, reduzindo a ansiedade, a angústia e o medo. O melhor é que a gratidão pode ser construída pelo nosso pensamento. Uma das formas é reconhecendo nossas conquistas.

Você sabia que o nosso cérebro não é capaz de sentir, ao mesmo tempo, gratidão e infelicidade? Sabendo disso, que escolha você fará?

Aproveite para refletir sobre o assunto e lembre-se: equilibre a sua Estrela.                     

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Eliene é apaixonada por gente e conhecimento. Em sua vida profissional, foi de recepcionista a diretora regional e teve a oportunidade de ser gestora de pessoas por mais de 25 anos, passando pelos maiores Bancos do país.

Autora do livro “O Poder das Escolhas Conscientes” e Coautora dos livros:  O Líder Positivo (Capítulo 5) e Construa sua Sorte (Capítulo 11).

Idealizadora do “Game ESCOLHAS”

Site: elienedalvi.com.br

Instagram: @eliene_dalvi

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